From Indigenous Peoples in Brazil
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Noticias
Aldeia do Cahy é mantida sob cerco de pistoleiros
17/02/2002
Fonte: A Tarde-Salvador-BA
Hoje, completa uma semana que o clima de medo e tensão tomou conta da Aldeia do Cahy, localizada no povoado de Cumuruxatiba, no município de Prado, a 787 Km de Salvador. Pistoleiros da região ameaçam matar o cacique da aldeia Pataxó, José Francisco Neves Azevedo, o Zé Chico Timborana, por contrariar interesses de grandes latifundiários da região que brigam pelas terras indígenas.
A casa de Timborana, onde vivem a esposa Jovita Maria de Oliveira e 13 filhos, todos menores de idade, está sendo protegida por cerca de 60 índios, pois os pistoleiros ameaçam invadir o local a qualquer momento. Ontem, chegaram à residência de Timborana três agentes da Polícia Federal, que ficarão na aldeia por tempo indefinido, dando proteção às famílias Pataxó que se aglomeraram no local.
O conflito teve início na segunda-feira da semana passada. O cacique estava em casa com a família, quando acordou por volta de 1 hora da madrugada com barulho de tiros no quintal. Depois de vistoriar o local não encontrou nada. Três dias depois, os pistoleiros voltaram com mais violência. Segundo o cacique foram disparados mais de 20 tiros. Ele conseguiu identificar dois pistoleiros, conhecidos por "Gersinho" e "Luciano", que seriam os líderes do atentado, seguidos por mais de 30 pistoleiros, distribuídos em cinco carros.
Os índios da aldeia, armados com arco e flecha, estão montando plantão na casa do Cacique desde este dia para evitarem que o pior aconteça. Até a mãe do cacique veio ajudar no plantão temendo pela vida do filho. Mas os pistoleiros não se inibem e a cada noite os tiroteios ficam mais violentos. Zé Timborana conta que está há três noites sem dormir, preso em casa, sem poder sair para lugar nenhum, nem ir à roça trabalhar com medo de uma emboscada.
A maior preocupação do cacique é com os filhos, todos crianças. "Se eles conseguirem invadir minha casa vão matar todo mundo. O Gersinho já mandou o recado, se não matar eu ou minha mulher, vai matar alguém da minha família", teme o Cacique.
A rixa de latifundiários e pistoleiros com Timborana não é recente e tem o mesmo motivo, a disputa pela terra. Cerca de 180 famílias indígenas ocuparam em 2000 a sede da propriedade do fazendeiro Vítor Decreche, alegando que era área indígena, mas foram escorraçadas a tiros do local. Em 2001, as famílias foram viver numa área chamada de Morro da Fumaça, também no povoado de Cumuruxatiba.
Mas, um fazendeiro de Vitória, Espírito Santo, comprou as terras e mandou derrubar todas as casas que os índios tinham construído, e o pior, com ordem judicial. O cacique recorreu da decisão na Justiça e ainda está brigando para provar que as terras fazem parte do território indígena. Desde então são ameaçados por outro pistoleiro, o Luciano, apelidado de "Capixaba".
Segundo o cacique são cerca de 180 mil hectares de terra em disputa. De acordo com o laudo do Grupo Técnico, o território é formado por terras indígenas, só que os fazendeiros não desistem. O motivo para tanta persistência, denuncia Timborana, é que as terras são usadas para a plantação de maconha. Isso, aliás, foi o que determinou o nome de Morro da Fumaça, devido à fama do tráfico de drogas que rola no local. O cacique Timborana conta ainda que seu projeto de fechar o povoado de Cumuruxatiba dentro do território indígena atraiu mais inimigos
A casa de Timborana, onde vivem a esposa Jovita Maria de Oliveira e 13 filhos, todos menores de idade, está sendo protegida por cerca de 60 índios, pois os pistoleiros ameaçam invadir o local a qualquer momento. Ontem, chegaram à residência de Timborana três agentes da Polícia Federal, que ficarão na aldeia por tempo indefinido, dando proteção às famílias Pataxó que se aglomeraram no local.
O conflito teve início na segunda-feira da semana passada. O cacique estava em casa com a família, quando acordou por volta de 1 hora da madrugada com barulho de tiros no quintal. Depois de vistoriar o local não encontrou nada. Três dias depois, os pistoleiros voltaram com mais violência. Segundo o cacique foram disparados mais de 20 tiros. Ele conseguiu identificar dois pistoleiros, conhecidos por "Gersinho" e "Luciano", que seriam os líderes do atentado, seguidos por mais de 30 pistoleiros, distribuídos em cinco carros.
Os índios da aldeia, armados com arco e flecha, estão montando plantão na casa do Cacique desde este dia para evitarem que o pior aconteça. Até a mãe do cacique veio ajudar no plantão temendo pela vida do filho. Mas os pistoleiros não se inibem e a cada noite os tiroteios ficam mais violentos. Zé Timborana conta que está há três noites sem dormir, preso em casa, sem poder sair para lugar nenhum, nem ir à roça trabalhar com medo de uma emboscada.
A maior preocupação do cacique é com os filhos, todos crianças. "Se eles conseguirem invadir minha casa vão matar todo mundo. O Gersinho já mandou o recado, se não matar eu ou minha mulher, vai matar alguém da minha família", teme o Cacique.
A rixa de latifundiários e pistoleiros com Timborana não é recente e tem o mesmo motivo, a disputa pela terra. Cerca de 180 famílias indígenas ocuparam em 2000 a sede da propriedade do fazendeiro Vítor Decreche, alegando que era área indígena, mas foram escorraçadas a tiros do local. Em 2001, as famílias foram viver numa área chamada de Morro da Fumaça, também no povoado de Cumuruxatiba.
Mas, um fazendeiro de Vitória, Espírito Santo, comprou as terras e mandou derrubar todas as casas que os índios tinham construído, e o pior, com ordem judicial. O cacique recorreu da decisão na Justiça e ainda está brigando para provar que as terras fazem parte do território indígena. Desde então são ameaçados por outro pistoleiro, o Luciano, apelidado de "Capixaba".
Segundo o cacique são cerca de 180 mil hectares de terra em disputa. De acordo com o laudo do Grupo Técnico, o território é formado por terras indígenas, só que os fazendeiros não desistem. O motivo para tanta persistência, denuncia Timborana, é que as terras são usadas para a plantação de maconha. Isso, aliás, foi o que determinou o nome de Morro da Fumaça, devido à fama do tráfico de drogas que rola no local. O cacique Timborana conta ainda que seu projeto de fechar o povoado de Cumuruxatiba dentro do território indígena atraiu mais inimigos
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