From Indigenous Peoples in Brazil
News
Índios bloqueiam ferrovia para cobrar a Vale
25/06/2003
Autor: Nilson Santos
Fonte: O Liberal-Belém-PA
Cerca de 100 indíos Gavião da nação Parakategê interditaram trecho da ferrovia de Carajás que passa por dentro da reserva Mãe Maria, em Marabá. O bloqueio começou às 9h da manhã de ontem e impede a passagem de composições com minério de ferro da Serra dos Carajás para o Porto de Itaqui, no Maranhão. A Vale estima prejuízo de R$ 3,5 milhões por dia. Os índios protestam pelo atraso de dois meses no repasse de R$ 250 mil da mineradora, referentes à compensação pelo uso da terra dos Gavião, cuja aldeia fica a 35 quilômetros de Marabá.
Diante da ameaça de interdição, houve reunião no final da tarde de anteontem entre a gerência regional da Funai, representantes da comunidade indígena, dois representantes da Vale e o Procurador da República Sidney Madruga. A empresa disse que não poderia atender as reivindicações. Além dos R$ 250 mil mensais que a Vale repassa, os índios querem mais R$ 5,4 milhões de um termo aditivo ao Projeto de Desenvolvimento Integrado da Comunidade Parakategê.
Documento encaminhado pela Vale à Procuradoria da República diz que o valor acertado no termo aditivo foi de R$ 2.496,050, já incluído o repasse mensal de R$ 122 mil e não R$ 250 mil como afirmam os índios. De acordo com fonte da CVRD, os indígenas querem o reajuste do convênio. A mineradora diz ainda que já foram executados nos últimos meses R$ 1,8 milhão, restando para creditar na conta dos Gavião R$ 739.544,89.
O índio Kiná Gavião disse que por causa do atraso, a nação Paraketegê está com os créditos cortados no comércio de Marabá e não pode pagar supermercados, hospital, farmácia e até um hotel onde os índios ficam hospedados quando têm que permanecer na cidade. "Nosso débito chega a mais de R$ 40 mil", disse Kiná, que é o tesoureiro da aldeia.
Kuia Gavião, filho do cacique Kukrenun Gavião, o "Capitão", confirma que a Vale está atrasada com os compromissos acertados através de convênios, o que segundo ele, está causando grande prejuízo para a sua aldeia. Os guerreiros estão pintados para a guerra e armados com arcos e flexas e pistolas.
Informado sobre o Mandado de Interdito Proibitório expedido no início da tarde de ontem pelo juiz federal Herculano Martins Nacif, Kuia ironizou. "Como pode uma autoridade determinar que sejamos expulsos do que é nosso? Isso aqui são nossas terras. Se a Vale quiser, que tire seus trilhos daqui". Ele deixou claro que os índios não vão se intimidar com nenhum mandado de reintegração de posse e que estão prontos para resistir. Também ouvido em sua casa na aldeia, "Capitão" disse: "A Vale não está respeitando minha assinatura no documento. Não tem porque eu respeitar a passagem deles pela nossa terra".
O gerente interino da Funai, Odinei Rodrigues Haide, disse que a decisão judicial com multa diária de R$ 10 mil já foi encaminhada para a Procuradoria da Funai em Brasília.
Diante da ameaça de interdição, houve reunião no final da tarde de anteontem entre a gerência regional da Funai, representantes da comunidade indígena, dois representantes da Vale e o Procurador da República Sidney Madruga. A empresa disse que não poderia atender as reivindicações. Além dos R$ 250 mil mensais que a Vale repassa, os índios querem mais R$ 5,4 milhões de um termo aditivo ao Projeto de Desenvolvimento Integrado da Comunidade Parakategê.
Documento encaminhado pela Vale à Procuradoria da República diz que o valor acertado no termo aditivo foi de R$ 2.496,050, já incluído o repasse mensal de R$ 122 mil e não R$ 250 mil como afirmam os índios. De acordo com fonte da CVRD, os indígenas querem o reajuste do convênio. A mineradora diz ainda que já foram executados nos últimos meses R$ 1,8 milhão, restando para creditar na conta dos Gavião R$ 739.544,89.
O índio Kiná Gavião disse que por causa do atraso, a nação Paraketegê está com os créditos cortados no comércio de Marabá e não pode pagar supermercados, hospital, farmácia e até um hotel onde os índios ficam hospedados quando têm que permanecer na cidade. "Nosso débito chega a mais de R$ 40 mil", disse Kiná, que é o tesoureiro da aldeia.
Kuia Gavião, filho do cacique Kukrenun Gavião, o "Capitão", confirma que a Vale está atrasada com os compromissos acertados através de convênios, o que segundo ele, está causando grande prejuízo para a sua aldeia. Os guerreiros estão pintados para a guerra e armados com arcos e flexas e pistolas.
Informado sobre o Mandado de Interdito Proibitório expedido no início da tarde de ontem pelo juiz federal Herculano Martins Nacif, Kuia ironizou. "Como pode uma autoridade determinar que sejamos expulsos do que é nosso? Isso aqui são nossas terras. Se a Vale quiser, que tire seus trilhos daqui". Ele deixou claro que os índios não vão se intimidar com nenhum mandado de reintegração de posse e que estão prontos para resistir. Também ouvido em sua casa na aldeia, "Capitão" disse: "A Vale não está respeitando minha assinatura no documento. Não tem porque eu respeitar a passagem deles pela nossa terra".
O gerente interino da Funai, Odinei Rodrigues Haide, disse que a decisão judicial com multa diária de R$ 10 mil já foi encaminhada para a Procuradoria da Funai em Brasília.
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