From Indigenous Peoples in Brazil
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PF está "pronta para guerra" em reserva, afirma delegado
09/04/2008
Fonte: FSP, Brasil, p. A10
PF está "pronta para guerra" em reserva, afirma delegado
Responsável por retirada de não-índios da Raposa/Serra do Sol diz que eles terão de sair
Outros 45 homens da Força Nacional de Segurança chegaram ontem ao local para a operação, que pode ser deflagrada em 48 horas
Andrezza Trajano
Colaboração para a agência Folha, em Boa Vista
Kátia Brasil
Da agência Folha, em Boa Vista
O delegado da Polícia Federal que vai comandar a retirada dos habitantes não-índios da terra indígena Raposa/Serra do Sol (nordeste de Roraima), Fernando Segóvia, afirmou ontem que vai tentar uma última negociação com os que resistem à retirada da região, mas disse que, se for preciso, a PF está pronta para a "guerra".
Anteontem à noite, o governador de Roraima, Anchieta Júnior (PSDB), se reuniu com a cúpula da operação da PF a portas fechadas e afirmou que a PF deu 48 horas para que os não-indígenas -arrozeiros, principalmente- desocupem a área de forma pacifica. A PF negou que haja uma data definida.
"Temos que nos preparar da maneira mais apropriada para entrar numa guerra, e, se o que alguns estão plantando é a guerra, nós só temos um recado a mandar: eles têm que sair da terra indígena de qualquer maneira", afirmou Segóvia.
Sem dar um dia exato, Segóvia afirmou que a PF está pronta para o início da operação, que depende apenas do de- senrolar de uma última negociação, para evitar um confronto com os manifestantes.
"Há uma negociação formal, já foram feitos alguns contatos e a gente espera nas próximas horas fazer mais contatos e, se possível, uma saída pacifica", disse, sem revelar quem estaria do outro lado da negociação.
O superintendente da Polícia Federal em Roraima, José Maria Fonseca, disse que o governo federal está aberto ao diálogo, até mesmo sobre rever o valor das indenizações, mas que não cabe à PF contestá-las. "Se dizem que o valor da indenização não é justo, que busquem a Justiça", disse Fonseca.
Segundo o delegado Segóvia, o presidente da Associação dos Rizicultores de Roraima, Paulo César Quartiero, contratou pistoleiros, até mesmo da Venezuela, para apoiar as manifestações. A Folha não conseguiu falar ontem com Quartiero.
Segóvia disse ainda que prepara a prisão de líderes dos protestos realizados nas últimas semanas em Roraima. "Vou prender toda a quadrilha." Ele afirmou que serão presas todas as pessoas envolvidas nas ações de destruição de pontes, bloqueios de estradas, fabricação e arremesso de bombas caseiras.
Ontem chegaram ao local mais 45 homens da Força Nacional de Segurança.
"Índio-bomba" diz que agiu em troca de trabalho
Da agência Folha
Uma promessa de trabalho em uma lavoura de arroz foi o motivo apontado pelo índio David Conceição para que ele dirigisse um Monza carregado com explosivos e estacionasse o veículo em frente ao posto da PF, em Pacaraima (214 km de Boa Vista, RR), segundo depoimento dele à polícia.
Além disso, a PF disse que Conceição jogou um coquetel molotov no prédio em protestos de anteontem contra a retirada dos arrozeiros da terra indígena Raposa/ Serra do Sol.
O carro acabou não explodindo, e ele permanecia detido até o fechamento desta edição. Em depoimento, Conceição disse que foi "arregimentado" para participar do protesto por um casal que trabalha para um arrozeiro, que não foi localizado ontem pela reportagem.
A versão do índio está sendo investigada pela PF.
Por ser um dos poucos aptos a dirigir entre os manifestantes, ele foi escolhido para levar o carro com explosivos. A Funai (Fundação Nacional do Índio) disse que acompanhará o caso de Conceição e que aguardará um posicionamento do Ministério Público Federal acerca de sua prisão.
FSP, 09/04/2008, Brasil, p. A10
Responsável por retirada de não-índios da Raposa/Serra do Sol diz que eles terão de sair
Outros 45 homens da Força Nacional de Segurança chegaram ontem ao local para a operação, que pode ser deflagrada em 48 horas
Andrezza Trajano
Colaboração para a agência Folha, em Boa Vista
Kátia Brasil
Da agência Folha, em Boa Vista
O delegado da Polícia Federal que vai comandar a retirada dos habitantes não-índios da terra indígena Raposa/Serra do Sol (nordeste de Roraima), Fernando Segóvia, afirmou ontem que vai tentar uma última negociação com os que resistem à retirada da região, mas disse que, se for preciso, a PF está pronta para a "guerra".
Anteontem à noite, o governador de Roraima, Anchieta Júnior (PSDB), se reuniu com a cúpula da operação da PF a portas fechadas e afirmou que a PF deu 48 horas para que os não-indígenas -arrozeiros, principalmente- desocupem a área de forma pacifica. A PF negou que haja uma data definida.
"Temos que nos preparar da maneira mais apropriada para entrar numa guerra, e, se o que alguns estão plantando é a guerra, nós só temos um recado a mandar: eles têm que sair da terra indígena de qualquer maneira", afirmou Segóvia.
Sem dar um dia exato, Segóvia afirmou que a PF está pronta para o início da operação, que depende apenas do de- senrolar de uma última negociação, para evitar um confronto com os manifestantes.
"Há uma negociação formal, já foram feitos alguns contatos e a gente espera nas próximas horas fazer mais contatos e, se possível, uma saída pacifica", disse, sem revelar quem estaria do outro lado da negociação.
O superintendente da Polícia Federal em Roraima, José Maria Fonseca, disse que o governo federal está aberto ao diálogo, até mesmo sobre rever o valor das indenizações, mas que não cabe à PF contestá-las. "Se dizem que o valor da indenização não é justo, que busquem a Justiça", disse Fonseca.
Segundo o delegado Segóvia, o presidente da Associação dos Rizicultores de Roraima, Paulo César Quartiero, contratou pistoleiros, até mesmo da Venezuela, para apoiar as manifestações. A Folha não conseguiu falar ontem com Quartiero.
Segóvia disse ainda que prepara a prisão de líderes dos protestos realizados nas últimas semanas em Roraima. "Vou prender toda a quadrilha." Ele afirmou que serão presas todas as pessoas envolvidas nas ações de destruição de pontes, bloqueios de estradas, fabricação e arremesso de bombas caseiras.
Ontem chegaram ao local mais 45 homens da Força Nacional de Segurança.
"Índio-bomba" diz que agiu em troca de trabalho
Da agência Folha
Uma promessa de trabalho em uma lavoura de arroz foi o motivo apontado pelo índio David Conceição para que ele dirigisse um Monza carregado com explosivos e estacionasse o veículo em frente ao posto da PF, em Pacaraima (214 km de Boa Vista, RR), segundo depoimento dele à polícia.
Além disso, a PF disse que Conceição jogou um coquetel molotov no prédio em protestos de anteontem contra a retirada dos arrozeiros da terra indígena Raposa/ Serra do Sol.
O carro acabou não explodindo, e ele permanecia detido até o fechamento desta edição. Em depoimento, Conceição disse que foi "arregimentado" para participar do protesto por um casal que trabalha para um arrozeiro, que não foi localizado ontem pela reportagem.
A versão do índio está sendo investigada pela PF.
Por ser um dos poucos aptos a dirigir entre os manifestantes, ele foi escolhido para levar o carro com explosivos. A Funai (Fundação Nacional do Índio) disse que acompanhará o caso de Conceição e que aguardará um posicionamento do Ministério Público Federal acerca de sua prisão.
FSP, 09/04/2008, Brasil, p. A10
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