From Indigenous Peoples in Brazil
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"Preservar é burrice", afirma presidente do Instituto de Meio Ambiente do Amapá sobre a Raposa Serra do Sol
06/08/2008
Autor: Ciro Campos *
Fonte: Folha de Boa Vista - www.folhabv.com.br
Isso mesmo: "preservar é burrice". Pelo menos foi o que disse Antonio Feijão, presidente do Instituto de Meio Ambiente e Ordenamento Territorial do Amapá (Imap). A declaração foi feita em Boa Vista, dia 4 de agosto, durante o "I Seminário Nacional de Produtores Rurais e Desenvolvimento Sustentável em Áreas Fronteiriças", evento que se transformou em ato público contra a homologação da terra indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. Como nenhum ambientalista foi convidado e a platéia não pôde fazer perguntas nem por escrito, ficou por isso mesmo: o debate da manhã foi encerrado, Feijão foi aplaudido e toda a platéia convidada para um churrasco no CTG.
Feijão disse que "preservar é burrice" ao final de sua palestra intitulada "Demarcação de áreas indígenas no Brasil e a questão Raposa Serra do Sol". Ele apresentou um gráfico com indicadores ambientais e socioeconômicos, e interpretou da seguinte maneira: os estados que mais preservam seus recursos naturais são os mais miseráveis. E concluiu: "preservar é burrice". Ponto. Sem ressalvas nem atenuantes.
Ouvir isso num evento apoiado pela Confederação Nacional de Agricultura (CNA) não constitui nenhuma surpresa, pois a preocupação ambiental nunca foi a maior virtude dos ruralistas, principalmente em Roraima. Surpresa mesmo foi ouvir isso da boca do presidente de um instituto de meio ambiente, falando diante da imprensa, de dezenas de autoridades e de centenas de pessoas. Entre os convidados estavam o governador de Roraima, o Presidente do Tribunal de Justiça, senadores, deputados, militares, 25 presidentes de federações estaduais de agricultura e os maiores rizicultores do estado, além do general Luiz Gonzaga Lessa, ex-comandante militar da Amazônia, para quem ambientalista é sinônimo de inimigo. A declaração de Feijão, aplaudida por políticos e empresários, mostra como o movimento anti-indigenista está afastado de qualquer preocupação ambiental, apesar das declarações em contrário. Entretanto, fora de casa e influenciado pelo calor da platéia, o convidado passou da conta, e muito.
Resta ao presidente do Instituto de Meio Ambiente do Amapá rever e amenizar a declaração, ou mesmo pedir desculpas pelo exagero. E rápido. Ou corre o risco de entrar para história da infâmia como o primeiro presidente de um órgão ambiental da Amazônia a declarar, publicamente, que "preservar é burrice". Depois de dar um tiro no pé e outro na biografia, a retratação seria uma atitude, no mínimo, inteligente.
* Mestre em ecologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia(INPA) - ciro.roraima@yahoo.com.br
Feijão disse que "preservar é burrice" ao final de sua palestra intitulada "Demarcação de áreas indígenas no Brasil e a questão Raposa Serra do Sol". Ele apresentou um gráfico com indicadores ambientais e socioeconômicos, e interpretou da seguinte maneira: os estados que mais preservam seus recursos naturais são os mais miseráveis. E concluiu: "preservar é burrice". Ponto. Sem ressalvas nem atenuantes.
Ouvir isso num evento apoiado pela Confederação Nacional de Agricultura (CNA) não constitui nenhuma surpresa, pois a preocupação ambiental nunca foi a maior virtude dos ruralistas, principalmente em Roraima. Surpresa mesmo foi ouvir isso da boca do presidente de um instituto de meio ambiente, falando diante da imprensa, de dezenas de autoridades e de centenas de pessoas. Entre os convidados estavam o governador de Roraima, o Presidente do Tribunal de Justiça, senadores, deputados, militares, 25 presidentes de federações estaduais de agricultura e os maiores rizicultores do estado, além do general Luiz Gonzaga Lessa, ex-comandante militar da Amazônia, para quem ambientalista é sinônimo de inimigo. A declaração de Feijão, aplaudida por políticos e empresários, mostra como o movimento anti-indigenista está afastado de qualquer preocupação ambiental, apesar das declarações em contrário. Entretanto, fora de casa e influenciado pelo calor da platéia, o convidado passou da conta, e muito.
Resta ao presidente do Instituto de Meio Ambiente do Amapá rever e amenizar a declaração, ou mesmo pedir desculpas pelo exagero. E rápido. Ou corre o risco de entrar para história da infâmia como o primeiro presidente de um órgão ambiental da Amazônia a declarar, publicamente, que "preservar é burrice". Depois de dar um tiro no pé e outro na biografia, a retratação seria uma atitude, no mínimo, inteligente.
* Mestre em ecologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia(INPA) - ciro.roraima@yahoo.com.br
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