From Indigenous Peoples in Brazil
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News
Índios pedem liberação do garimpo
02/01/2004
Fonte: A Critica, Cidades, p.C5
Índios pedem liberação do garimpo
Tribo já extrai o minério ilegalmente há vários anos
Os caciques da etnia Cinta Larga, que vivem na reserva Roosevelt (a 700 quilômetros de Porto Velho), confessaram à imprensa que estão sendo obrigados a explorar ilegalmente o garimpo de diamantes que existe na reserva, porque não estão recebendo apoio da Fundação Nacional do índio (Funai) para manter os 1.300 índios que moram na região. É a primeira vez, depois que os mais de 5 mil garimpeiros foram expulsos da área, há 11 meses, que os índios assumem que continuam a exploração.
A Funai vinha negando o fato dos Cinta-larga estarem trabalhando no garimpo. 0 chefe da força tarefa Walter Blós, 40, que cuida dos assuntos ligados ao garimpo vinha informando que as atividades garimpeiras estavam paralisadas e que os índios tinham voltado a plantar e a pescar para sobreviver. Fato que não acontecia há mais de três anos. Neste período, os índios vinham sobrevivendo do valor arrecadado dos garimpeiros. Para explorar a área eles pagavam 20% do que produziam aos índios.
Os índios estão reivindicando ao Governo Federal a legalização da atividade. Eles querem reparar o estrago causado ao meio ambiente em três anos de exploração desordenada. Uma área com aproximadamente 9 quilômetros dentro da reserva já foi devastada.
Pandere Cinta-Larga, um dos caciques, disse que não pode divulgar os nomes dos compradores do diamante extraído da reserva por temerem ser assassinados.
"A gente sabe que é errado. Mas a culpa é do Governo Federal que não legaliza" disse Pandere.
Em várias entrevistas, representantes da Funai relataram que estavam desenvolvendo um trabalho de resgate da cultura dos Cinta-Larga. A Funai afirma que vem desenvolvendo projetos como pisicultura para possibilitar a recuperação da cultura da etnia, perdida com a convivência com os garimpeiros. "Estamos tendo uma grande dificuldade pois os índios se acostumaram ao ganho fácil. é muito mais prático vender uma pedrinha de diamante e comprar mercadorias para o sustento do que plantar e esperar crescer para comer", disse Walter Blós.
Os 1.300 Cinta-larga vivem em quatro áreas que somam 2,7 milhões de hectares. 0 garimpo está a 36 Km da aldeia Roosevelt. Para chegar ao local os índios usam caminhonetes Hilux e Bandeirantes com tração nas quatro rodas. Com o dinheiro proveniente da venda do minério extraído do garimpo, os índios estão construindo um pequena hidrelétrica.
Exploração
A jazidas de diamantes foram descobertas por madeireiros em 1999. A notícia se espalhou atraindo garimpeiros de todas as partes do Brasil e até do outros países. 0 cacique Nocaça Piu Cinta-Larga conta que em pouco tempo a reserva se tomou uma pequena cidade com mais de 5 mil pessoas.
Quando os índios percebiam que estavam perdendo o controle da situação eles expulsavam os garimpeiros do local e só deixava voltar algum tempo depois. 0 valor cobrado pelos caciques para permitir a exploração variava de R$ 100 a R$ 200 mil mais 20% da produção.
A retirada definitiva dos garimpeiros aconteceu em janeiro do ano passado. Por conta disso várias pessoas foram mortas. Os garimpeiros atribuem a autoria dos crimes ao índios. A guerra entre garimpeiros e índios deixou um saldo de nove mortes no ano passado.
A Crítica, 02/01/2004, p. C5
Tribo já extrai o minério ilegalmente há vários anos
Os caciques da etnia Cinta Larga, que vivem na reserva Roosevelt (a 700 quilômetros de Porto Velho), confessaram à imprensa que estão sendo obrigados a explorar ilegalmente o garimpo de diamantes que existe na reserva, porque não estão recebendo apoio da Fundação Nacional do índio (Funai) para manter os 1.300 índios que moram na região. É a primeira vez, depois que os mais de 5 mil garimpeiros foram expulsos da área, há 11 meses, que os índios assumem que continuam a exploração.
A Funai vinha negando o fato dos Cinta-larga estarem trabalhando no garimpo. 0 chefe da força tarefa Walter Blós, 40, que cuida dos assuntos ligados ao garimpo vinha informando que as atividades garimpeiras estavam paralisadas e que os índios tinham voltado a plantar e a pescar para sobreviver. Fato que não acontecia há mais de três anos. Neste período, os índios vinham sobrevivendo do valor arrecadado dos garimpeiros. Para explorar a área eles pagavam 20% do que produziam aos índios.
Os índios estão reivindicando ao Governo Federal a legalização da atividade. Eles querem reparar o estrago causado ao meio ambiente em três anos de exploração desordenada. Uma área com aproximadamente 9 quilômetros dentro da reserva já foi devastada.
Pandere Cinta-Larga, um dos caciques, disse que não pode divulgar os nomes dos compradores do diamante extraído da reserva por temerem ser assassinados.
"A gente sabe que é errado. Mas a culpa é do Governo Federal que não legaliza" disse Pandere.
Em várias entrevistas, representantes da Funai relataram que estavam desenvolvendo um trabalho de resgate da cultura dos Cinta-Larga. A Funai afirma que vem desenvolvendo projetos como pisicultura para possibilitar a recuperação da cultura da etnia, perdida com a convivência com os garimpeiros. "Estamos tendo uma grande dificuldade pois os índios se acostumaram ao ganho fácil. é muito mais prático vender uma pedrinha de diamante e comprar mercadorias para o sustento do que plantar e esperar crescer para comer", disse Walter Blós.
Os 1.300 Cinta-larga vivem em quatro áreas que somam 2,7 milhões de hectares. 0 garimpo está a 36 Km da aldeia Roosevelt. Para chegar ao local os índios usam caminhonetes Hilux e Bandeirantes com tração nas quatro rodas. Com o dinheiro proveniente da venda do minério extraído do garimpo, os índios estão construindo um pequena hidrelétrica.
Exploração
A jazidas de diamantes foram descobertas por madeireiros em 1999. A notícia se espalhou atraindo garimpeiros de todas as partes do Brasil e até do outros países. 0 cacique Nocaça Piu Cinta-Larga conta que em pouco tempo a reserva se tomou uma pequena cidade com mais de 5 mil pessoas.
Quando os índios percebiam que estavam perdendo o controle da situação eles expulsavam os garimpeiros do local e só deixava voltar algum tempo depois. 0 valor cobrado pelos caciques para permitir a exploração variava de R$ 100 a R$ 200 mil mais 20% da produção.
A retirada definitiva dos garimpeiros aconteceu em janeiro do ano passado. Por conta disso várias pessoas foram mortas. Os garimpeiros atribuem a autoria dos crimes ao índios. A guerra entre garimpeiros e índios deixou um saldo de nove mortes no ano passado.
A Crítica, 02/01/2004, p. C5
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