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RAPOSA SERRA DO SOL - Órgãos federais seguem negando operação

30/08/2007

Autor: Rebeca Lopes

Fonte: Folha de Boa Vista



Enquanto os órgãos federais em Roraima negam qualquer operação para o mês de setembro para retirar os produtores da terra indígena Raposa Serra do Sol, a notícia ganha corpo nas páginas dos principais jornais do país, inclusive informando o nome da operação: Upatakon 3 (que na língua Macuxi quer dizer 'nossa terra').

Os periódicos confirmam a retirada para setembro, sem estipular datas. Há exatos 10 dias, o deputado Márcio Junqueira declarou com exclusividade à Folha que a operação iria acontecer dia 09 de setembro. A data surgiu depois de conversa com uma representante da Advocacia-Geral da União.

Na Folha de São Paulo do dia 28, o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto, disse que todos os prazos com disposição para negociar foram vencidos. "Mas hoje, pelas informações que temos, o grupo que lá permanece não pretende negociar, mas promover o conflito, ficar na região, o que não será possível", disse na entrevista ao jornal paulista.

Em Roraima, alguns policiais federais de outros estados já podem ser vistos pela cidade, mas o superintendente da PF, Cláudio Lima de Souza, afirmou tratar-se de alguns agentes que participam de outra operação de cunho administrativo, que começou segunda-feira e encerra amanhã.

Sem entrar em muitos detalhes, o superintendente resumiu a operação em andamento como "fiscalização de algumas empresas do Estado", em ramos como comércio e talvez indústria, no intuito de confrontar documentos. Quanto a Raposa Serra do Sol, Lima disse que desde 2005, quando a área foi homologada, existe uma expectativa de retirada dos não-índios, mas ainda não se sabe quando.

COMITÊ - O assessor especial da Casa Civil da Presidência da República e coordenador executivo do Comitê Gestor, José Nagib Lima, está em Brasília. Em entrevista anterior, declarou que o comitê estava empenhado em conversar e buscar a estratégia do convencimento dos que lá permanecem, sem ter que usar a força.

A Fundação Nacional do índio (Funai) local afirma que desconhece qualquer operação. Em Brasília, a Assessoria de Comunicação do órgão alegou que a assessora estava em reunião e que depois ela entraria em contato. Até o fechamento da matéria, por volta das 18h30, não houve retorno.

O presidente da Associação dos Arrozeiros, Paulo César Quartiero, afirmou que nunca teve diálogo e a atitude do Governo Federal é de força. "Não estão roubando apenas bem material, mas o nosso Estado, a Amazônia brasileira, e estão começando por Roraima", afirmou sem voltar a repetir que iria resistir.
 

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