From Indigenous Peoples in Brazil
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Noticias
Tradição emociona público na abertura da II Semana dos Povos Indígenas
23/04/2008
Autor: André Pontes Souza
Fonte: Agência Pará de Notícias
Índios Kayapó, Tembé, Gavião Kýikatêjê, Guarani e Wai Wai emocionaram o público com suas danças tradicionais na noite desta terça-feira (22), durante a abertura oficial da II Semana dos Povos Indígenas do Pará, no Forte do Presépio. Tribo por tribo, eles dançaram e cantaram entre os presentes.
Outro momento emocionante da noite foi a apresentação do índio Mocuká Kayapó, que cantou o Hino Nacional em sua língua. "Fiquei impressionada!", declarou a historiadora e professora universitária Ana Lúcia Dias. Para ela, a Semana é uma grande oportunidade para que a cultura indígena seja conhecida e valorizada. "As pessoas da cidade pouco sabem sobre os índios, seus costumes e tradições. Hoje se viu um pouco disso e o pouco que se viu já surpreendeu". A professora disse, ainda, que pretende participar da programação que vai até 30 de abril e inclui mesas redondas, palestras, exposições, oficinas para indígenas e não indígenas, mostra de documentários, venda de artesanato indígena, um seminário sobre educação indígena e uma vasta programação cultural que inicia a partir das 19h, na FCV e no Ver-o-Rio.
Histórico - A festa de abertura, chamada "Encontro de Nações", foi simbólica: na data em que se comemora o "descobrimento" do Brasil, os índios entraram no Forte do Presépio, a primeira construção do colonizador na capital do Estado, como se estivessem tomando o espaço, cinco séculos mais tarde. Isso foi reforçado no discurso da coordenadora de Proteção dos Direitos dos Povos Indígenas e Populações Tradicionais, da Secretaria de Justiça (Sejudh), Iza Tapuia. Ela disse que a presença dos índios ali simbolizava resistência: "Nós estamos aqui no lugar onde um dia chegaram os brancos e nos tiraram. E se hoje estamos aqui é porque, apesar de tudo, lutamos e resistimos".
A programação contou com show da cantora Cláudia Ticuna, indígena do Amazonas, e fechou com show de Nilson Chaves e Trio Manari.
Integração - A Semana dos Povos Indígenas é realizada por diversos órgãos do Governo do Estado e do Governo Federal. Um dos organizadores do evento é a Fundação Curro Velho (FCV). Segundo o superintendente da FCV, Valmir Bispo Santos, o objetivo maior da semana é promover a integração entre os vários povos do Pará, para que eles discutam e se organizem em torno de suas necessidades e reivindicações.
Ele explica que a I Semana, realizada em abril do ano passado, foi o momento inicial das discussões. "Nesse primeiro momento, eles tiveram dois dias de encontro para que pudessem discutir entre eles. Dessa discussão saiu a Carta dos Povos Indígenas com 60 reivindicações. Essa Carta foi entregue à governadora Ana Júlia Carepa e, ao longo do ano, diversos órgãos estaduais se reuniram para discutir e apresentar propostas e soluções. Foi esse debate que resultou no Plano Estadual Pará Indígena, que foi apresentado aos índios nesta terça-feira", contou.
A I Semana, explicou ainda Valmir Santos, também teve como saldo a criação do primeiro Fórum de Lideranças Indígenas do Pará, que reúne 14 lideranças, representando sete regiões do Estado. "Tanto a Semana como o Fórum são conquistas históricas no sentido da organização dos índios. Os 54 povos do Pará, principalmente por dificuldade de locomoção e acesso aos locais das aldeias e dificuldades de comunicação, ainda estão muito dispersos, por isso queremos promover esses encontros. Até porque achamos que não adianta o governo discutir os problemas dos índios, se eles não podem discutir entre si", afirmou.
Secretaria - Liderança indígena e um dos fundadores do Fórum Indígena Zeca Gavião, da tribo de Bom Jesus do Tocantins, em Marabá, avalia a Semana como uma oportunidade importante de união, já que mas diz que ainda se tem que caminhar muito. Uma das principais reivindicações deles em relação ao governo do Estado, cita, é a criação de uma secretaria que centralize todas as ações voltadas para a questão indígena. "O governo já avançou com a criação da Coordenadoria Indígena, da Secretaria de Justiça, mas estamos lutando pela criação de uma secretaria. Mais do que ninguém, somos nós que conhecemos nossas necessidades, e uma secretaria estadual, que concentrasse todas as ações, facilitaria muito na busca de solução dos nossos problemas".
Ainda que o caminho seja longo, Zeca Gavião admite que houve mudanças no atual governo estadual. "Estamos tendo mais atenção. A Semana e o Fórum são coisas novas. Agora a gente espera os resultados. Não basta só comemorar, temos que conquistar cada vez mais espaço e mais diálogo entre brancos e índios", concluiu.
Participam da II Semana quase 270 índios de 46 etnias. Eles estão hospedados no Parque dos Igarapés. A programação da Semana acontece de forma descentralizada em locais como a FCV e a Casa da Linguagem, a UEPA (campus da Djalma Dutra), o Hangar Centro de Convenções da Amazônia (onde ocorrerá o Seminário Educação Escolar Indígena na Amazônia, promovido pela Seduc), o IAP e o Ver-o-Rio.
Outro momento emocionante da noite foi a apresentação do índio Mocuká Kayapó, que cantou o Hino Nacional em sua língua. "Fiquei impressionada!", declarou a historiadora e professora universitária Ana Lúcia Dias. Para ela, a Semana é uma grande oportunidade para que a cultura indígena seja conhecida e valorizada. "As pessoas da cidade pouco sabem sobre os índios, seus costumes e tradições. Hoje se viu um pouco disso e o pouco que se viu já surpreendeu". A professora disse, ainda, que pretende participar da programação que vai até 30 de abril e inclui mesas redondas, palestras, exposições, oficinas para indígenas e não indígenas, mostra de documentários, venda de artesanato indígena, um seminário sobre educação indígena e uma vasta programação cultural que inicia a partir das 19h, na FCV e no Ver-o-Rio.
Histórico - A festa de abertura, chamada "Encontro de Nações", foi simbólica: na data em que se comemora o "descobrimento" do Brasil, os índios entraram no Forte do Presépio, a primeira construção do colonizador na capital do Estado, como se estivessem tomando o espaço, cinco séculos mais tarde. Isso foi reforçado no discurso da coordenadora de Proteção dos Direitos dos Povos Indígenas e Populações Tradicionais, da Secretaria de Justiça (Sejudh), Iza Tapuia. Ela disse que a presença dos índios ali simbolizava resistência: "Nós estamos aqui no lugar onde um dia chegaram os brancos e nos tiraram. E se hoje estamos aqui é porque, apesar de tudo, lutamos e resistimos".
A programação contou com show da cantora Cláudia Ticuna, indígena do Amazonas, e fechou com show de Nilson Chaves e Trio Manari.
Integração - A Semana dos Povos Indígenas é realizada por diversos órgãos do Governo do Estado e do Governo Federal. Um dos organizadores do evento é a Fundação Curro Velho (FCV). Segundo o superintendente da FCV, Valmir Bispo Santos, o objetivo maior da semana é promover a integração entre os vários povos do Pará, para que eles discutam e se organizem em torno de suas necessidades e reivindicações.
Ele explica que a I Semana, realizada em abril do ano passado, foi o momento inicial das discussões. "Nesse primeiro momento, eles tiveram dois dias de encontro para que pudessem discutir entre eles. Dessa discussão saiu a Carta dos Povos Indígenas com 60 reivindicações. Essa Carta foi entregue à governadora Ana Júlia Carepa e, ao longo do ano, diversos órgãos estaduais se reuniram para discutir e apresentar propostas e soluções. Foi esse debate que resultou no Plano Estadual Pará Indígena, que foi apresentado aos índios nesta terça-feira", contou.
A I Semana, explicou ainda Valmir Santos, também teve como saldo a criação do primeiro Fórum de Lideranças Indígenas do Pará, que reúne 14 lideranças, representando sete regiões do Estado. "Tanto a Semana como o Fórum são conquistas históricas no sentido da organização dos índios. Os 54 povos do Pará, principalmente por dificuldade de locomoção e acesso aos locais das aldeias e dificuldades de comunicação, ainda estão muito dispersos, por isso queremos promover esses encontros. Até porque achamos que não adianta o governo discutir os problemas dos índios, se eles não podem discutir entre si", afirmou.
Secretaria - Liderança indígena e um dos fundadores do Fórum Indígena Zeca Gavião, da tribo de Bom Jesus do Tocantins, em Marabá, avalia a Semana como uma oportunidade importante de união, já que mas diz que ainda se tem que caminhar muito. Uma das principais reivindicações deles em relação ao governo do Estado, cita, é a criação de uma secretaria que centralize todas as ações voltadas para a questão indígena. "O governo já avançou com a criação da Coordenadoria Indígena, da Secretaria de Justiça, mas estamos lutando pela criação de uma secretaria. Mais do que ninguém, somos nós que conhecemos nossas necessidades, e uma secretaria estadual, que concentrasse todas as ações, facilitaria muito na busca de solução dos nossos problemas".
Ainda que o caminho seja longo, Zeca Gavião admite que houve mudanças no atual governo estadual. "Estamos tendo mais atenção. A Semana e o Fórum são coisas novas. Agora a gente espera os resultados. Não basta só comemorar, temos que conquistar cada vez mais espaço e mais diálogo entre brancos e índios", concluiu.
Participam da II Semana quase 270 índios de 46 etnias. Eles estão hospedados no Parque dos Igarapés. A programação da Semana acontece de forma descentralizada em locais como a FCV e a Casa da Linguagem, a UEPA (campus da Djalma Dutra), o Hangar Centro de Convenções da Amazônia (onde ocorrerá o Seminário Educação Escolar Indígena na Amazônia, promovido pela Seduc), o IAP e o Ver-o-Rio.
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