From Indigenous Peoples in Brazil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.

Notícias

Funai mapeia áreas de risco para índios

27/01/2003

Autor: Leandro Mazzini

Fonte: Jornal do Brasil-Rio de Janeiro-RJ



Documentos anexos


Há conflitos de posse em três Estados


Três assassinatos de índios em menos de 15 dias esse ano foram suficientes para acender o sinal de alerta na Fundação Nacional do Índio (Funai). O órgão já mapeou as principais áreas de conflitos de terra entre índios e fazendeiros no país - maior causa das mortes - e reforçou o pedido no Ministério da Justiça para que a Polícia Federal investigue os crimes.


- No ano passado registramos 30 mortes por homicídios no país, principalmente por conflitos de terra. E esses são os dados que chegam a nós. O número deve ser muito maior - lamenta o coordenador-geral de Direitos Indígenas da Funai, Vilmar Guarani.



Segundo a Funai, as três maiores áreas de conflitos no Brasil ficam em Mato Grosso do Sul, no Pará e em Roraima. Nos municípios de Dourados e Amambai (MS), região onde vivem 30 mil índios, existem sete áreas reivindicadas pelas etnias Guarani, Terena e Kaiowa.



- Lá há altos índices de suicídios por causa disso (a posse de terras). Em 2002 foram 27. Outro grande problema é a convivência de tribos das três etnias numa área de apenas 3.500 hectares em Dourados - diz Vilmar.



Crimes banais e por racismo também preocupam a Funai. Entre eles, o que ocorreu na noite de 6 de janeiro em Miraguaí (RS). O Kaingang Leopoldo Crespo, de 77 anos, dormia numa calçada e foi executado a chutes por três rapazes. O caso é semelhante ao de Galdino dos Santos, queimado em um ponto de ônibus de Brasília, em 1997, por jovens de classe média.



Uma semana depois do caso de Leopoldo, o Kaiowa Marcos Veron foi assassinado a pauladas durante um confronto com jagunços de uma fazenda em Naviraí (MS).



Na Serra do Sol, em Raposa (RR), há alto índice de homicídios dos Macuxe. Há duas semanas, o corpo do Macuxe Aldo da Silva Mota, de 52 anos, foi encontrado enterrado em uma fazenda. Para a polícia, ele sofreu uma emboscada. Vilmar Guarani afirma, no entanto, que em alguns casos muitos índios, alcoólatras, são os incentivadores de brigas que resultam em crime.



Para minimizar o problema, o Ministério Público de Marabá (PA) proibiu a venda de bebidas a índios na região, onde habitam 18 mil de várias etnias. A Funai está terminando um levantamento sobre o número de índios presos por crimes diversos no Brasil. Apenas em Dourados são 30 - a maioria por homicídios e estupros. Hoje, no país, vivem cerca de 345 mil índios.
 

As notícias publicadas no site Povos Indígenas no Brasil são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos .Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.