From Indigenous Peoples in Brazil
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News
Parceria desejada
11/03/2006
Autor: LUSTOSA, Paulo
Fonte: JB, Outras Opiniões, p. A11
Parceria desejada
Paulo Lustosa
Presidente da Funasa
A recente parceria firmada entre a Funasa e a Funai, buscando uma melhor solução para os problemas de saúde enfrentados por nossas populações indígenas, especialmente pelas crianças, era mais que desejada desde que assumimos a presidência do órgão e começamos a desenvolver ações que nos levassem a este fim.
A repercussão da medida veio mais rapidamente que o esperado e ecoou em vozes da maior respeitabilidade e conhecimento de causa, como a da médica e sanitarista Zilda Arns, coordenadora da Comissão Interinstitucional de Saúde Indígena e da Pastoral da Criança. Depois de elogiar a medida, Zilda Arns destacou que o novo entendimento entre as duas instituições inaugura uma nova fase que pode resultar na melhoria das condições de vida dos índios brasileiros.
Em sua análise, a médica lembrou que o sucesso da parceria vai depender de um bom entendimento nas bases, tese com a qual concordamos plenamente, destacando que as duas instituições têm tudo para trabalhar juntas, como numa grande família, com a Funasa resolvendo os problemas de saúde e a Funai o direito dos índios.
As declarações foram dadas durante a realização do I Encontro Nacional Funai/Funasa, realizado, recentemente, em Brasília, reunindo cerca de 150 representantes das duas instituições, além de representantes das mais importantes etnias de várias regiões do Brasil. O evento teve como finalidade discutir e apresentar propostas capazes de integrar ações, ampliando os espaços de interlocução entre os órgãos responsáveis pela assistência aos povos indígenas, fortalecendo os mecanismos de promoção e assistência à saúde dessas populações.
É importante destacar que a parceria não envolve assuntos meramente temáticos. Através dela, os dois órgãos poderão compartilhar bens materiais, como instalações e veículos, estabelecendo um diálogo permanente a partir de seus representantes junto às aldeias. Para isso, serão criados mecanismos de controle social das ações propostas para buscar soluções ao problema maior, que é o da saúde dos índios.
Resumindo o espírito da parceria, podemos reafirmar o que já foi dito sobre as relações entre a Funasa e a Funai: acabou-se o divórcio. Quando houver uma necessidade, os dois órgãos vão colaborar juntos em todos os níveis para que os recursos materiais e humanos sejam utilizados de maneira solidária.
Quanto aos índios, de quem esperamos uma resposta mais direta, a avaliação e a aceitação da proposta pode ser entendida por uma declaração do representante da etnia Baré, Valdez Baré, de São Gabriel da Cachoeira, uma das mais importantes do Amazonas, quando disse estar certo de que a parceria vai melhorar muito a situação das comunidades, destacando que a medida já devia ter sido tomada antes.
O que nos leva a acreditar que o trabalho, apenas começando já tem um futuro garantido. Essa certeza vem de outra declaração, do líder caiapó Megaron Txucarramãe, que depois de destacar que tanto a Funai como a Funasa foram criadas em função do índio - precisando, por isso, trabalhar juntas - ressaltou a intenção de seu povo em colaborar para que a parceria, tão esperada, possa dar certo.
JB, 11/03/2006, Outras Opiniões, p. A11
Paulo Lustosa
Presidente da Funasa
A recente parceria firmada entre a Funasa e a Funai, buscando uma melhor solução para os problemas de saúde enfrentados por nossas populações indígenas, especialmente pelas crianças, era mais que desejada desde que assumimos a presidência do órgão e começamos a desenvolver ações que nos levassem a este fim.
A repercussão da medida veio mais rapidamente que o esperado e ecoou em vozes da maior respeitabilidade e conhecimento de causa, como a da médica e sanitarista Zilda Arns, coordenadora da Comissão Interinstitucional de Saúde Indígena e da Pastoral da Criança. Depois de elogiar a medida, Zilda Arns destacou que o novo entendimento entre as duas instituições inaugura uma nova fase que pode resultar na melhoria das condições de vida dos índios brasileiros.
Em sua análise, a médica lembrou que o sucesso da parceria vai depender de um bom entendimento nas bases, tese com a qual concordamos plenamente, destacando que as duas instituições têm tudo para trabalhar juntas, como numa grande família, com a Funasa resolvendo os problemas de saúde e a Funai o direito dos índios.
As declarações foram dadas durante a realização do I Encontro Nacional Funai/Funasa, realizado, recentemente, em Brasília, reunindo cerca de 150 representantes das duas instituições, além de representantes das mais importantes etnias de várias regiões do Brasil. O evento teve como finalidade discutir e apresentar propostas capazes de integrar ações, ampliando os espaços de interlocução entre os órgãos responsáveis pela assistência aos povos indígenas, fortalecendo os mecanismos de promoção e assistência à saúde dessas populações.
É importante destacar que a parceria não envolve assuntos meramente temáticos. Através dela, os dois órgãos poderão compartilhar bens materiais, como instalações e veículos, estabelecendo um diálogo permanente a partir de seus representantes junto às aldeias. Para isso, serão criados mecanismos de controle social das ações propostas para buscar soluções ao problema maior, que é o da saúde dos índios.
Resumindo o espírito da parceria, podemos reafirmar o que já foi dito sobre as relações entre a Funasa e a Funai: acabou-se o divórcio. Quando houver uma necessidade, os dois órgãos vão colaborar juntos em todos os níveis para que os recursos materiais e humanos sejam utilizados de maneira solidária.
Quanto aos índios, de quem esperamos uma resposta mais direta, a avaliação e a aceitação da proposta pode ser entendida por uma declaração do representante da etnia Baré, Valdez Baré, de São Gabriel da Cachoeira, uma das mais importantes do Amazonas, quando disse estar certo de que a parceria vai melhorar muito a situação das comunidades, destacando que a medida já devia ter sido tomada antes.
O que nos leva a acreditar que o trabalho, apenas começando já tem um futuro garantido. Essa certeza vem de outra declaração, do líder caiapó Megaron Txucarramãe, que depois de destacar que tanto a Funai como a Funasa foram criadas em função do índio - precisando, por isso, trabalhar juntas - ressaltou a intenção de seu povo em colaborar para que a parceria, tão esperada, possa dar certo.
JB, 11/03/2006, Outras Opiniões, p. A11
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