From Indigenous Peoples in Brazil
News
Polícia ''ilegal'' controla aldeia há 1 ano
02/12/2009
Fonte: OESP, Nacional, p. A14
Polícia ''ilegal'' controla aldeia há 1 ano
Companhia tem cerca de 100 soldados, uniformes e estatuto próprio
Tabatinga (AM)
Apesar de considerada ilegal pela PF e pela Funai, a Polícia Indígena do Alto Solimões (Piasol) completou um ano de controle sobre a aldeia ticuna Umariaçu, de 4 mil habitantes, adjacente a Tabatinga, na fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia. A 1ª Companhia Indígena de Polícia do Alto Solimões, como se autointitula, foi formada em dezembro de 2008 e tem hoje cerca de 100 soldados, uniformes, estatuto próprio e hierarquia.
A "delegacia", na entrada da aldeia, é improvisada em uma casa de madeira, tem uma cela e um depósito onde estão guardadas garrafas de cachaça apreendidas pelos soldados. O objetivo da milícia - rótulo rejeitado pelos integrantes da Piasol - é "garantir a ordem na aldeia", que, segundo eles, estava à mercê do alcoolismo, consumo de drogas e de um alto índice de suicídio.
De acordo com o cacique Santo Mestâncio Alexandre, que participou da criação da Piasol, a Funai e a PF nunca tomaram providências sobre a violência na aldeia. "Não tinha jeito de melhorar. Sentamos e resolvemos que somos capazes de ter nossa própria segurança", disse. Segundo a milícia, a criminalidade diminuiu muito. Está proibida a entrada de bebidas e drogas.
Para reprimir, a 1ª Companhia da Piasol conta com cassetetes, palmatórias e duas algemas. O cacique admite que há uso de violência em certas ocasiões, como para "apartar briga". "Sem isso, a pessoa não cede", disse. Como punição, os desobedientes, normalmente, ficam presos por 24 horas.
O Estado caminhou com a milícia por uma hora dentro da aldeia. A comunidade mostrou-se indiferente. O clima era de aparente tranquilidade, mas sua presença divide opiniões. Os ticunas não a consideram uma polícia oficial, mas são obrigados a obedecer a um toque de recolher, às 22 horas. Enquanto isso, a PF investiga duas mortes ocorridas em aldeias próximas. A suspeita caiu sobre membros da Piasol.
OESP, 02/12/2009, Nacional, p. A14
Companhia tem cerca de 100 soldados, uniformes e estatuto próprio
Tabatinga (AM)
Apesar de considerada ilegal pela PF e pela Funai, a Polícia Indígena do Alto Solimões (Piasol) completou um ano de controle sobre a aldeia ticuna Umariaçu, de 4 mil habitantes, adjacente a Tabatinga, na fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia. A 1ª Companhia Indígena de Polícia do Alto Solimões, como se autointitula, foi formada em dezembro de 2008 e tem hoje cerca de 100 soldados, uniformes, estatuto próprio e hierarquia.
A "delegacia", na entrada da aldeia, é improvisada em uma casa de madeira, tem uma cela e um depósito onde estão guardadas garrafas de cachaça apreendidas pelos soldados. O objetivo da milícia - rótulo rejeitado pelos integrantes da Piasol - é "garantir a ordem na aldeia", que, segundo eles, estava à mercê do alcoolismo, consumo de drogas e de um alto índice de suicídio.
De acordo com o cacique Santo Mestâncio Alexandre, que participou da criação da Piasol, a Funai e a PF nunca tomaram providências sobre a violência na aldeia. "Não tinha jeito de melhorar. Sentamos e resolvemos que somos capazes de ter nossa própria segurança", disse. Segundo a milícia, a criminalidade diminuiu muito. Está proibida a entrada de bebidas e drogas.
Para reprimir, a 1ª Companhia da Piasol conta com cassetetes, palmatórias e duas algemas. O cacique admite que há uso de violência em certas ocasiões, como para "apartar briga". "Sem isso, a pessoa não cede", disse. Como punição, os desobedientes, normalmente, ficam presos por 24 horas.
O Estado caminhou com a milícia por uma hora dentro da aldeia. A comunidade mostrou-se indiferente. O clima era de aparente tranquilidade, mas sua presença divide opiniões. Os ticunas não a consideram uma polícia oficial, mas são obrigados a obedecer a um toque de recolher, às 22 horas. Enquanto isso, a PF investiga duas mortes ocorridas em aldeias próximas. A suspeita caiu sobre membros da Piasol.
OESP, 02/12/2009, Nacional, p. A14
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