From Indigenous Peoples in Brazil
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News
ONG tenta ajudar índios desgarrados em Curitiba
11/09/2003
Autor: Mauri König
Fonte: Gazeta do Povo-Curitiba-PR
Filho de cacique assassinado retoma luta pelos direitos dos indígenas
Romancil Kretan: censo vai mostrar realidade de índios que se mudaram para a cidade grande. (Jorge Woll)
O cacique caigangue Angelo Kretan morreu de forma misteriosa aos 36 anos, em janeiro de 1980, no auge da luta pelas terras indígenas contra os grileiros na região de Mangueirinha, no sudoeste do Paraná. Duas décadas depois, o filho dele, Romancil Kretan, 31, inicia um novo movimento, desta vez pelo reconhecimento da cultura dos índios que vivem desgarrados na periferia de Curitiba e Região Metropolitana. "Para sermos reconhecidos e respeitados", anuncia o caigangue que mora há 13 anos na capital.
"Queremos mostrar para a sociedade que estamos aqui", diz Kretan. E estão, embora a maioria dos curitibanos não saiba. Ele estima que só na capital existam cerca de 300 índios. O número exato será possível após o início das atividades da Organização do Resgate Crítico da Cultura Indígena de Curitiba e Região Metropolitana (ORCCIP-CURIM), cuja diretoria tomou posse ontem, na Secretaria de Cultura do Estado. "Vamos tentar cadastrar todas as famílias", explica o tesoureiro da entidade, Paulo Rodrigues Chagas.
"Muitos de nós estão aqui e ninguém sabe disso", reclama Kretan, que trabalha com comunicação visual. Segundo ele, as entidades estatais encarregadas de apoiar os povos indígenas (duas federais e uma estadual) pouco atuam em favor dos índios urbanos no Paraná. "Todos têm direito à assistência garantida por lei federal, não importa onde vivem", enfatiza Kretan. Integrantes de diversas etnias moram em favelas e bairros da periferia de Curitiba. "A maioria em condições precárias", denuncia.
Os indígenas passam por muitas privações nos centros urbanos, o que está fazendo com que se distanciem de suas raízes. "Precisamos resgatar nossa cultura", diz o presidente da ORCCIP-CURIM. Para essa finalidade, a organização recém-criada conta com apoio das secretarias estaduais de Educação e Cultura. A diretoria busca ajuda para custear um professor bilíngüe que ensine as crianças indígenas da cidade o idioma dos pais, que vem perdendo espaço à medida que aumenta a permanência nas cidades.
Mas a ambição da nova organização é ainda maior. Os índios pensam em conseguir um memorial ou um centro cultural. "Em Curitiba tem memorial de tudo, e nós que somos os primeiros moradores do Paraná não temos nada", reclama Kretan. Segundo ele, nunca houve preocupação dos governos de preservar a cultura dos povos nativos, que buscam melhores condições de vida nas cidades por causa da falta de investimentos nas poucas aldeias que restaram. "É tarde, mas ainda há tempo de reparar esse erro".
Romancil Kretan: censo vai mostrar realidade de índios que se mudaram para a cidade grande. (Jorge Woll)
O cacique caigangue Angelo Kretan morreu de forma misteriosa aos 36 anos, em janeiro de 1980, no auge da luta pelas terras indígenas contra os grileiros na região de Mangueirinha, no sudoeste do Paraná. Duas décadas depois, o filho dele, Romancil Kretan, 31, inicia um novo movimento, desta vez pelo reconhecimento da cultura dos índios que vivem desgarrados na periferia de Curitiba e Região Metropolitana. "Para sermos reconhecidos e respeitados", anuncia o caigangue que mora há 13 anos na capital.
"Queremos mostrar para a sociedade que estamos aqui", diz Kretan. E estão, embora a maioria dos curitibanos não saiba. Ele estima que só na capital existam cerca de 300 índios. O número exato será possível após o início das atividades da Organização do Resgate Crítico da Cultura Indígena de Curitiba e Região Metropolitana (ORCCIP-CURIM), cuja diretoria tomou posse ontem, na Secretaria de Cultura do Estado. "Vamos tentar cadastrar todas as famílias", explica o tesoureiro da entidade, Paulo Rodrigues Chagas.
"Muitos de nós estão aqui e ninguém sabe disso", reclama Kretan, que trabalha com comunicação visual. Segundo ele, as entidades estatais encarregadas de apoiar os povos indígenas (duas federais e uma estadual) pouco atuam em favor dos índios urbanos no Paraná. "Todos têm direito à assistência garantida por lei federal, não importa onde vivem", enfatiza Kretan. Integrantes de diversas etnias moram em favelas e bairros da periferia de Curitiba. "A maioria em condições precárias", denuncia.
Os indígenas passam por muitas privações nos centros urbanos, o que está fazendo com que se distanciem de suas raízes. "Precisamos resgatar nossa cultura", diz o presidente da ORCCIP-CURIM. Para essa finalidade, a organização recém-criada conta com apoio das secretarias estaduais de Educação e Cultura. A diretoria busca ajuda para custear um professor bilíngüe que ensine as crianças indígenas da cidade o idioma dos pais, que vem perdendo espaço à medida que aumenta a permanência nas cidades.
Mas a ambição da nova organização é ainda maior. Os índios pensam em conseguir um memorial ou um centro cultural. "Em Curitiba tem memorial de tudo, e nós que somos os primeiros moradores do Paraná não temos nada", reclama Kretan. Segundo ele, nunca houve preocupação dos governos de preservar a cultura dos povos nativos, que buscam melhores condições de vida nas cidades por causa da falta de investimentos nas poucas aldeias que restaram. "É tarde, mas ainda há tempo de reparar esse erro".
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