From Indigenous Peoples in Brazil
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Muita água ainda vai rolar na guerra pela polêmica usina

17/04/2010

Fonte: OESP, Economia, p. B4



Muita água ainda vai rolar na guerra pela polêmica usina

Renée Pereira

A briga em torno da hidrelétrica de Belo Monte está longe de acabar. Mesmo que o governo federal consiga realizar o leilão na terça-feira, ainda há muita munição a ser disparada contra o projeto.
Além de uma ação que está em análise pelo juiz federal do Pará, em Altamira, Antonio Carlos Almeida Campelo, o Ministério Público prepara outras medidas contra a usina hidrelétrica de Belo Monte.
O objetivo seria postergar as próximas fases do projeto, como a liberação da licença de instalação e a assinatura do contrato de concessão. Tudo isso pode atrapalhar os planos do governo de contar com essa energia para os próximos anos e até mesmo para os Jogos Olímpicos de 2016. A expectativa inicial é colocar a primeira turbina em operação um ano antes do evento esportivo.
Mas nem ambientalistas nem lideranças indígenas dão sinal de que vão desistir tão cedo da luta. Esta semana, durante uma celebração tradicional dos índios, que contou com a presença do cineasta James Cameron (diretor dos blockbusters Avatar e Titanic), as tribos reforçaram a ameaça de que vão levar a batalha às últimas consequências: "Já alertamos que se essa barragem for construída, vai ter guerra", destaca um trecho da carta assinada por 61 lideranças indígenas, à qual Cameron divulgará mundo afora.
O fato é que o governo terá de pensar numa política mais eficiente se quiser tirar as próximas hidrelétricas do papel. São 19 usinas, todas no norte do País, onde a pressão ambientalista é muito forte. Além disso, é preciso começar a apostar em outras fontes de energia para compor o sistema elétrico nacional, mas não apenas como complemento.
A maior crítica dos ambientalistas é a ineficiência do projeto, que custará R$ 19 bilhões e vai gerar cerca de 40% de sua capacidade (11.203 megawatts). Isso significa que a obra vai ser cara e produzir pouca energia. Outra queixa é o impacto social, que o aumento da população trará para a região carente de infraestrutura. Para eles, a obra é apenas um capricho do presidente Lula. A solução é não construir a usina.
Mas, nesta altura do campeonato, o governo teria de fazer uma enorme ginástica para suprir a energia da usina e garantir o abastecimento do Brasil. Esse é o problema de se apostar apenas num projeto dessa magnitude. Portanto, quem acredita que a polêmica de Belo Monte, que já dura 30 anos, termina com o leilão, engana-se. A usina ainda vai protagonizar muitas disputas, como já ocorreu em outros projetos.

OESP, 17/04/2010, Economia, p. B4

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100417/not_imp539467,0.php
 

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