From Indigenous Peoples in Brazil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.
News
"Índio quer assistir novela e Big Brother", diz líder arrozeiro de Roraima
12/04/2008
Autor: Marco Antônio Soalheiro
Fonte: Agência Brasil
Vila Surumu (RR) - "Foi a primeira entrevista coletiva da história do Surumu", disse um empregado do arrozeiro Paulo César Quartiero ao final de uma conversa do patrão com quatro equipes da mídia nacional.
Quartiero é o protagonista do movimento de resistência à retirada de não-índios da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, onde fica a Vila Surumu, em Roraima. Rodeado de seguidores, ele diz saber o que é "melhor" para os índios.
"O pessoal do CIR [Conselho Indígena de Roraima] não tem discurso. Querem voltar a viver da caça e pesca e andar descalço. Mas hoje o índio quer assistir novela e Big Brother", compara, ao destacar a importância de promover desenvolvimento econômico na área indígena.
A prosa toma o rumo da influência religiosa na vida dos moradores da Raposa Serra do Sol. E as críticas se voltam para os missionários que, segundo o arrozeiro, estão ligados a ONGs estrangeiras com interesses na área : "A Igreja Católica quer tomar conta do monopólio indigenista".
Quartiero não segue nenhuma religião. Diz acreditar em Deus e admirar os evangélicos: "Eles cobram lá a porcentagem deles, mas se conseguem fazer com que uma pessoa pare de beber ou não se separe da mulher, já está bom".
A prisão por desacato há 11 dias agora é lembrada com bom humor. Quartiero alega que os policiais federais chegaram de forma truculenta à Vila Surumu e um delegado acabou ouvindo dele que tinha mau hálito. Sobre o não comparecimento a uma reunião nesta semana entre produtores de arroz e a Polícia Federal, justifica: "Já fui preso uma vez e não quero virar freguês".
O arrozeiro acredita que a exposição da "luta" dos arrozeiros para permanecerem na Raposa Serra do Sol e uma possível decisão favorável do Supremo Tribunal Federal, no julgamento de mérito das ações que contestam a homologação, terão conseqüências em toda a região amazônica.
"Os indígenas querem progresso. Será uma virada de página no enfoque do tratamento da Amazônia, para entender que é necessário preservar primeiro o interesse nacional e a soberania", afirma Quartiero.
O líder arrozeiro está prestes a reassumir o comando da prefeitura de Pacaraima, após ter sido cassado por denúncia de compra de votos. Aguarda apenas a publicação de um acórdão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que revogou sentença da Justiça Eleitoral de Roraima.
"Quero me reeleger prefeito de Pacaraima e o futuro a Deus pertence", comenta a respeito dos planos eleitorais. Há rumores nos meios políticos do estado, entretanto, de que Quartiero, admirador confesso do presidente venezuelano Hugo Chávez, será candidato a senador ou governador.
Perto da Vila Surumu, ficam as duas propriedades rurais do arrozeiro: as fazendas Depósito, de 5 mil hectares, e Providência, de 4,2 mil.
Quartiero é o protagonista do movimento de resistência à retirada de não-índios da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, onde fica a Vila Surumu, em Roraima. Rodeado de seguidores, ele diz saber o que é "melhor" para os índios.
"O pessoal do CIR [Conselho Indígena de Roraima] não tem discurso. Querem voltar a viver da caça e pesca e andar descalço. Mas hoje o índio quer assistir novela e Big Brother", compara, ao destacar a importância de promover desenvolvimento econômico na área indígena.
A prosa toma o rumo da influência religiosa na vida dos moradores da Raposa Serra do Sol. E as críticas se voltam para os missionários que, segundo o arrozeiro, estão ligados a ONGs estrangeiras com interesses na área : "A Igreja Católica quer tomar conta do monopólio indigenista".
Quartiero não segue nenhuma religião. Diz acreditar em Deus e admirar os evangélicos: "Eles cobram lá a porcentagem deles, mas se conseguem fazer com que uma pessoa pare de beber ou não se separe da mulher, já está bom".
A prisão por desacato há 11 dias agora é lembrada com bom humor. Quartiero alega que os policiais federais chegaram de forma truculenta à Vila Surumu e um delegado acabou ouvindo dele que tinha mau hálito. Sobre o não comparecimento a uma reunião nesta semana entre produtores de arroz e a Polícia Federal, justifica: "Já fui preso uma vez e não quero virar freguês".
O arrozeiro acredita que a exposição da "luta" dos arrozeiros para permanecerem na Raposa Serra do Sol e uma possível decisão favorável do Supremo Tribunal Federal, no julgamento de mérito das ações que contestam a homologação, terão conseqüências em toda a região amazônica.
"Os indígenas querem progresso. Será uma virada de página no enfoque do tratamento da Amazônia, para entender que é necessário preservar primeiro o interesse nacional e a soberania", afirma Quartiero.
O líder arrozeiro está prestes a reassumir o comando da prefeitura de Pacaraima, após ter sido cassado por denúncia de compra de votos. Aguarda apenas a publicação de um acórdão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que revogou sentença da Justiça Eleitoral de Roraima.
"Quero me reeleger prefeito de Pacaraima e o futuro a Deus pertence", comenta a respeito dos planos eleitorais. Há rumores nos meios políticos do estado, entretanto, de que Quartiero, admirador confesso do presidente venezuelano Hugo Chávez, será candidato a senador ou governador.
Perto da Vila Surumu, ficam as duas propriedades rurais do arrozeiro: as fazendas Depósito, de 5 mil hectares, e Providência, de 4,2 mil.
The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source