From Indigenous Peoples in Brazil
News
Resistência contra mercantilização
10/08/2009
Fonte: Cimi - http://www.cimi.org.br
Foi realizado em Belém, nos dias 14 à 17 de julho, o encontro Pan-Amazônico que deu continuidade ao processo da rearticulação dos movimentos sociais da região amazônica, retomado durante a construção do Fórum Social Mundial 2009. Estiveram presentes 135 representantes de 86 entidades da Amazônia Legal, entre eles integrantes do FAOR de toda a Amazônia Oriental, assim como do Suriname, Guiana Francesa, República Cooperativa de Guiana, Bolívia, Peru e Venezuela.
A abertura se deu em solidariedade aos povos indígenas da Amazônia peruana. As irmãs Marishory e Schunita Samariego Pascual - do povo indígena peruano Ashaninka - relataram sobre o massacre cometido no dia 2 de junho pelo governo peruano contra um grupo de indígenas na Amazônia Peruana que estava protestando de forma pacífica contra a exploração dos recursos naturais por empresas internacionais na sua região. Morreram naquele dia 34 indígenas e 24 policiais, dezenas mais desapareceram. A pressão nacional e internacional que seguiu fez com que o governo do presidente Alan Garcia pedisse um prazo de 100 dias para responder as pressões, vencendo no início de setembro.
Em suas falas, Marishory e Schunita descreveram os profundos conflitos que os povos indígenas da selva central peruana estão sofrendo a partir da exploração de petróleo e gás que traz contaminação para os seus rios e peixes, e do avanço das práticas do mundo ocidental. Cada vez mais privadas de manter o seu modo de vida tradicional que se orienta no profundo conhecimento sobre a caça, pesca, ritos e danças próprias, o povo Ashaninka oscila entre duas escolhas: ou se retrair na selva que ainda sobra para liderar uma vida isolada, ou de se integrar ao mundo ocidental onde a cultura indígena está sendo menosprezada.
Na tentativa de encontrar um "caminho do meio", o povo Ashaninka exige e luta por direitos diferenciados, como o direito a uma educação bilíngüe para formar jovens com conhecimento de sua cultura e de sua língua. O pedido das duas mulheres à platéia do encontro Pan-Amazônica foi de que a solidariedade manifestada por vários participantes após sua exposição seja traduzida em ações que apóiam esta e outras lutas.
O encontro Pan-Amazônico culminou com a reconstituição do Conselho Panamazônico, que preparará a realização do V Fórum Social Pan-Amazônico rumo ao FSM 2011 no Senegal, na África, e com a elaboração participativa de um manifesto público. Neste manifesto, os representantes se posicionaram, entre outras coisas, contra o sistema capitalista guiado pelo lucro e não pela satisfação das necessidades humanas, e afirmam a necessidade de respeitar os direitos dos povos tradicionais. Outro encaminhamento foi que a articulação pan-amazônica participará de forma coletiva da Semana de Mobilização Global de Luta pela Mãe Terra e contra a Colonização e a Mercantilização da Vida (12 à 18/10).
fonte: Janina Budi - Cooperante no Fórum da Amazônia Oriental
A abertura se deu em solidariedade aos povos indígenas da Amazônia peruana. As irmãs Marishory e Schunita Samariego Pascual - do povo indígena peruano Ashaninka - relataram sobre o massacre cometido no dia 2 de junho pelo governo peruano contra um grupo de indígenas na Amazônia Peruana que estava protestando de forma pacífica contra a exploração dos recursos naturais por empresas internacionais na sua região. Morreram naquele dia 34 indígenas e 24 policiais, dezenas mais desapareceram. A pressão nacional e internacional que seguiu fez com que o governo do presidente Alan Garcia pedisse um prazo de 100 dias para responder as pressões, vencendo no início de setembro.
Em suas falas, Marishory e Schunita descreveram os profundos conflitos que os povos indígenas da selva central peruana estão sofrendo a partir da exploração de petróleo e gás que traz contaminação para os seus rios e peixes, e do avanço das práticas do mundo ocidental. Cada vez mais privadas de manter o seu modo de vida tradicional que se orienta no profundo conhecimento sobre a caça, pesca, ritos e danças próprias, o povo Ashaninka oscila entre duas escolhas: ou se retrair na selva que ainda sobra para liderar uma vida isolada, ou de se integrar ao mundo ocidental onde a cultura indígena está sendo menosprezada.
Na tentativa de encontrar um "caminho do meio", o povo Ashaninka exige e luta por direitos diferenciados, como o direito a uma educação bilíngüe para formar jovens com conhecimento de sua cultura e de sua língua. O pedido das duas mulheres à platéia do encontro Pan-Amazônica foi de que a solidariedade manifestada por vários participantes após sua exposição seja traduzida em ações que apóiam esta e outras lutas.
O encontro Pan-Amazônico culminou com a reconstituição do Conselho Panamazônico, que preparará a realização do V Fórum Social Pan-Amazônico rumo ao FSM 2011 no Senegal, na África, e com a elaboração participativa de um manifesto público. Neste manifesto, os representantes se posicionaram, entre outras coisas, contra o sistema capitalista guiado pelo lucro e não pela satisfação das necessidades humanas, e afirmam a necessidade de respeitar os direitos dos povos tradicionais. Outro encaminhamento foi que a articulação pan-amazônica participará de forma coletiva da Semana de Mobilização Global de Luta pela Mãe Terra e contra a Colonização e a Mercantilização da Vida (12 à 18/10).
fonte: Janina Budi - Cooperante no Fórum da Amazônia Oriental
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