From Indigenous Peoples in Brazil
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News
Índios interditam pista
25/03/2003
Autor: DARCI DEBONA
Fonte: Diário Catarinense-Florianópolis-SC
Um grupo de 300 índios Kaingang montaram ontem acampamento em lavouras de soja e feijão próximo à encruzilhada dos acessos ao Centro do município de Abelardo Luz e a duas comunidades, Linha Imbu e Passo das Antas.
Eles fizeram buracos, queimaram uma ponte sobre o Lajeado Gregório e interditaram a estrada para as comunidades. Ninguém foi autorizado a passar, com exceção de pessoas com problemas de saúde.
Os Kaingang reivindicam uma área de 1.965 hectares, que foI ocupada por fazendeiros, madeireiros e colonos no início do século passado. Mas o índio Vicente Fokãe Fernandes, de 99 anos, afirma ter nascido na região e reclama a posse da terra para sua tribo.
Segundo o cacique Mauri Oliveira, um estudo antropológico foi iniciado em 1986 e retomado em 1998. O relatório de identificação e delimitação da área foi aprovado pela Fundação Nacional do Índio (Funai).
Falta o Ministério da Justiça publicar a portaria declaratória, reconhecendo a área como indígena, para iniciar o processo de indenização e demarcação. Oliveira explica que a ocupação é para agilizar o processo que, segundo ele, está sendo trancado por motivo político.
O presidente do Conselho dos Caciques Indígenas do Sul, Idalino Fernandes, afirma que a população indígena decidiu agir para ter suas terras reconhecidas e acabar com a lentidão dos processos de demarcação. Ele destaca que os índios permanecerão no local enquanto a portaria não for publicada. E promete ações em outra áreas como Toldo Chimbangue (Chapecó), Araçaí (Saudades) e Toldo Pinhal (Seara).
O OUTRO LADO
Fazendeiro alega ter escritura
Na área reivindicada pelos índios estão 64 famílias. As terras foram arrendadas da Agroindustrial Lavratti, de Itajaí, para fazendeiros da região.
É o caso da família de Odilon Pazinatto, que cultiva soja, feijão e milho, além de criar bois no local. Ele afirma que "a lavoura está escriturada. Ninguém sabia da presença de índios nestas terras." Pazinatto e mais seis funcionários estão isolados na fazenda, mas tem o apoio de familiares que improvisaram uma estrada no meio das lavouras. Ele entrou na Justiça com pedido de reintegração de posse.
Ontem, numa audiência na Justiça federal, foi proposto um acordo para que os índios deixem a área sob o compromisso de uma citação judicial para o Ministério da Justiça se pronunciar dentro de cinco dias. Os índios devem decidir hoje se aceitam ou não
Eles fizeram buracos, queimaram uma ponte sobre o Lajeado Gregório e interditaram a estrada para as comunidades. Ninguém foi autorizado a passar, com exceção de pessoas com problemas de saúde.
Os Kaingang reivindicam uma área de 1.965 hectares, que foI ocupada por fazendeiros, madeireiros e colonos no início do século passado. Mas o índio Vicente Fokãe Fernandes, de 99 anos, afirma ter nascido na região e reclama a posse da terra para sua tribo.
Segundo o cacique Mauri Oliveira, um estudo antropológico foi iniciado em 1986 e retomado em 1998. O relatório de identificação e delimitação da área foi aprovado pela Fundação Nacional do Índio (Funai).
Falta o Ministério da Justiça publicar a portaria declaratória, reconhecendo a área como indígena, para iniciar o processo de indenização e demarcação. Oliveira explica que a ocupação é para agilizar o processo que, segundo ele, está sendo trancado por motivo político.
O presidente do Conselho dos Caciques Indígenas do Sul, Idalino Fernandes, afirma que a população indígena decidiu agir para ter suas terras reconhecidas e acabar com a lentidão dos processos de demarcação. Ele destaca que os índios permanecerão no local enquanto a portaria não for publicada. E promete ações em outra áreas como Toldo Chimbangue (Chapecó), Araçaí (Saudades) e Toldo Pinhal (Seara).
O OUTRO LADO
Fazendeiro alega ter escritura
Na área reivindicada pelos índios estão 64 famílias. As terras foram arrendadas da Agroindustrial Lavratti, de Itajaí, para fazendeiros da região.
É o caso da família de Odilon Pazinatto, que cultiva soja, feijão e milho, além de criar bois no local. Ele afirma que "a lavoura está escriturada. Ninguém sabia da presença de índios nestas terras." Pazinatto e mais seis funcionários estão isolados na fazenda, mas tem o apoio de familiares que improvisaram uma estrada no meio das lavouras. Ele entrou na Justiça com pedido de reintegração de posse.
Ontem, numa audiência na Justiça federal, foi proposto um acordo para que os índios deixem a área sob o compromisso de uma citação judicial para o Ministério da Justiça se pronunciar dentro de cinco dias. Os índios devem decidir hoje se aceitam ou não
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