From Indigenous Peoples in Brazil
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News

Pataxós reivindicam melhorias nas aldeias

26/07/2002

Autor: (Carla Fialho)

Fonte: A Tarde-Salvador-BA



Índios querem recursos para comprar sementes e equipamentos


- Lideranças das tribos Pataxó Hã-hã-hãe e Pataxó estiveram reunidas com o administrador Regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), Cleto Antônio de Lima e Silva, reivindicando melhorias para suas aldeias. Nos dois casos, os índios apreenderam veículos da Funai, na tentativa de pressionar o órgão a atender seus pedidos. Segundo os representantes da tribo Pataxó Hã-hã-hãe da aldeia Caramuru, em Pau Brasil, Luiz Titiá e Jovanildo Titiá, há mais de 20 dias uma S10 pertencente à Funai foi apreendida pela comunidade e, apesar das ameaças do órgão de que vai mandar a Polícia Federal para a área, eles não vão entregar o carro. "Antes
de a Polícia chegar, preferimos queimar o veículo". Já as lideranças pataxó da aldeia
Guaxuma, no entorno do Monte Pascoal, concordam em entregar outro veículo apreendido, mediante o cumprimento das promessas da Funai de colocar água na área.
A principal reivindicação da comunidade Titiá é a liberação de R$ 73 mil para a implantação do Projeto Produtivo. O dinheiro seria usado na compra de sementes e ferramentas para o desenvolvimento da atividade cacaueira. Este, segundo Luiz Titiá, seria o meio de as aldeias se auto-sustentarem, mas, enquanto isso não acontece, "as comunidades indígenas continuam vítimas do descaso da Funai", diz Jovanildo. Segundo ele, a situação dos índios na região de Pau Brasil é crítica, em todas as áreas. "A Fundação Nacional da Saúde (Funasa) não dá assistência à comunidade; não temos medicamentos e um único carro para atender a todos os grupos; ainda sofremos com ameaças dos pistoleiros, pois os ex-proprietários das duas fazendas que ocupamos não foram indenizados pela Funai", revela. Luiz Titiá e Jovanildo Titiá afirmam que a situação na comunidade se agravou depois que Carlos Alberto Evangelista assumiu a chefia do posto da Funai, na região. "Para nos organizarmos melhor, dividimos os índios de Pau Brasil em cinco grupos diferentes, cada um representado por uma liderança, mas esses grupos começaram a brigar por culpa do chefe de posto que beneficia um grupo em detrimento de outro. Carlos Evangelista está usando o
dinheiro dos índios em benefício próprio", denunciam. Os dois representantes da comunidade Titiá já estiveram na sede, em Eunápolis, no mês de abril, fazendo as mesmas reivindicações e denunciando Evangelista, mas até hoje não foram atendidos.
"A Funai está totalmente paralisada, na região. O carro que apreendemos é usado por
funcionários do órgão em farras e bebedeiras, em praias, nos finais de semana. Denunciamos o caso ao Ministério Público Federal, mas também não fomos ouvidos", observa Luiz. O descaso da Funai e as condições de miséria da comunidade também levaram representantes de índios Pataxó da aldeia Guaxuma, próxima ao Monte Pascoal, a procurarem a administração regional. Segundo o cacique Jurandi Santana, há três anos a Funai prometeu colocar água na aldeia e não cumpriu a promessa. Até para matar a sede e cozinhar os índios são obrigados a usar água suja e enferrujada de um córrego.
 

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