From Indigenous Peoples in Brazil
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News

272 famílias indígenas teão peixe toda semana até a Páscoa

26/02/2007

Fonte: MS Notícias



O tanque de piscicultura que beneficia o grupo familiar de Odair Moraes estará alimentando 15 famílias da Aldeia Indígena Jaguapiru, desde o último sábado (24) e até a Páscoa, com retiradas que distribuem 20 peixes para cada família todo final de semana. Com esse tanque são beneficiadas diretamente 82 pessoas, sendo que aproximadamente 50 delas são crianças e adolescentes.

A despesca, como é chamada a retirada de peixes dos tanques, começou na semana passada e já foi realizada em 12 dos 21 tanques do segundo projeto de piscicultura implantado com apoio da Prefeitura de Dourados na Reserva Indígena. O primeiro projeto construiu 13 tanques e beneficiou as aldeias Jaguapiru, Bororó e Panambizinho. O segundo fez 12 tanques na Jaguapiru e nove na Bororó. Hoje a Reserva Indígena conta com 34 açudes de piscicultura.

O técnico piscícola, Anderson Pistori, diretor da empresa responsável pela assistência técnica do projeto, afirma que 37 toneladas de peixe serão retirados dos 21 tanques do segundo projeto a partir dos 100 mil alevinos colocados nos açudes no ano passado. Com isso, a carne do peixe, rica em proteína, estará alimentando diretamente 272 famílias com 1.382 pessoas.


Para Odair Moraes a principal vantagem dos açudes é a alimentação. "Não tivemos casos de desnutrição no nosso grupo familiar, mas para nós o projeto é importante porque muitos membros são trabalhadores das usinas e passam um período do ano sem renda para sustentar os filhos. Essa foi a primeira despesca e estaremos retirando peixes de acordo com a necessidade das famílias", contou Odair Moraes.


O prefeito Laerte Tetila acompanhou os trabalhos no tanque do grupo de Odair, agradeceu a confiança do grupo na Prefeitura e incentivou o fortalecimento da Associação Indígena Avaeté Onhondivepá Guarani, Kaiowá e Terena. "A associação realiza um trabalho sério, tem como nós, compromisso com a causa indígena e é um organismo de viabilização de recursos para os projetos. A organização é fundamental para a conquista de melhorias nas aldeias e por isso vocês devem manter seus grupos familiares e a associação fortes. Cada grupo é uma célula,

porque é impossível organizar 12 mil pessoas de uma vez. Os grupos são as partes para chegar ao todo", afirmou Tetila.


Só este segundo projeto representa R$ 409 mil de recursos federais da Carteira Indígena investidos nas aldeias indígenas e que foram viabilizados através do trabalho conjunto entre a Associação, a Prefeitura Municipal de Dourados, o Idaterra e os Ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e do Meio Ambiente.


Maior produtividade


A retirada gradual faz parte de um sistema que aumenta a produtividade dos tanques. O técnico Anderson Pistori explica que nas despescas são retirados sempre os peixes maiores, sendo que a primeira tinha peixes com aproximadamente 800 gramas. A cada semana o grupos faz uma nova seleção dos peixes. "Esse sistema resulta em 55% a mais de produtividade do que se esperássemos mais tempo e retirássemos todos os peixes de uma vez", explica Pistori. Isso porque é mais comida para menos peixe, já que a quantidade de ração colocada no tanque não mudará, engordando mais rapidamente os peixes que restaram. Para isso funcionar os tanques receberam 45% de alevinos a mais do que a capacidade do tanque. Quando chegar a Semana Santa, os peixes terão algo entorno de dois quilos. Outra vantagem do sistema é que as várias despescas incentivam quem está trabalhando com os peixes, porque os resultados são mais rápidos e proporcionais a necessidade de alimentação semanal.


Cada tanque tem em média dois mil metros quadrados e recebeu aproximadamente três mil alevinos, 2.500 de tambacú e 500 de curimbatá, peixes naturais da região. O tambacú ganhou predominância no projeto por ter carne menos gordurosa, crescimento mais rápido e maior valor comercial que o pacu, usado no primeiro projeto. O curimbatá tem a função de colaborar na limpeza do fundo do açude, já que se alimenta de bactérias que o tambacú não come e que iriam prejudicar a manutenção do tanque.
 

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