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Índios invadem Funasa de Barra

15/10/2010

Autor: Francis Amorim

Fonte: Diário de Cuiabá - http://www.diariodecuiaba.com.br/



Lideranças de duas terras indígenas da região do Vale do Araguaia fecharam ontem o Distrito Sanitário da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em Barra do Garças. O protesto é contra a falta de assistência às famílias que residem nas Terras São Marcos, em Barra, e Parabubure, no município de Campinápolis (565 quilômetros da Capital). Dez lideranças estão acampadas na sede do órgão e prometem permanecer no local por tempo indeterminado.

Segundo o conselheiro distrital Crisanto Rudzö Tseremey'wá, os índios xavantes estão "morrendo míngua nas aldeias pelo descaso da Funasa com a Organização Não Ambiental Gangazumba, responsável pela prestação de serviços nas aldeias". Crisanto destacou que os recursos repassados pelo governo federal não estão sendo aplicados pelo órgão no pagamento dos servidores que atendem as comunidades indígenas.

O protesto está sendo liderado pelo presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi), Marco Antônio Tsahöbö, e caciques das duas terras indígenas. Eles argumentam ainda que a Funasa resolveu "lavar" as mãos depois que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, baixou decreto criando a Secretaria Especial de Saúde Indígena. "A secretaria foi criada, mas ainda não ocorreu à transferência, mas a Funasa já deixou de assistir às famílias", protestou Crisanto.

Durante a manifestação, os indígenas decidiram fazer uma série de exigências para desocupar a sede do Distrito Sanitário. Eles exigem a saída do chefe do órgão, João Martins, e da sua substituta imediata, Maria Maranhão. "Eles são responsáveis pelo caos na saúde indígenas. Não pagam os funcionários e deixam que os recursos destinados as nossas famílias sejam remanejados para outras áreas", alertou o conselheiro. As reivindicações já foram encaminhadas a Funasa, em Cuiabá.

REVOLTA - "Esse é o sentimento de a gente do Movimento Indígena Xavante", disse Isabel Xavante. Ontem à tarde ela esteve na sede da Funasa, ocupada pelas lideranças das Terras São Marcos e Parabubure, para apoiar o protesto e cobrar melhorias para a saúde indígena. "Estou decepcionada. Nosso povo está morrendo a caminho do Pronto-Socorro por falta de assistências nas aldeias. Não temos médicos, enfermeiros e nem meio de transporte para levar nossos doentes à cidade. A situação é precária", protestou.

Segundo a agente, falta planejamento para que os índios tenham uma saúde de qualidade. "A Funasa dispensa funcionários e nós sofremos as consequências. Somos as maiores vítimas. Hoje não podemos nem dar assistência aos familiares na Casa de Saúde Indígena (Casai) porque somos proibidos. Precisamos mudar essa situação", cobrou, dando ênfase que as mortes nas aldeias aumentam a cada dia atingindo velhos, crianças, jovens e adultos.


http://www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=381308
 

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