From Indigenous Peoples in Brazil

News

ÍNDIOS GUARANI-KAIOWÁ EXIGEM REGULARIZAÇÃO DE SUAS TERRAS

23/10/2003

Fonte: Cimi-Informe 586-Brasília-DF



Uma delegação composta por 39 lideranças do povo Guarani-Kaiowá esteve em Brasília, nesta semana, para reivindicar junto à Funai, Ministério Público e Ministério da Justiça, providências urgentes para as terras que se encontram sem nenhuma sinalização quanto à regularização fundiária. Cerca de 80 porcento das áreas Guarani-Kaiowá, em conflitos no Mato Grosso do Sul, estavam representadas por está delegação.

As lideranças estiveram reunidas com o Presidente da Funai, Ministério Público Federal e com a Diretoria de Assuntos Fundiários do órgão indigenista (DAF). Segundo Amilton Lopes Kaiowá, eles estão voltando para suas áreas com respostas positivas. Depois desta visita a situação tende a melhorar."A DAF ficou de criar Grupos Técnicos para fazer o levantamento fundiário de três áreas. O Ministério Público Federal vai conversar com todos os órgãos responsáveis para resolver nossos problemas e o presidente da Funai disse que vai fazer o que for possível para agilizar os processos. Com isso nós acreditamos que vamos ter algumas ações melhores. Essa nossa vinda aqui vai melhorar nossa situação", disse.

A delegação esteve reunida ainda com Augustino Pedro, assessor jurídico da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Fizeram relatos sobre casos de tortura, abusos sexuais e homicídios cometidos por pistoleiros. Eles lembraram o assassinato do cacique Marcos Veron espancado até à morte, dia 13 de janeiro e de outras lideranças que foram assassinadas lutando pela conquista da terra. Augustino prometeu encaminhar os relatos de violência à Secretaria de Direitos Humanos, para que possa acompanhar e assegurar que a Polícia Federal cumpra seu papel resolvendo os casos. Antônio Gomes, liderança Guarani-Kaiowá, acredita que com essa visita a Comissão seja possível "levar para a comunidade um sinal de esperança, pondo um fim às violências".


No Mato Grosso do Sul, estado que concentra cerca de 30 mil Guarani-Kaiowá, existem mais de 40 terras indígenas com situação fundiária irregular. Violência, preconceito, assassinato e outros crimes contra os povos indígenas, principalmente contra os Guarani-Kaiowá, são freqüentes por conta das investidas de fazendeiros e políticos contrários aos índios no estado.

Dentre as terras reivindicadas, cabe destacar a Sucuriy, em Maracaju,cerca de 200 quilômetros de Campo Grande. Lá mais de 200 famílias tentam sobreviver em um território de 64 hectares, por conta de um acordo feito entre fazendeiros e índios intermediado pelo Ministério Público Federal. O acordo condiciona a saída dos invasores da terra ao término do processo declaratório que se encerra com o registro da terra na Secretaria de Patrimônio da União (SPU). A terra de 535 hectares, foi homologada e registrada no Cartório de Registro de Imóveis, em 1998, restando apenas o registro na SPU. Cinco anos depois os índios continuam confinados em uma área sem as mínimas condições para subsistência.
 

The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source