From Indigenous Peoples in Brazil
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News

Índios Pataxós dizem que não vão deixar fazenda ocupada no sul da Bahia

19/07/2008

Autor: Cristina Laura

Fonte: A Tarde On Line - www.atarde.com.br






Índios Pataxós, que ocupam desde o início da semana uma área de 340 hectares de uma fazenda localizada no distrito de Cumuruxatiba, região de Prado (787Km de Salvador), no entorno do Parque do Descobrimento, garantem que não saírão do local. O grupo argumentou que não está invadindo a terra porque a área pertence a seus antepassados e acredita que a retomada representa o cumprimento de um direito. Homens armados, segundo os Pataxós, que teriam sido contratados pelos donos da terra, atiraram contra eles na noite da última quarta-feira para expulsá-los.

De acordo com Antônio José Martins, ‘Imbé’, um homem foi até a área e disse ser o dono das terras. "Falou que nós não podemos ficar aqui, que era para nos reunirmos e chegar a um resultado, contanto que fosse para ir embora. Disse ainda que era para retirar a lona que colocamos no telhado de uma casa velha porque que ele vai derrubar", conta o índio.

Segundo os índios, a terra foi doada anos atrás para trabalhadores rurais sem terra que teriam vendido para fazendeiros. "Se eles não querem trabalhar na terra e preferem vender o que ganharam para fazendeiros, nós só querermos o que pertence ao nosso povo para que todo mundo possa ter como trabalhar" afirma o índio José Ferreira Guedes, ‘Urtiga’, ao lembrar que a luta pela busca da retomada já vem de muitos anos.

Conforme a assessoria do Conselho Indiginista Missionário (CIMI), as famílias Pataxó foram expulsas do local na década de 70 pela antiga empresa de exploração madeireira Brasil-Holanda e a área faz parte do território tradicional do povo Pataxó que está em fase de estudos para demarcação. O Conselho considera tensa a situação, principalmente após a fuga de um índio, provocada por ameaças.


Valdemir Alves dos Santos, ‘Goti’, considera a espera de cinco anos pela demarcação da terra um tempo longo demais. Para ele, está mais do que na hora de definir os destinos do povo indígenas: "Todos precisam trabalhar. É nossa sobrevivência". A reportagem não encontrou os representantes dos trabalhadores rurais nem os donos das fazendas na região para falar sobre o assunto. "Precisamos tomar providências. Já falamos com a Polícia Federal e comunicamos à Funai. Vamos esperar o resultado", finaliza o cacíque Timborama.
 

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