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PF apreende armamento de guerra em aldeia indígena do Alto Solimões, no Amazonas

18/10/2011

Autor: Elaíze Farias

Fonte: A Crítica (AM) - http://acritica.uol.com.br



Entre as armas encontradas em poder de colombiano e brasileiro estão granadas, pistolas e um fuzil


A Polícia Federal apreendeu na tarde desta terça-feira (18) em uma comunidade indígena da região do Alto Solimões, no Amazonas, uma arsenal de guerra, como granada e fuzil.

As armas estavam em poder de um colombiano e um brasileiro não-indígena, segundo a PF.

As armas foram localizadas em um terreno da aldeia Umariaçu II, onde vive população da etnia ticuna, localizada a 20 minutos o município de Tabatinga (a 1.106 quilômetros de Manaus), fronteira com a Colômbia.

Foram apreendidos um fuzil, 11 granadas, seis granadas de lança (além de uma lança-granada), uma sub-metralhadora calibre Ponto 40 e uma pistola 9mm. Participaram da operação quatro policiais militares e 12 policiais federais.

Segundo informações obtidas de um agente da PF, os policiais chegaram até a aldeia após denúncia anônima.

Os dois homens foram presos por porte ilegal de arma e levados para a sede da PF, em Tabatinga, onde seriam ouvidos antes se serem encaminhados para o presídio. Ainda não se sabe, até o momento, se há indígenas envolvidos no caso.

A coordenação da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Tabatinga tomou conhecimento do caso, mas não informou sobre a participação dos indígenas.

Pedro Cruz Gabriel, funcionário da Funai naquele município, informou que soube apenas por meio do cacique Grande (ele foi identificado apenas desta forma) que "armas foram encontradas enterradas na casa de uma senhora da comunidade indígena".


Piasol

Segundo Gabriel, que também é indígena ticuna, a PF entrou em contato com a Funai mas não deu "maiores informações". "Não sabemos se tem índio preso", afirmou Gabriel, que é morador da aldeia Umariaçu I, vizinha de Umariaçu II.

Umariaçu II é a comunidade indígena que há dois anos foi alvo de matérias e discussões polêmicas sobre a criação de uma suposta milícia indígena.

Os indígenas sempre negaram pertencer a milícias, mas admitiram que montaram um serviço de policiamento para evitar entrada de drogas e bebidas na aldeia. O alvo deste policiamento eram os próprios indígenas.

As supostas milícias chegaram a ser investigadas pela Polícia Federal, mas o resultado da ação nunca foi divulgado.

Em abril de 2009, a equipe do jornal A CRÍTICA esteve na aldeia Umariaçu, e identificou que a população da comunidade (a maioria composta por reservistas ) havia criado um serviço batizado inicialmente de Serviço de Proteção ao Índio (o mesmo nome da antiga Funai). Tempos depois, este serviço foi rebatizado para Polícia Indígena do Alto Solimões (Piasol).


Cacetetes

Lideranças indígenas de Umariaçu II chegaram a pedir apoio de entidades do movimento indígena em Manaus e solicitaram a regulamentação da Piasol pela Procuradoria da República. Nesta regulamentação havia a inclusão de remuneração dos indígenas que atuavam como soldados.

Nesta terça-feira, ao ser questionado sobre a existência da Piasol, Pedro Cruz Gabriel afirmou que este policiamento está desativado porque os indígenas tiveram dificuldades de continuar atuando.

Autora de uma dissertação de mestrado sobre a Piasol e os indígenas ticuna, a mestranda em Antropologia pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Mislene Mendes, afirma que nunca identificou armas de fogo na aldeia durante a sua fase de pesquisa de campo, no início deste ano.

"O que eu sei é que eles usavam cacetetes e fios elétricos. Não vi arma de fogo nem faca. Mas eles já estavam enfraquecidos", afirmou Mislene, que também é indígena ticuna.

Para Mislene, a presença de armas de fogo na aldeia por ter alguma relação com a proximidade do local com a fronteira com a Colômbia.

O portal acrítica.com tentou falar com alguma liderança de Umariaçu II mas não conseguiu.


http://acritica.uol.com.br/amazonia/Amazonia-Amazonas-Manaus-Policia-Federal-apreende-armamento-Amazonas_0_574742972.html
 

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