From Indigenous Peoples in Brazil
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News
Aldeia Pequi dos Pataxó em clima de tensão
27/08/2002
Fonte: Cimi-Leste-Eunápolis-BA
A situação na região do Pequi continua preocupante pois desde que ocorreu o Seminário
contra a violência em abril desse ano na cidade do Prado, quando saiu indicações para resolver o problema envolvendo a comunidade e os fazendeiros não foi solucionada, sobretudo aquele caso do fazendeiro que impede a passagem dos índios, fechando a cancela com cadeado. A situação ficou ainda mais tensa quando desde o dia 17 do corrente mês, um grupo Pataxó em 13 famílias viajou para aquela aldeia, juntando-se às famílias que lá residem. É justamente nessa região entre o rio Caí e o Monte Pascoal que estão ocorrendo os maiores conflitos, com a presença de pistoleiros e pessoas que se dizem policiais militares, conforme denúncia dos índios, mas que agem à paisana. Tais conflitos devem-se principalmente por toda aquela área inserir-se nos estudos realizados pelo grupo técnico da Funai indicando a terra tradicional Pataxó. como tais estudos tem sido protelado demasiadamente nessa sua primeira fase, o clima esquenta deixando todos apreensivos, recaindo as consequências nas famílias indígenas. Como as famílias foram sem uma preparação e sem conhecer profundamente a realidade local, estão sem amparo e sem o acompanhamento até da Funai já que a localidade é de extremo isolamento e de difícil acesso. Segundo Lídio Matari, e Baiara Pataxó, eles foram impedidos de passar na estrada para levar alimentos no dia 21 de agosto e os membros da comunidade estão impedidos de apanhar água e lenha para o abastecimento das atividades domésticas.
No dia 19 de agosto uma representação inter-institucional (Funai, Cese, Anai, Cimi, Além da Dra. Sheila Brasileiro representando essa Procuradoria) esteve no local para averiguar a
situação e constatar as dificuldades postas. O local em que se encontram as famílias é um
acampamento no qual os índios estão literalmente cercados pelos fazendeiros, que após a
saída dos diversos representantes das instituições, ameaçaram atirar em quem se atrevesse a
atravessar a cerca ou plantar alguma roça nas imediações da fazenda.
Segundo os índios no local, os fazendeiros acionou a PM de Prado que se deslocou em duas
viaturas e tem vigiado a movimentação dos índios, coibindo o trânsito de pessoas no local. O Fazendeiro de nome Norberto reforçou os cadeados nas cancelas e espalhou vigilantes nas imediações da área. A Funai até o momento não se manifestou no sentido de enviar um
representante à região. A presença dos índios atiçou também a disputa com assentamentos
de reforma agrária. No dia 22 de agosto, 12 homens ligados ao assentamento Modelo,
município do Prado tentaram impedir a passagem de um veículo da Funasa que atende a aldeia pequi; após algumas discussões o carro foi liberado e pôde adentrar a aldeia. No dia 26 de agosto os assentados se reuniram e tocaram fogo numa ponte da estrada que dá acesso a vila de Cumuruxatiba, passa pelo assentamento e vai próximo à aldeia. A ação dos agricultores é um reflexo e chama a atenção na medida em que o clima vai ficando a cada dia mais tenso.
Para o Cimi a situação é reflexo do descaso com que o governo vem tratando a questão
Pataxó no Monte Pascoal e a demora dos estudos antropológicos. Neste sentido é necessário uma ação imediata para a resolução dos conflitos que perduram na região.
contra a violência em abril desse ano na cidade do Prado, quando saiu indicações para resolver o problema envolvendo a comunidade e os fazendeiros não foi solucionada, sobretudo aquele caso do fazendeiro que impede a passagem dos índios, fechando a cancela com cadeado. A situação ficou ainda mais tensa quando desde o dia 17 do corrente mês, um grupo Pataxó em 13 famílias viajou para aquela aldeia, juntando-se às famílias que lá residem. É justamente nessa região entre o rio Caí e o Monte Pascoal que estão ocorrendo os maiores conflitos, com a presença de pistoleiros e pessoas que se dizem policiais militares, conforme denúncia dos índios, mas que agem à paisana. Tais conflitos devem-se principalmente por toda aquela área inserir-se nos estudos realizados pelo grupo técnico da Funai indicando a terra tradicional Pataxó. como tais estudos tem sido protelado demasiadamente nessa sua primeira fase, o clima esquenta deixando todos apreensivos, recaindo as consequências nas famílias indígenas. Como as famílias foram sem uma preparação e sem conhecer profundamente a realidade local, estão sem amparo e sem o acompanhamento até da Funai já que a localidade é de extremo isolamento e de difícil acesso. Segundo Lídio Matari, e Baiara Pataxó, eles foram impedidos de passar na estrada para levar alimentos no dia 21 de agosto e os membros da comunidade estão impedidos de apanhar água e lenha para o abastecimento das atividades domésticas.
No dia 19 de agosto uma representação inter-institucional (Funai, Cese, Anai, Cimi, Além da Dra. Sheila Brasileiro representando essa Procuradoria) esteve no local para averiguar a
situação e constatar as dificuldades postas. O local em que se encontram as famílias é um
acampamento no qual os índios estão literalmente cercados pelos fazendeiros, que após a
saída dos diversos representantes das instituições, ameaçaram atirar em quem se atrevesse a
atravessar a cerca ou plantar alguma roça nas imediações da fazenda.
Segundo os índios no local, os fazendeiros acionou a PM de Prado que se deslocou em duas
viaturas e tem vigiado a movimentação dos índios, coibindo o trânsito de pessoas no local. O Fazendeiro de nome Norberto reforçou os cadeados nas cancelas e espalhou vigilantes nas imediações da área. A Funai até o momento não se manifestou no sentido de enviar um
representante à região. A presença dos índios atiçou também a disputa com assentamentos
de reforma agrária. No dia 22 de agosto, 12 homens ligados ao assentamento Modelo,
município do Prado tentaram impedir a passagem de um veículo da Funasa que atende a aldeia pequi; após algumas discussões o carro foi liberado e pôde adentrar a aldeia. No dia 26 de agosto os assentados se reuniram e tocaram fogo numa ponte da estrada que dá acesso a vila de Cumuruxatiba, passa pelo assentamento e vai próximo à aldeia. A ação dos agricultores é um reflexo e chama a atenção na medida em que o clima vai ficando a cada dia mais tenso.
Para o Cimi a situação é reflexo do descaso com que o governo vem tratando a questão
Pataxó no Monte Pascoal e a demora dos estudos antropológicos. Neste sentido é necessário uma ação imediata para a resolução dos conflitos que perduram na região.
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