From Indigenous Peoples in Brazil
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News

Novo presídio: Índios dizem "não"

30/09/2010

Autor: Emilio Rotta

Fonte: O Informativo - http://www.informativo.com.br/



Lajeado - Não foi a palavra mais ouvida, por parte de indígenas da tribo caingangue, que participaram de audiência com o procurador da República, Nilo Camargo, e integrantes da prefeitura, ontem à tarde. O encontro foi marcado com o objetivo de que fossem apresentadas, aos índios, as propostas da Administração Municipal, que serviriam de contrapartida pela nova mudança que a tribo seria obrigada a passar em decorrência da construção de um novo presídio no Bairro Santo Antônio. O terreno escolhido é próximo do local onde vivem os caingangues, o que impossibilitaria a obra devido ao impacto de vizinhança que causaria.

O cacique Dilor Vaz chegou a escutar com impaciência algumas das propostas, mas ainda na primeira metade do encontro deixou claro que não estava ali para negociar. Disse "não" à maior parte das ofertas feitas pelos representantes do governo - o secretário de Indústria e Comércio Carlos Martini; o secretário de Obras, Mozart Lopes; e o procurador do Município, Marcelo Caumo -, e disse que não acreditaria em nenhuma promessa. "Não tenho mais nada a tratar sobre isso. Se for para fazer algo, vai ser do jeito que eu quiser. Não vou aceitar que empurrem o presídio goela abaixo da gente. Não tem negociação: queremos cinco hectares de terra no local que a gente escolher", sentenciou.

As dificuldades enfrentadas pela prefeitura estão no fato de que não há local desse tamanho à venda nas imediações da tribo e de forma que fique próximo da escola para as crianças indígenas e perto das indústrias de beneficiamento de aves onde trabalham alguns integrantes da tribo, e é isso que busca Vaz.
"Estamos sendo tratados como marginais. Por que brigar por causa dessa porcaria? Vocês (governos municipal e estadual) nunca vão pagar o que devem aos índios", afirmou.

Propostas e reunião
As negativas de Dilor Vaz levaram os representantes da prefeitura a ampliarem a oferta de investimentos na tribo ainda durante a reunião. Eles mantiveram as propostas de criar um quiosque de venda de artesanato para os índios no Parque dos Dick (na antiga parada de ônibus ou nas proximidades do lago), de erguer 13 residências para a tribo na nova área e de construir um galpão para a comunidade. Mas ampliaram a primeira oferta de instalação dos indígenas em uma área de meio hectare para um espaço de dois hectares - o máximo disponível para a venda naquela região, segundo Mozart Lopes.
Apesar da possibilidade de o novo presídio não sair, com os impedimentos apontados ontem, uma nova reunião entre prefeitura e a secretária-geral de Governo, Ana Pellini, será realizada hoje em Lajeado. No encontro, a Administração Municipal apresentará as propostas feitas à tribo e as exigências dos caingangues. Apesar de não haver confirmação oficial, uma nova sugestão de local para a obra poderá ser apresentada. A área também ficaria no Bairro Santo Antônio.

http://www.informativo.com.br/w2w_portal/interna.php?EDA=580&NID=54080
 

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