From Indigenous Peoples in Brazil
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News
Funai recebe cintas-largas e reféns são libertados
12/12/2007
Fonte: OESP, Nacional, p. A11
Funai recebe cintas-largas e reféns são libertados
Roldão Arruda
Os índios cintas-largas, da Terra Indígena Roosevelt, em Rondônia, libertaram ontem à tarde os cinco reféns que estavam detidos desde sábado. Entre eles encontrava-se o espanhol David Martins Castro, oficial do Alto Comissariado das Nações Unidos (ONU). Ele havia ido até a aldeia a convite dos próprios índios, acompanhado pelo procurador da República em Rondônia, Reginaldo Pereira de Trindade. Os outros reféns eram dois funcionários da Fundação Nacional do Índio (Funai) e a noiva do procurador, que decidiu acompanhar o grupo na visita.
A libertação ocorreu no final da tarde, após uma visita do presidente da Funai, Márcio Meira, à terra indígena. Ele foi recebido com uma festiva pajelança. Segundo relato de Castro e dos outros prisioneiros, eles foram bem tratados durante os dias em que estiveram na aldeia e saíram de lá com vários presentes.
No dia anterior, Meira havia se reunido com um grupo de 15 índios e 2 procuradores no escritório da Funai em Cacoal, cidade onde fica a Roosevelt. Os índios concordaram em libertar os reféns, desde que Meira fosse conhecer a situação da reserva e ouvir reivindicações que estão sendo feitas às autoridades.
Ontem, acompanhado apenas por um funcionário regional da Funai, Meira foi de helicóptero à reserva e voltou de lá com os reféns. Na próxima semana um grupo de cinco índios deverá ir a Brasília, para uma reunião com o ministro da Justiça, Tarso Genro.
A visita ficou acertada depois que o presidente da Funai explicou aos líderes que nem todos os pedidos feitos por eles competem àquela instituição.
REIVINDICAÇÕES
Logo após o seqüestro, os índios haviam divulgado uma carta com oito reivindicações. A principal delas dizia respeito à mineração: eles querem que o governo proíba a presença de mineradores na reserva, onde, há sete anos, foi constatada a existência de diamantes.
Desde então, a situação dos cintas-largas tem sido marcada por conflitos culturais e atos de violência. Parte da liderança ganhou muito dinheiro com a mineração.
Em 2004, após os índios terem massacrado um grupo de garimpeiros com quem vinham tendo conflitos, o governo proibiu qualquer tipo de garimpo e mineração naquela área. Mas, apesar da presença da Polícia Federal, ainda existem mineradores por ali. Parte dos índios também se dedica à mineração, não aceitando a perda de sua maior fonte de renda.
Uma das reivindicações apresentadas na carta distribuída pelos cintas-largas é a saída da Polícia Federal de suas terras. De acordo com os índios, os policiais acabam provocando constrangimentos à comunidade.
OESP, 12/12/2007, Nacional, p. A11
Roldão Arruda
Os índios cintas-largas, da Terra Indígena Roosevelt, em Rondônia, libertaram ontem à tarde os cinco reféns que estavam detidos desde sábado. Entre eles encontrava-se o espanhol David Martins Castro, oficial do Alto Comissariado das Nações Unidos (ONU). Ele havia ido até a aldeia a convite dos próprios índios, acompanhado pelo procurador da República em Rondônia, Reginaldo Pereira de Trindade. Os outros reféns eram dois funcionários da Fundação Nacional do Índio (Funai) e a noiva do procurador, que decidiu acompanhar o grupo na visita.
A libertação ocorreu no final da tarde, após uma visita do presidente da Funai, Márcio Meira, à terra indígena. Ele foi recebido com uma festiva pajelança. Segundo relato de Castro e dos outros prisioneiros, eles foram bem tratados durante os dias em que estiveram na aldeia e saíram de lá com vários presentes.
No dia anterior, Meira havia se reunido com um grupo de 15 índios e 2 procuradores no escritório da Funai em Cacoal, cidade onde fica a Roosevelt. Os índios concordaram em libertar os reféns, desde que Meira fosse conhecer a situação da reserva e ouvir reivindicações que estão sendo feitas às autoridades.
Ontem, acompanhado apenas por um funcionário regional da Funai, Meira foi de helicóptero à reserva e voltou de lá com os reféns. Na próxima semana um grupo de cinco índios deverá ir a Brasília, para uma reunião com o ministro da Justiça, Tarso Genro.
A visita ficou acertada depois que o presidente da Funai explicou aos líderes que nem todos os pedidos feitos por eles competem àquela instituição.
REIVINDICAÇÕES
Logo após o seqüestro, os índios haviam divulgado uma carta com oito reivindicações. A principal delas dizia respeito à mineração: eles querem que o governo proíba a presença de mineradores na reserva, onde, há sete anos, foi constatada a existência de diamantes.
Desde então, a situação dos cintas-largas tem sido marcada por conflitos culturais e atos de violência. Parte da liderança ganhou muito dinheiro com a mineração.
Em 2004, após os índios terem massacrado um grupo de garimpeiros com quem vinham tendo conflitos, o governo proibiu qualquer tipo de garimpo e mineração naquela área. Mas, apesar da presença da Polícia Federal, ainda existem mineradores por ali. Parte dos índios também se dedica à mineração, não aceitando a perda de sua maior fonte de renda.
Uma das reivindicações apresentadas na carta distribuída pelos cintas-largas é a saída da Polícia Federal de suas terras. De acordo com os índios, os policiais acabam provocando constrangimentos à comunidade.
OESP, 12/12/2007, Nacional, p. A11
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