From Indigenous Peoples in Brazil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.
News
ÍNDIOS REMANESCENTES DO SUDOESTE BAIANO QUEREM ENERGIA ELÉTRICA
22/04/2003
Fonte: A Tarde-Salvador-BA
A tribo pankaru é hoje a última das tribos que habitavam o sudoeste baiano. Os outros povos foram dizimados pela expansão das fazendas de gado e, em menor número, pelos engenhos de cana. Outra parte, como os kamakans, foi aldeada às margens do Rio Pardo. Ainda assim, os pankarus não são originais daquela zona, se constituem, na verdade, uma dissidência dos índios pankararus pernambucanos.
A manifestação típica que marca seus dias de festa é o toré, mantido como um dos únicos traços culturais preservados dos antepassados. Apesar do ritual utilizado este ano para marcar a passagem do Dia do Índio, o que eles mais querem é a ligação da rede de energia para as 17 casas da aldeia. Outra reclamação é contra a falta de sorte com sucessivas plantações, perdidas pelos efeitos da seca. O município em que residem está à beira do São Francisco, mas irrigação é, para eles, uma lenda.
Originários da área geográfica hoje pertencente a Pernambuco, os pankaru, da reserva indígena de Serra do Ramalho, chegaram à Bahia sob a liderança do cacique Apolônio Kinaro, falecido recentemente. Durante muitos anos, viveram como posseiros em Pé da Serra - próximo de onde estão agora -, porém, na década de 70, quando o Incra começou a desapropriar as terras da região para um assentamento composto de 23 agrovilas, tiveram início os conflitos com fazendeiros.
Como os índios também não quiseram morar nas agrovilas projetadas pelo Incra, foi criada uma reserva. Atualmente, eles contam com a tutela da Funai e vivem em uma área de mil hectares, demarcada há 14 anos, agregada à Agrovila 19. Moram em casas construídas há quatro anos, pelo Programa de Chagas e têm água de poço artesiano distribuída nos domicílios. As crianças e os jovens estudam na escola da agrovila e a saúde é responsabilidade da Funasa.
ENERGIA -
O sonho de consumo dos moradores da aldeia é a ligação da energia elétrica para suas casas. Há três anos, a Funasa puxou a rede até a aldeia e há dois anos passou o patrimônio para a Coelba, segundo o presidente da Associação Indígena Pankaru, Edmilson de Souza Silva Pankaru. Ele afirma que essa era uma exigência da empresa para que concluísse o trabalho. "O projeto está pronto há dois anos, mas até agora nós só recebemos promessas", diz o líder pankaru que, junto com os responsáveis pela Funai na reserva, vai notificar o Ministério Público, cobrando providências.
Além da energia, que representará uma mudança profunda na vida dos indígenas, eles aguardam a construção de uma escola na aldeia e cobram a melhoria da estrada de acesso. Eles estão vivendo, em sua maioria, de trabalhos em fazendas circunvizinhas e, segundo o cacique Alfredo José da Silva Pankaru, o maior problema enfrentado na reserva é a seca. Ele diz que há anos a chuva está escassa. "Há dois anos não colhemos nada nem recebemos as cestas básicas que o governo federal enviava", reclama e, com tristeza estampada no rosto, revela "tem gente passando fome porque tá difícil arrumar trabalho.
A manifestação típica que marca seus dias de festa é o toré, mantido como um dos únicos traços culturais preservados dos antepassados. Apesar do ritual utilizado este ano para marcar a passagem do Dia do Índio, o que eles mais querem é a ligação da rede de energia para as 17 casas da aldeia. Outra reclamação é contra a falta de sorte com sucessivas plantações, perdidas pelos efeitos da seca. O município em que residem está à beira do São Francisco, mas irrigação é, para eles, uma lenda.
Originários da área geográfica hoje pertencente a Pernambuco, os pankaru, da reserva indígena de Serra do Ramalho, chegaram à Bahia sob a liderança do cacique Apolônio Kinaro, falecido recentemente. Durante muitos anos, viveram como posseiros em Pé da Serra - próximo de onde estão agora -, porém, na década de 70, quando o Incra começou a desapropriar as terras da região para um assentamento composto de 23 agrovilas, tiveram início os conflitos com fazendeiros.
Como os índios também não quiseram morar nas agrovilas projetadas pelo Incra, foi criada uma reserva. Atualmente, eles contam com a tutela da Funai e vivem em uma área de mil hectares, demarcada há 14 anos, agregada à Agrovila 19. Moram em casas construídas há quatro anos, pelo Programa de Chagas e têm água de poço artesiano distribuída nos domicílios. As crianças e os jovens estudam na escola da agrovila e a saúde é responsabilidade da Funasa.
ENERGIA -
O sonho de consumo dos moradores da aldeia é a ligação da energia elétrica para suas casas. Há três anos, a Funasa puxou a rede até a aldeia e há dois anos passou o patrimônio para a Coelba, segundo o presidente da Associação Indígena Pankaru, Edmilson de Souza Silva Pankaru. Ele afirma que essa era uma exigência da empresa para que concluísse o trabalho. "O projeto está pronto há dois anos, mas até agora nós só recebemos promessas", diz o líder pankaru que, junto com os responsáveis pela Funai na reserva, vai notificar o Ministério Público, cobrando providências.
Além da energia, que representará uma mudança profunda na vida dos indígenas, eles aguardam a construção de uma escola na aldeia e cobram a melhoria da estrada de acesso. Eles estão vivendo, em sua maioria, de trabalhos em fazendas circunvizinhas e, segundo o cacique Alfredo José da Silva Pankaru, o maior problema enfrentado na reserva é a seca. Ele diz que há anos a chuva está escassa. "Há dois anos não colhemos nada nem recebemos as cestas básicas que o governo federal enviava", reclama e, com tristeza estampada no rosto, revela "tem gente passando fome porque tá difícil arrumar trabalho.
The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source