From Indigenous Peoples in Brazil
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News

"Indígenas estão bebendo água suja"; Funasa refuta

26/11/2008

Fonte: Dourados Agora - www.douradosagora.com.br



Indígenas da Aldeia Bororó, na Reserva de Dourados, voltam a reclamar da falta de água potável. As queixas são antigas e, durante diversas ocasiões, lideranças procuraram o site Douradosagora para denunciar o caso, que foi publicado na edição de hoje do O PROGRESSO, na página Dia-a-Dia 1.

Segundo a matéria, as centenas de famílias que residem na Aldeia Bororó acusam a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) de deixar os nativos sem água para beber. Em algumas casas, as torneiras estão secas há meses, inclusive nas residências localizadas na vizinhança da caixa d´água.

A saída, como sempre, é apelar para os córregos e lagos onde, via de regra, a água é barrenta, imprópria para o consumo. A falta de água nas torneiras de residências na Reserva Indígena de Dourados obriga mulheres e crianças a percorrerem mais de três quilômetros para conseguir água em córregos.

Em recente entrevista ao Douradosagora o líder guarani Tibúrcio Fernandes de Oliveira, 53 anos, do Conselho de Segurança da Aldeia Bororó, disse que a população indígena convive com vários problemas, mas que "a falta de água judia de todos eles". O guarani, que mora com a esposa na casa 693, é pai de 14 filhos e tem seis netos pequenos.

Ele lembra que, além do risco de beber água contaminada, o acesso aos córregos é um perigo para as crianças e adolescentes. Ele cita o caso de um menino de 11 anos, que em 2005 morreu afogado no córrego na Aldeia Bororó. Desapareceu quanto tentava pegar água para a mãe cozinhar. O menino estava em companhia de outros meninos, que tentaram em vão salvar a vida dele.

A Funasa iniciou, em 2001, a implantação da rede de distribuição de água na Reserva de Dourados. "Eles garantiram que com isto o problema da falta de água seria resolvido, para sempre", lembra o cacique Tibúrcio. Ele diz que, por conta da garantia da Funasa sobre a distribuição de água encanada, muitas famílias desativaram poços e ficaram "sem uma coisa nem outra".

O cacique-capitão guarani Renato de Souza também acionou a equipe do Douradosagora, várias vezes nos últimos três anos, para mostrar que o sistema também não estava funcionando na Aldeia Jaguapiru. "Precisa de mais poços artesianos e, além disto, o bombeamento é fraco e água não chega nas casas. Muitas pessoas têm que andar muito para chegar em algumas minas, que estão na Reserva, para matar a sede. E, em geral a água é suja. Todo mundo aqui corre o risco de ficar doente", alerta o capitão Renato.


OUTRO LADO

Ontem, em entrevista ao O PROGRESSO, o chefe do Núcleo da Fundação Nacional da Saúde (Funasa) em Dourados, Donizete de Araújo, disse que "não está faltando água há tanto tempo assim e não acredito que alguma residência esteja há dois meses sem receber água na torneira", enfatizou. Ao ser informado que a reportagem esteve no local e entrevistou as famílias, Araújo admitiu a dificuldade de abastecimento, mas jogou a culpa sobre os próprios índios. "Isto acontece (a falta d’água) porque o desperdício de água é exagerado", afirmou.

Ele garante, no entanto, que a Funasa está fazendo de tudo para acabar com o problema.

O chefe do Núcleo da Funasa afirma ainda que os quatros poços artesianos que existem dão uma vazão de 64 mil litros de água por hora e que seria suficiente para atender toda Reserva Indígena. "Os poços trabalham 24 horas sem parar e estamos licitando a perfuração de um quinto poço na Aldeia Jaguapiru para acabar de vez com o problema", explica.
 

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