From Indigenous Peoples in Brazil
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News
Tuxaua se defende de acusação de racismo
05/06/2009
Autor: ANDREZZA TRAJANO
Fonte: Folha de Boa Vista - http://www.folhabv.com.br/
O tuxaua Ivônio da Silva Souza, da comunidade Canauanim, no Município do Cantá, distante 25 quilômetros de Boa Vista, procurou a Folha para negar que esteja cometendo crime de racismo ao não aceitar os professores não-índios aprovados recentemente em concurso público promovido pela Secretaria Estadual de Educação (SECD).
Ele disse que a decisão, apoiada por outros membros da comunidade - 219 índios Wapixana que vivem lá -, foi um protesto contra o Governo do Estado que abriu vagas no certame para não-índios, quando havia um acordo firmado entre as partes de que apenas professores indígenas seriam absorvidos pela população local.
"O Governo do Estado quebrou o acordo, realizado com as organizações indígenas na última assembleia geral realizada em dezembro passado, de não fazer concurso, pois estamos com 300 professores em processo de formação no magistério e em nível superior, com prazo de conclusão para 2010", disse, enfatizando que a educação indígena é diferenciada e deve ser realizada apenas por indígenas, em conformidade ao que diz a Constituição Federal.
Para ele, também não existe necessidade do trabalho dos professores não-índios na região, uma vez que em Canauanim já existem educadores indígenas seletivados, que trabalham lá há anos.
RACISMO - Souza observou que ele e outros líderes indígenas foram indiciados pela Polícia Federal por crime de racismo, ao rejeitarem o trabalho dos professores não-índios. "Estamos com a consciência tranquila", defendeu.
Conforme ele, os indígenas é que são vítimas frequentes deste tipo de crime. Afirmou que vai promover trabalhos de conscientização para que os índios passem a denunciar os casos, evitando a impunidade.
Também declarou que vai acionar advogados da Fundação Nacional do Índio e do Conselho Indígena de Roraima. "Vamos provar que as acusações não passam de calúnia e difamação", disse.
O tuxaua explicou que dos cinco professores que se apresentaram, apenas um foi aceito pela comunidade. Lá trabalham 20 professores indígenas e três não-índios, sendo quase que a totalidade seletivados.
Questionado se a recusa não seria uma forma de racismo, já que o concurso público foi autorizado pela Justiça, o tuxaua voltou a destacar que os índios não são contra os educadores e sim contra o certame.
"Nossa luta enquanto organização é de que queremos nosso povo em nossas comunidades. Temos uma educação específica e diferenciada, que a lei nos garante. Não temos ainda no quadro número suficiente de professores indígenas para atender a demanda, por isso precisamos de mais tempo", enfatizou.
CULTURA - A reclamação feita por professores há época em que foram rejeitados, de que os índios já não mantém suas tradições, também foi rebatida por Souza. Ele disse que a tecnologia hoje à disposição da população indígena é para manter a tradição cultural.
"Temos casas boas, água encanada, energia elétrica e em breve teremos internet. Não vivemos mesmo como antes em ocas, nem andando nus nem nos alimentamos da caça e da pesca. Entretanto, continuamos sendo índios e mantendo nossa cultura, pois utilizamos a tecnologia ao nosso favor", ressaltou.
Ele disse que a decisão, apoiada por outros membros da comunidade - 219 índios Wapixana que vivem lá -, foi um protesto contra o Governo do Estado que abriu vagas no certame para não-índios, quando havia um acordo firmado entre as partes de que apenas professores indígenas seriam absorvidos pela população local.
"O Governo do Estado quebrou o acordo, realizado com as organizações indígenas na última assembleia geral realizada em dezembro passado, de não fazer concurso, pois estamos com 300 professores em processo de formação no magistério e em nível superior, com prazo de conclusão para 2010", disse, enfatizando que a educação indígena é diferenciada e deve ser realizada apenas por indígenas, em conformidade ao que diz a Constituição Federal.
Para ele, também não existe necessidade do trabalho dos professores não-índios na região, uma vez que em Canauanim já existem educadores indígenas seletivados, que trabalham lá há anos.
RACISMO - Souza observou que ele e outros líderes indígenas foram indiciados pela Polícia Federal por crime de racismo, ao rejeitarem o trabalho dos professores não-índios. "Estamos com a consciência tranquila", defendeu.
Conforme ele, os indígenas é que são vítimas frequentes deste tipo de crime. Afirmou que vai promover trabalhos de conscientização para que os índios passem a denunciar os casos, evitando a impunidade.
Também declarou que vai acionar advogados da Fundação Nacional do Índio e do Conselho Indígena de Roraima. "Vamos provar que as acusações não passam de calúnia e difamação", disse.
O tuxaua explicou que dos cinco professores que se apresentaram, apenas um foi aceito pela comunidade. Lá trabalham 20 professores indígenas e três não-índios, sendo quase que a totalidade seletivados.
Questionado se a recusa não seria uma forma de racismo, já que o concurso público foi autorizado pela Justiça, o tuxaua voltou a destacar que os índios não são contra os educadores e sim contra o certame.
"Nossa luta enquanto organização é de que queremos nosso povo em nossas comunidades. Temos uma educação específica e diferenciada, que a lei nos garante. Não temos ainda no quadro número suficiente de professores indígenas para atender a demanda, por isso precisamos de mais tempo", enfatizou.
CULTURA - A reclamação feita por professores há época em que foram rejeitados, de que os índios já não mantém suas tradições, também foi rebatida por Souza. Ele disse que a tecnologia hoje à disposição da população indígena é para manter a tradição cultural.
"Temos casas boas, água encanada, energia elétrica e em breve teremos internet. Não vivemos mesmo como antes em ocas, nem andando nus nem nos alimentamos da caça e da pesca. Entretanto, continuamos sendo índios e mantendo nossa cultura, pois utilizamos a tecnologia ao nosso favor", ressaltou.
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