From Indigenous Peoples in Brazil
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News
Fora do eixo
03/07/2006
Fonte: CB, Caderno C, p. 3
Fora do eixo
Apesar de ainda concentrar a maior parte dos recursos em projetos do Rio de Janeiro e de São Paulo, patrocínio da Petrobrás alcança, cada vez mais, iniciativas nascidas em outras regiões. Um dos motivos para isso é a melhor orientação dada a produtores artísticos
Gustavo Tourinho
A lista de contemplados do Programa Petrobrás Cultural (PPC), divulgada no final da semana passada, deu indícios de que a gigante do petróleo manterá sua política de descentralização no repasse de recursos, historicamente bastante concentrados no eixo Rio - São Paulo. Da seleção deste ano, cujas inscrições começaram em novembro de 2005, participaram 4.674 projetos nas áreas de cinema, música, artes cênicas e visuais, patrimônio imaterial e memória das artes.
Os produtores do Rio de Janeiro e de São Paulo representaram 52% dos concorrentes - e 49% dos 232 selecionados são oriundos das duas capitais. A concentração de recursos nas metrópoles ainda é grande, mas já foi bem maior, chegando perto dos 80% em anos anteriores. "Essa mudança reforça nossa idéia de difundir pelo maior número de cidades possível os recursos para a produção cultural", acredita a gerente de patrocínio da Petrobrás, Eliane Costa.
A democratização, entretanto, não é forçada, garante Eliane. "Não fazemos cotas por estado ou por região", afirma. "O que ocorre é que estão chegando até nós mais projetos fora do eixo Rio - São Paulo, criações de alta qualidade." Isso, segundo a gerente, deu-se depois que a Caravana Petrobrás começou a passar pelas capitais (em 2002) e a instruir os produtores culturais sobre como proceder ao inscrever um projeto. "Às vezes, por desinformação, as inscrições eram feitas erroneamente. Com isso, tínhamos de desclassificá-los."
Há, por exemplo, um projeto do Acre cujos proponentes foram professores indígenas. A idéia deles é fazer uma pesquisa das tradições musicais dos índios Kaxinawá. Do Piauí, o projeto Museu da Roça na Roça, da Fundação Cultural Grande Pedro II, promete revitalizar o espaço, considerado o primeiro museu rural do país. O Maranhão também está entre os estados com vencedores. Um projeto de lá propõe a recuperação de acervo e pesquisa de saberes tradicionais de pajés e pearas em 20 aldeias de Mura do Rio Madeira (AM), importantes para entendermos o universo mágico-religioso indígena daquela região.
No DF, houve 172 inscritos e sete contemplados. No Centro-Oeste, foram 343 e 16, respectivamente. O diretor de O homem mau dorme bem, Geraldo Moraes, aplaude a descentralização de recursos e a escolha de cada vez mais projetos fora do eixo Rio - São Paulo. "Se continuar assim, está ótimo", avalia. O cinema permanece como setor cultural em que a disparidade entre o eixo e o restante é maior: 70% dos inscritos são dali. "Há diferenças regionais que não conseguiremos superar por enquanto", lamenta a gerente da Petrobrás.
Esta edição do PPC repassará aos vencedores da seleção pública nada menos do que R$ 46,5 milhões. Além desse montante, R$ 15,5 milhões já foram destinados a projetos convidados diretamente pelo Conselho Petrobrás Cultural. O Cena Contemporânea, tradicional evento de artes cênicas da cidade, foi contemplado com R$ 250 mil pela estatal. A idéia do organizador, o produtor teatral Guilherme Reis, é fazer a maior e mais importante edição do evento, que ocorre desde 1995. "Devemos trazer 17 espetáculos, ocupando 10 palcos da cidade, incluindo espaços alternativos e até as ruas", adianta Guilherme. O Cena será realizado entre 19 de setembro e 1º de outubro e está acertado com a tradicional Armazém Companhia de Teatro, nascida em Londrina (PR) e com sede no Rio.
A Petrobrás é a maior patrocinadora da cultura no Brasil. Ela investe seis vezes mais do que todas as outras empresas que destinam verbas ao setor pela Lei Rouanet de incentivo fiscal - por meio da qual as empresas podem deduzir do imposto de renda 30% ou 100% dos valores investidos em projetos aprovados pelo Ministério da Cultura. Desde 2001, quando incorporou o processo de seleção pública à sua ação de patrocínio cultural, mais de 700 projetos já foram escolhidos. No período, R$ 160 milhões foram liberados.
Verba cobiçada
R$ 62 milhões É o valor que a Petrobrás investiu em cultura nesta edição de seu programa de patrocínio
172 Projetos do DF se inscreveram 7 Projetos do DF foram contemplados
700 Projetos selecionados desde 2001 em todo o Brasil
R$ 22 milhões Fatia do bolo que só o cinema abocanhou
51% Porcentagem de projetos selecionados fora do eixo Rio - São Paulo nesta edição
CB, 03/07/2006, Caderno C, p. 3
Apesar de ainda concentrar a maior parte dos recursos em projetos do Rio de Janeiro e de São Paulo, patrocínio da Petrobrás alcança, cada vez mais, iniciativas nascidas em outras regiões. Um dos motivos para isso é a melhor orientação dada a produtores artísticos
Gustavo Tourinho
A lista de contemplados do Programa Petrobrás Cultural (PPC), divulgada no final da semana passada, deu indícios de que a gigante do petróleo manterá sua política de descentralização no repasse de recursos, historicamente bastante concentrados no eixo Rio - São Paulo. Da seleção deste ano, cujas inscrições começaram em novembro de 2005, participaram 4.674 projetos nas áreas de cinema, música, artes cênicas e visuais, patrimônio imaterial e memória das artes.
Os produtores do Rio de Janeiro e de São Paulo representaram 52% dos concorrentes - e 49% dos 232 selecionados são oriundos das duas capitais. A concentração de recursos nas metrópoles ainda é grande, mas já foi bem maior, chegando perto dos 80% em anos anteriores. "Essa mudança reforça nossa idéia de difundir pelo maior número de cidades possível os recursos para a produção cultural", acredita a gerente de patrocínio da Petrobrás, Eliane Costa.
A democratização, entretanto, não é forçada, garante Eliane. "Não fazemos cotas por estado ou por região", afirma. "O que ocorre é que estão chegando até nós mais projetos fora do eixo Rio - São Paulo, criações de alta qualidade." Isso, segundo a gerente, deu-se depois que a Caravana Petrobrás começou a passar pelas capitais (em 2002) e a instruir os produtores culturais sobre como proceder ao inscrever um projeto. "Às vezes, por desinformação, as inscrições eram feitas erroneamente. Com isso, tínhamos de desclassificá-los."
Há, por exemplo, um projeto do Acre cujos proponentes foram professores indígenas. A idéia deles é fazer uma pesquisa das tradições musicais dos índios Kaxinawá. Do Piauí, o projeto Museu da Roça na Roça, da Fundação Cultural Grande Pedro II, promete revitalizar o espaço, considerado o primeiro museu rural do país. O Maranhão também está entre os estados com vencedores. Um projeto de lá propõe a recuperação de acervo e pesquisa de saberes tradicionais de pajés e pearas em 20 aldeias de Mura do Rio Madeira (AM), importantes para entendermos o universo mágico-religioso indígena daquela região.
No DF, houve 172 inscritos e sete contemplados. No Centro-Oeste, foram 343 e 16, respectivamente. O diretor de O homem mau dorme bem, Geraldo Moraes, aplaude a descentralização de recursos e a escolha de cada vez mais projetos fora do eixo Rio - São Paulo. "Se continuar assim, está ótimo", avalia. O cinema permanece como setor cultural em que a disparidade entre o eixo e o restante é maior: 70% dos inscritos são dali. "Há diferenças regionais que não conseguiremos superar por enquanto", lamenta a gerente da Petrobrás.
Esta edição do PPC repassará aos vencedores da seleção pública nada menos do que R$ 46,5 milhões. Além desse montante, R$ 15,5 milhões já foram destinados a projetos convidados diretamente pelo Conselho Petrobrás Cultural. O Cena Contemporânea, tradicional evento de artes cênicas da cidade, foi contemplado com R$ 250 mil pela estatal. A idéia do organizador, o produtor teatral Guilherme Reis, é fazer a maior e mais importante edição do evento, que ocorre desde 1995. "Devemos trazer 17 espetáculos, ocupando 10 palcos da cidade, incluindo espaços alternativos e até as ruas", adianta Guilherme. O Cena será realizado entre 19 de setembro e 1º de outubro e está acertado com a tradicional Armazém Companhia de Teatro, nascida em Londrina (PR) e com sede no Rio.
A Petrobrás é a maior patrocinadora da cultura no Brasil. Ela investe seis vezes mais do que todas as outras empresas que destinam verbas ao setor pela Lei Rouanet de incentivo fiscal - por meio da qual as empresas podem deduzir do imposto de renda 30% ou 100% dos valores investidos em projetos aprovados pelo Ministério da Cultura. Desde 2001, quando incorporou o processo de seleção pública à sua ação de patrocínio cultural, mais de 700 projetos já foram escolhidos. No período, R$ 160 milhões foram liberados.
Verba cobiçada
R$ 62 milhões É o valor que a Petrobrás investiu em cultura nesta edição de seu programa de patrocínio
172 Projetos do DF se inscreveram 7 Projetos do DF foram contemplados
700 Projetos selecionados desde 2001 em todo o Brasil
R$ 22 milhões Fatia do bolo que só o cinema abocanhou
51% Porcentagem de projetos selecionados fora do eixo Rio - São Paulo nesta edição
CB, 03/07/2006, Caderno C, p. 3
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