From Indigenous Peoples in Brazil
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Em São Paulo, caiovás cobram pressa da Justiça
28/11/2006
Fonte: OESP, Nacional, p. A11
Em São Paulo, caiovás cobram pressa da Justiça
Grupo busca solução para 200 processos de desapropriação ou demarcação de áreas em MS
Moacir Assunção
Os índios guarani-caiovás de Mato Grosso do Sul começam hoje a discutir com a Justiça Federal pelo menos 200 processos de demarcação de terras indígenas e desapropriação que dizem estar parados há anos. Eles chegaram à Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo ontem e terão audiências públicas com juízes e desembargadores do Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região, que inclui o seu Estado, para falar sobre seus problemas.
Ao mesmo tempo, os índios guarani-caiovás vão demonstrar aspectos de sua cultura ao público e discutir a questão da violência em sua região, que é uma das mais tensas do Brasil em termos de conflitos entre brancos e indígenas.
'Os processos de regularização não andam e há uma grande luta pela terra no Estado, que tem levado a um aumento dos suicídios entre os índios e homicídios de líderes, em um verdadeiro genocídio contra os primeiros habitantes desta terra', explicou o coordenador regional do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Egon Heck. Integrante do Conselho dos Guarani-Caiovás, Anastácio Peralta afirmou que a luta do seu povo é, acima de tudo, por respeito. 'Nessa terra, índios, negros e brancos pobres nunca tiveram vez. Só têm espaço os fazendeiros ricos, como os que tomam nossas terras', lamentou.
Peralta, que em sua língua se chama Aya Kuaranrahx (homem do sol nascente), aproveitou para fazer críticas também ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que na semana passada declarou que os índios eram 'um entrave' ao desenvolvimento do País.
'A política brasileira é que trava o Brasil. Os índios e negros não têm culpa nenhuma dos problemas', afirmou.
De acordo com a professora de antropologia da PUC-SP, Lucia Rangel, a vinda dos índios para São Paulo também tem como objetivo chamar a atenção da sociedade para a questão indígena na cidade, onde vivem cerca de 11 mil índios.
Os guarani-caiovás receberam a solidariedade dos terenas de Mato Grosso do Sul e dos guaranis paulistas. Hoje visitarão a aldeia dessa etnia no Pico do Jaraguá, em São Paulo. Amanhã, às 15 horas, haverá um ato em prol da vitória na Justiça, no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp).
OESP, 28/11/2006, Nacional, p. A11
Grupo busca solução para 200 processos de desapropriação ou demarcação de áreas em MS
Moacir Assunção
Os índios guarani-caiovás de Mato Grosso do Sul começam hoje a discutir com a Justiça Federal pelo menos 200 processos de demarcação de terras indígenas e desapropriação que dizem estar parados há anos. Eles chegaram à Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo ontem e terão audiências públicas com juízes e desembargadores do Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região, que inclui o seu Estado, para falar sobre seus problemas.
Ao mesmo tempo, os índios guarani-caiovás vão demonstrar aspectos de sua cultura ao público e discutir a questão da violência em sua região, que é uma das mais tensas do Brasil em termos de conflitos entre brancos e indígenas.
'Os processos de regularização não andam e há uma grande luta pela terra no Estado, que tem levado a um aumento dos suicídios entre os índios e homicídios de líderes, em um verdadeiro genocídio contra os primeiros habitantes desta terra', explicou o coordenador regional do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Egon Heck. Integrante do Conselho dos Guarani-Caiovás, Anastácio Peralta afirmou que a luta do seu povo é, acima de tudo, por respeito. 'Nessa terra, índios, negros e brancos pobres nunca tiveram vez. Só têm espaço os fazendeiros ricos, como os que tomam nossas terras', lamentou.
Peralta, que em sua língua se chama Aya Kuaranrahx (homem do sol nascente), aproveitou para fazer críticas também ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que na semana passada declarou que os índios eram 'um entrave' ao desenvolvimento do País.
'A política brasileira é que trava o Brasil. Os índios e negros não têm culpa nenhuma dos problemas', afirmou.
De acordo com a professora de antropologia da PUC-SP, Lucia Rangel, a vinda dos índios para São Paulo também tem como objetivo chamar a atenção da sociedade para a questão indígena na cidade, onde vivem cerca de 11 mil índios.
Os guarani-caiovás receberam a solidariedade dos terenas de Mato Grosso do Sul e dos guaranis paulistas. Hoje visitarão a aldeia dessa etnia no Pico do Jaraguá, em São Paulo. Amanhã, às 15 horas, haverá um ato em prol da vitória na Justiça, no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp).
OESP, 28/11/2006, Nacional, p. A11
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