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Bairros da região sul não querem instalação de casa para os índios

17/07/2013

Autor: Pedro Sarolli

Fonte: O Paraná - http://www.oparana.com.br



Uma reunião será realizada hoje, às 20h, no salão comunitário do Jardim União, região sul de Cascavel, onde será debatido pelas lideranças e população dos bairros daquela região a provável instalação da Casa de Passagem Indígena. Todos os presidentes das associações não querem que o projeto seja concretizado, pois entendem que a comunidade deveria ser ouvida e o assunto debatido em audiência pública. O terreno fica localizado próximo à Rua Rio da Paz, na área rural.

Um dos organizadores do encontro é o presidente do Jardim União, Izair Fávero. Ele afirma não ser contrário à medida, mas garante que a população foi excluída do direito de opinar. "Uma audiência pública seria o mais justo. Nós como líderes comunitários, em nenhum momento fomos procurados. Nem eu, nem um deputado ou vereador pode impor algo sem saber se o povo concorda", comenta.

Izair, apesar de organizador, é o mais ponderado. Os outros presidentes de comunidades da região são extremamente contrários. "Não aprovo. Eles têm o lugar deles na aldeia e a terra deles. Além de viver brigando por mais terra, agora querem vir para cá? A prefeitura deve investir na população da cidade e não neles. Não os quero na minha região", afirmou a presidente do Bairro Universitário, Sandra Mara Soldan.
E a rejeição continua. "Todo mundo acha que não vale a pena. A "indiarada" vai tomar conta do bairro. Nem os líderes nem o povo querem", diz o mandatário do Bairro Santa Felicidade, Valmir Carlos Neves, o Paçoca.

Já a representante dos moradores do Turisparque, Claudezina Ponciaro, dúvida da eficácia do projeto. "Se não houver uma estrutura adequada, não vai funcionar. Se eles continuarem a agir como fazem na rodoviária, não acho certo eles virem fazer o mesmo aqui. Precisamos ter certeza que será um bom projeto e funcional, e que não cause mais problemas", afirmou.

Outro lado

O vereador e indigenista Paulo Porto (PCdoB) defende que o melhor lugar para a instalação seria ao lado da rodoviária, tanto pela proximidade e outros fatores. Porém, ele disse que concorda com as razões da escolha do local. "As lideranças kaigang vistoriaram a área e aprovaram. A Secretaria de Assistência Social tem esse respaldo", conta. Quanto à vantagem de estar instalado próximo à Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), ele ressalta a possibilidade de serem estabelecidos convênios com a instituição de ensino.

Ele apoia o projeto, mas acredita que a maneira ideal de funcionamento seria uma espécie de Cras (Centro de Referência em Assistência Social) indígena, dando todo suporte necessário. Sobre a negativa da população da região sul, a secretária de Assistência Social, Inês de Paula, diz que a única alternativa é o diálogo. "Esperamos que a comunidade entenda e entre em contato conosco. Não fui convidada, mas estou à disposição para explicar o lado do Poder Executivo", disse Inês.



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