From Indigenous Peoples in Brazil
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News
Gripe e morte causam pânico nas aldeias
19/08/2009
Autor: Valéria Araújo
Fonte: Douradosagora - http://www.douradosagora.com.br/not-view.php?not_id=261342
A morte de um bebê de 10 meses, anteontem, na Aldeia Jaguapirú, aumentou a preocupação de índigenas de Dourados com relação a Gripe A. Segundo eles, há um surto de pneumonia que pode estar relacionado à nova doença. O enterro aconteceu ontem. Pais, familiares e amigos se dizem revoltados. Para a comunidade, a Reserva passa por situação de caos. Segundo eles há superlotação nos postos, falta de medicamentos e médicos profissionais.
Ontem, o jornal O PROGRESSO recebeu várias denúncias de indígenas reclamando da saúde. Para uma avó que preferiu não se identificar por medo de represárias, a neta de quatro meses passou por momentos delicados até ser atendida. "A criança estava queimando de febre. Levei até o Hospital da Missão e não havia medicamentos. No outro dia retornei lá. A unidade de saúde estava lotada. Muita gente apresentando os mesmos sintomas. Febre, dores musculares, falta de ar e gripe", disse, observando que depois de vários dias descobriu que a neta estava com pneumonia.
"Estamos com muito medo desta nova gripe começar a matar na aldeia. Se nem as doenças comuns estão dando conta de atender, imagina esta. Não há remédio e nem médicos suficientes", denuncia.
O indígena Valdir Polidori, de 38 anos, disse que os pacientes chegam em situação precária nos postos. "Tem gente que parece que vai morrer. Não consegue respirar e se locomover. Ficam horas para ser atendidos. Os médicos muitas vezes deixam de ir nos postos e atendem por telefone. Eu nunca vi isso. O resultado do mal atendimento é isso ai, a morte de pessoas, que já começam nas aldeias", desabafa, observando que o pai de 65 anos ficou caído no portão de um dos postos de saúde. "Ele estava queimando de febre e até agora não sabemos o que ele tem. Pode ser a gripe A", disse. O indígena Reinaldo Meireles, de 34 anos, se diz revoltado. "Só tem estagiários atendendo. O laboratório vive fechado", denuncia.
O pai do bebê de 10 meses, que morreu anteontem, se diz desesperado. "Fiquei vários dias tentando interná-lo e só consegui na segunda-feira. Ele tinha febre alta e dores musculares. Não acredito que seja Gripe A, mas tenho medo que a doença faça vítimas na aldeia. Aqui não há preparo dos profissionais. Se o meu filho morreu, um pouco é culpa da situação da Saúde aqui na aldeia", desabafa.
FUNASA
O coordenador técnico de equipes multidisciplinares da Fundação Nacional da Saúde (Funasa), Zelik Trajber, negou que ocorrência de caso positivo de Gripe A nas aldeias. Segundo ele, o menino de 10 meses que morreu na Jaguapirú, foi vítima de pneumonia. "Não há motivos para pânico acerca da Gripe Suína. A situação está controlada", afirma.
De acordo com ele, até agora nenhum caso positivo foi registrado. O médico disse ainda que os casos suspeitos, estão passando pelo mesmo protocolo de atendimento estabelecido pelo Ministério da Saúde. Ele não informou quantos pacientes aguardam resultado dos exames, mas garantiu que todos eles são encaminhados para hospitais de referência como o Misão Caiuás, Hospital Universitário e o Hospital da Vida.
Quando ao volume maior nos postos, Zelik explica que no período de frio, típico do inverno, existe maior tendência aos problemas de gripe comum, o que causa maior procura e congestionamento nos serviços públicos. Quanto aos atendimentos, Zelik garantiu que as aldeias de Dourados contam com cinco equipes. "Todas com médico e enfermeiro", disse observando que os cinco postos e as equipes estão atendendo a demanda, conforme a avaliação dele.
Questionado sobre a falta de medicamentos, Zelik explica que a maior demanda de tempo causada para aquisição dos medicamentos está relacionada aos processos burocráticos de licitação. Mesmo assim, ele acredita que em um mês o impasse esteja resolvido. A expectativa do coordenador é a de que ainda este ano haja aumento de funcionários nas equipes e ampliação dos atendimentos em postos de saúde.
Ontem, o jornal O PROGRESSO recebeu várias denúncias de indígenas reclamando da saúde. Para uma avó que preferiu não se identificar por medo de represárias, a neta de quatro meses passou por momentos delicados até ser atendida. "A criança estava queimando de febre. Levei até o Hospital da Missão e não havia medicamentos. No outro dia retornei lá. A unidade de saúde estava lotada. Muita gente apresentando os mesmos sintomas. Febre, dores musculares, falta de ar e gripe", disse, observando que depois de vários dias descobriu que a neta estava com pneumonia.
"Estamos com muito medo desta nova gripe começar a matar na aldeia. Se nem as doenças comuns estão dando conta de atender, imagina esta. Não há remédio e nem médicos suficientes", denuncia.
O indígena Valdir Polidori, de 38 anos, disse que os pacientes chegam em situação precária nos postos. "Tem gente que parece que vai morrer. Não consegue respirar e se locomover. Ficam horas para ser atendidos. Os médicos muitas vezes deixam de ir nos postos e atendem por telefone. Eu nunca vi isso. O resultado do mal atendimento é isso ai, a morte de pessoas, que já começam nas aldeias", desabafa, observando que o pai de 65 anos ficou caído no portão de um dos postos de saúde. "Ele estava queimando de febre e até agora não sabemos o que ele tem. Pode ser a gripe A", disse. O indígena Reinaldo Meireles, de 34 anos, se diz revoltado. "Só tem estagiários atendendo. O laboratório vive fechado", denuncia.
O pai do bebê de 10 meses, que morreu anteontem, se diz desesperado. "Fiquei vários dias tentando interná-lo e só consegui na segunda-feira. Ele tinha febre alta e dores musculares. Não acredito que seja Gripe A, mas tenho medo que a doença faça vítimas na aldeia. Aqui não há preparo dos profissionais. Se o meu filho morreu, um pouco é culpa da situação da Saúde aqui na aldeia", desabafa.
FUNASA
O coordenador técnico de equipes multidisciplinares da Fundação Nacional da Saúde (Funasa), Zelik Trajber, negou que ocorrência de caso positivo de Gripe A nas aldeias. Segundo ele, o menino de 10 meses que morreu na Jaguapirú, foi vítima de pneumonia. "Não há motivos para pânico acerca da Gripe Suína. A situação está controlada", afirma.
De acordo com ele, até agora nenhum caso positivo foi registrado. O médico disse ainda que os casos suspeitos, estão passando pelo mesmo protocolo de atendimento estabelecido pelo Ministério da Saúde. Ele não informou quantos pacientes aguardam resultado dos exames, mas garantiu que todos eles são encaminhados para hospitais de referência como o Misão Caiuás, Hospital Universitário e o Hospital da Vida.
Quando ao volume maior nos postos, Zelik explica que no período de frio, típico do inverno, existe maior tendência aos problemas de gripe comum, o que causa maior procura e congestionamento nos serviços públicos. Quanto aos atendimentos, Zelik garantiu que as aldeias de Dourados contam com cinco equipes. "Todas com médico e enfermeiro", disse observando que os cinco postos e as equipes estão atendendo a demanda, conforme a avaliação dele.
Questionado sobre a falta de medicamentos, Zelik explica que a maior demanda de tempo causada para aquisição dos medicamentos está relacionada aos processos burocráticos de licitação. Mesmo assim, ele acredita que em um mês o impasse esteja resolvido. A expectativa do coordenador é a de que ainda este ano haja aumento de funcionários nas equipes e ampliação dos atendimentos em postos de saúde.
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