From Indigenous Peoples in Brazil
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News
Terra é o maior desejo dos índios
18/02/2002
Autor: ÂNGELA BASTOS
Fonte: Diário Catarinense-Florianópolis-SC
Indefinição na demarcação de áreas atinge as três tribos que vivem no Estado
Cinco letras resumem a questão crucial dos 7,8 mil indígenas que habitam o Estado: terra. A situação fundiária é a mais problemática. Das 23 áreas existentes, 10 encontram-se sem providências. Onze estão em fase de identificação ou demarcação. Ao contrário da ordem que rege o capital, para o índio terra não é somente fator econômico-produtivo e base de sustento.
A terra, na cosmovisão indígena, é o lugar onde jazem os ancestrais, se reproduz a cultura, se fortalece a identidade e a cria-se a organização social própria.
A periferia das cidades foi o caminho para cerca de 300 índios que vivem em Blumenau, Joinville, Itajaí, Itapiranga e Xanxerê. Na Grande Florianópolis estão cerca de 190, calcula o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) da Igreja Católica.
A maioria dos que partiram das aldeias é Kaingang e Xokleng. Ainda que não tenham terras demarcadas, os Guarani são menos vistos nesta situação. Normalmente, sua presença nas cidades está ligada à venda de artesanato.
Os Kaingang são maioria no Estado, com 4,7 mil índios. Em segundo lugar aparecem os Xokleng, com 1,6 mil. Os Guarani são 1,1 mil. "Os governos, inclusive o de Santa Catarina, preferem manter os índios afastados e evitam entrar em questões de conflito envolvendo poderosos como donos de madeireiras", diz o conselheiro do Cimi Clóvis Brighenti.
"Partiu de dentro do Palácio do Governo um pedido para que a Funai não criasse mais grupo técnico para avaliar a situação de áreas ocupadas pelos índios", denuncia Brighenti. "Para suprir a carência, foi preciso a indicação de representante do Incra", diz.
Simeão Ramos detém uma das gerências da Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania e é secretário-executivo do Conselho dos Povos Indígenas. Ramos nega a omissão do Estado. Para ele, além da complexidade da questão das terras, existe muita confusão relacionada à causa indígena.
"Temos a responsabilidade da educação, enquanto a Funasa cuida da saúde e a Funai da assistência jurídica", diz. Há poucos dias, lembra, foi assinada a ordem de serviço para as obras de uma escola na área Xokleng. A escola terá a língua Xokleng no currículo e atenderá a 500 alunos.
Cinco letras resumem a questão crucial dos 7,8 mil indígenas que habitam o Estado: terra. A situação fundiária é a mais problemática. Das 23 áreas existentes, 10 encontram-se sem providências. Onze estão em fase de identificação ou demarcação. Ao contrário da ordem que rege o capital, para o índio terra não é somente fator econômico-produtivo e base de sustento.
A terra, na cosmovisão indígena, é o lugar onde jazem os ancestrais, se reproduz a cultura, se fortalece a identidade e a cria-se a organização social própria.
A periferia das cidades foi o caminho para cerca de 300 índios que vivem em Blumenau, Joinville, Itajaí, Itapiranga e Xanxerê. Na Grande Florianópolis estão cerca de 190, calcula o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) da Igreja Católica.
A maioria dos que partiram das aldeias é Kaingang e Xokleng. Ainda que não tenham terras demarcadas, os Guarani são menos vistos nesta situação. Normalmente, sua presença nas cidades está ligada à venda de artesanato.
Os Kaingang são maioria no Estado, com 4,7 mil índios. Em segundo lugar aparecem os Xokleng, com 1,6 mil. Os Guarani são 1,1 mil. "Os governos, inclusive o de Santa Catarina, preferem manter os índios afastados e evitam entrar em questões de conflito envolvendo poderosos como donos de madeireiras", diz o conselheiro do Cimi Clóvis Brighenti.
"Partiu de dentro do Palácio do Governo um pedido para que a Funai não criasse mais grupo técnico para avaliar a situação de áreas ocupadas pelos índios", denuncia Brighenti. "Para suprir a carência, foi preciso a indicação de representante do Incra", diz.
Simeão Ramos detém uma das gerências da Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania e é secretário-executivo do Conselho dos Povos Indígenas. Ramos nega a omissão do Estado. Para ele, além da complexidade da questão das terras, existe muita confusão relacionada à causa indígena.
"Temos a responsabilidade da educação, enquanto a Funasa cuida da saúde e a Funai da assistência jurídica", diz. Há poucos dias, lembra, foi assinada a ordem de serviço para as obras de uma escola na área Xokleng. A escola terá a língua Xokleng no currículo e atenderá a 500 alunos.
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