From Indigenous Peoples in Brazil
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Noticias
Sentar nos trilhos
21/07/2003
Autor: Belisa Ribeiro
Fonte: Jornal do Brasil-Rio de Janeiro-RJ
Documentos anexos
Sentar nos trilhos. A expressão está famosa em Marabá, Pará e designa uma nova modalidade de fazer dinheiro. Há 20 dias, rendeu R$ 250 mil aos índios Gavião que literalmente sentaram nos trilhos da Estrada de Ferro Carajás e obtiveram os recursos da Vale do Rio Doce. A empresa utiliza a ferrovia para escoar sua produção.
Os conflitos entre a companhia e os índios datam de 1988, quando acabou um convênio - assinado cinco anos antes, no início do Projeto Carajás. Condicionava o financiamento da mina, da ferrovia e do porto novos à destinação de parte dos recursos ao atendimento das comunidades indígenas na área de influência do projeto, nos Estados do Pará, Maranhão e Goiás (hoje Tocantins). O convênio valeria até que os índios se tornassem auto-suficientes. A realidade, hoje, é bem diferente. Somente este ano, a Vale repassará R$ 10 milhões para sete comunidades e as reivindicações não param.
Os pedidos de caciques e lideranças geraram até mesmo tabelas que discriminam o bem solicitado, o valor e o nome do requisitante. Para se ter uma idéia de custos, a tabela ''Parte Náutica'', de dezembro do ano passado, mostra pedidos de motores de popa, cascos e reformas de barcos no total de R$ 69.105,00. Tudo em nome de um cacique. No total, os pedidos de dezembro do ano passado até agora somam quase R$ 3 milhões.
Os índios da Aldeia Kyikatéjê Amtáti divulgaram ''nota de esclarecimento à sociedade'' em 28 de junho, logo após a Polícia Federal ter desimpedido a ferrovia, eximindo-se de responsabilidade pela invasão e culpando os índios da tribo Gavião Parkatêjé. Murici Reis, diretor de Meio Ambiente da Vale, confirma.
- Exatamente como entre brancos, no meio dos índios há gente boa e gente ruim. Eles ainda sofrem a influência de comerciantes e empreiteiros que se fiam que a Vale cobrirá qualquer despesa. Oferecem crédito muito acima das possibilidades dos indígenas. De qualquer forma, a Vale continua apostando no relacionamento com gente boa e tem condições de, juntamente com a Funai, contribuir para a qualidade de vida destes povos. O que não é possível é desvirtuar essa relação em que os recursos foram previstos para saúde e educação, e não para bens de consumo.
Exemplos de desvio de propósitos do convênio estão nas reivindicações não atendidas que levaram à invasão da ferrovia. Entre elas, segundo a direção da Vale, o pagamento de mesada de R$ 800 para 140 índios. Por enquanto, a situação se acalmou com a assinatura de novo acordo, homologado pelo Ministério da Justiça e pela direção nacional da Funai.
Os conflitos entre a companhia e os índios datam de 1988, quando acabou um convênio - assinado cinco anos antes, no início do Projeto Carajás. Condicionava o financiamento da mina, da ferrovia e do porto novos à destinação de parte dos recursos ao atendimento das comunidades indígenas na área de influência do projeto, nos Estados do Pará, Maranhão e Goiás (hoje Tocantins). O convênio valeria até que os índios se tornassem auto-suficientes. A realidade, hoje, é bem diferente. Somente este ano, a Vale repassará R$ 10 milhões para sete comunidades e as reivindicações não param.
Os pedidos de caciques e lideranças geraram até mesmo tabelas que discriminam o bem solicitado, o valor e o nome do requisitante. Para se ter uma idéia de custos, a tabela ''Parte Náutica'', de dezembro do ano passado, mostra pedidos de motores de popa, cascos e reformas de barcos no total de R$ 69.105,00. Tudo em nome de um cacique. No total, os pedidos de dezembro do ano passado até agora somam quase R$ 3 milhões.
Os índios da Aldeia Kyikatéjê Amtáti divulgaram ''nota de esclarecimento à sociedade'' em 28 de junho, logo após a Polícia Federal ter desimpedido a ferrovia, eximindo-se de responsabilidade pela invasão e culpando os índios da tribo Gavião Parkatêjé. Murici Reis, diretor de Meio Ambiente da Vale, confirma.
- Exatamente como entre brancos, no meio dos índios há gente boa e gente ruim. Eles ainda sofrem a influência de comerciantes e empreiteiros que se fiam que a Vale cobrirá qualquer despesa. Oferecem crédito muito acima das possibilidades dos indígenas. De qualquer forma, a Vale continua apostando no relacionamento com gente boa e tem condições de, juntamente com a Funai, contribuir para a qualidade de vida destes povos. O que não é possível é desvirtuar essa relação em que os recursos foram previstos para saúde e educação, e não para bens de consumo.
Exemplos de desvio de propósitos do convênio estão nas reivindicações não atendidas que levaram à invasão da ferrovia. Entre elas, segundo a direção da Vale, o pagamento de mesada de R$ 800 para 140 índios. Por enquanto, a situação se acalmou com a assinatura de novo acordo, homologado pelo Ministério da Justiça e pela direção nacional da Funai.
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