From Indigenous Peoples in Brazil
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Acic quer índios em aldeias, Porto rechaça
24/07/2013
Fonte: CGN - http://cgn.uol.com.br
O projeto da Casa de Passagem está pronto e a área definida para a construção fica na Estrada Rio da Paz...
Em Cascavel, brancos e índios estão em pé de guerra. E não se trata de nenhuma manchete sensacionalista requentada do início do século passado ou dos primórdios da colonização da cidade, quando confrontos entre fazendeiros e indígenas não eram raros.
A notícia é de agora, só que desta vez as armas para a guerra não serão o arco e flecha ou as escopetas. Desta vez a batalha é política e as armas em campo são papel, caneta e boa dose de bom senso.
Ontem a Acic (Associação Comercial e Industrial de Cascavel) resolveu tomar frente e, durante reunião de sua diretoria, presidida pelo empresário José Torres Sobrinho, posicionou-se contra a possível construção de uma Casa de Passagem a Indígenas em Cascavel.
A entidade defende investimentos em infraestrutura e qualidade de vida nas aldeias e reservas em vez de investimentos dentro da área urbana de Cascavel. Para tanto, resolveu elaborar um documento oficial que será enviado às autoridades para barrar a iniciativa pública em debate.
No documento, os empresários classificam como perigosa tendência que, poderá se multiplicar pelo Brasil, a ideia da Casa de Passagem Indígena. Para eles, o mais sensato nessa discussão é incentivar a criação de estruturas melhores para os índios em suas próprias aldeias. "É para isto que existem essas extensas áreas de terra em todo o Brasil, justamente para garantir uma vida digna a esses povos nativos em áreas que hoje respondem por 12,5% de todo o território nacional", disse o presidente da entidade.
Denúncia
A Acic acusou a Funai (Fundação Nacional do Índio), com base nos últimos fatos, de fomentar as saídas de índios das reservas, justamente com o intuito de reivindicar novas áreas, como ocorre em Guaíra e em Terra Roxa onde, segundo eles, comprovadamente não havia índios antes da promulgação da Constituição de 1988.
A entidade aproveitou para sugerir mais incentivos à produção de artesanato e de locais dentro da aldeia, que sirvam para a comercialização e a visitação de turistas. Desta forma seria mais produtivo e haveria valorização da cultura desses brasileiros.
Quanto à Casa de Passagem, argumentam que sua construção, apenas contribuiria para a disseminação de imagens degradantes e vistas com frequência em Cascavel e em outras cidades, de índios abandonados nas ruas e sob o efeito de álcool e outras drogas.
Outro lado
O vereador e indigenista Paulo Porto (PCdoB) classificou a posição da Acic como inapropriada, sem fundamento e altamente discriminatória. Para ele, não se pode prender índios dentro de reservas como se fossem bichos. "Existe um fenômeno, que não é recente e, que vai continuar acontecendo, que é a perambulação de famílias Kaingang e Guaranis pela cidade.
Apesar desta situação não ser recente, até hoje não temos nenhuma política pública para evitar que estes índios tenham contato com o alcoolismo, com a mendicância e a prostituição. Em minha opinião temos dois caminhos, que precisam ser trilhados juntos. Um é o de fortalecer as aldeias e dar sustentabilidade. A outra é a de acolher com dignidade, criando um projeto de política pública, como o da Casa de Passagem do índio em Cascavel. Que fique claro que casa de passagem não é hotel, mas é imperativa a sua construção por razões humanitárias", esclareceu.
O vereador defende como projeto primordial de seu mandato e uma de suas bandeiras a solução para esta problemática e a construção da Casa de Passagem é defendida pelo vereador como proposta que não pode ser abandonada. "Neste momento, a Casa de Passagem é o caminho para dar dignidade e abrigo aos índios. O que a Acic está defendendo é puro preconceito contra estes povos. Assim como resulta do preconceito a afirmação de que não existia indígenas nesta região antes dos anos 80".
O vereador classificou como mentirosas as declarações atribuídas à ministra da Casa Civil de que estudos da Embrapa indicam que não haviam índios em áreas como Guairá e Terra Roxa, assim como outras regiões do Oeste do Estado. "Eu recebi no último dia 11 de julho documento oficial onde a Embrapa disse textualmente que não possui tais estudos, nem qualquer atribuição para se pronunciar sobre aspectos antropológicos, étnicos ou de mérito envolvendo a identificação, declaração ou demarcação de terras indígenas no Brasil", diz o vereador.
O projeto da Casa de Passagem está pronto e a área definida para a construção fica na Estrada Rio da Paz.
http://cgn.uol.com.br/noticia/59295/acic-quer-indios-em-aldeias-porto-rechaca
Em Cascavel, brancos e índios estão em pé de guerra. E não se trata de nenhuma manchete sensacionalista requentada do início do século passado ou dos primórdios da colonização da cidade, quando confrontos entre fazendeiros e indígenas não eram raros.
A notícia é de agora, só que desta vez as armas para a guerra não serão o arco e flecha ou as escopetas. Desta vez a batalha é política e as armas em campo são papel, caneta e boa dose de bom senso.
Ontem a Acic (Associação Comercial e Industrial de Cascavel) resolveu tomar frente e, durante reunião de sua diretoria, presidida pelo empresário José Torres Sobrinho, posicionou-se contra a possível construção de uma Casa de Passagem a Indígenas em Cascavel.
A entidade defende investimentos em infraestrutura e qualidade de vida nas aldeias e reservas em vez de investimentos dentro da área urbana de Cascavel. Para tanto, resolveu elaborar um documento oficial que será enviado às autoridades para barrar a iniciativa pública em debate.
No documento, os empresários classificam como perigosa tendência que, poderá se multiplicar pelo Brasil, a ideia da Casa de Passagem Indígena. Para eles, o mais sensato nessa discussão é incentivar a criação de estruturas melhores para os índios em suas próprias aldeias. "É para isto que existem essas extensas áreas de terra em todo o Brasil, justamente para garantir uma vida digna a esses povos nativos em áreas que hoje respondem por 12,5% de todo o território nacional", disse o presidente da entidade.
Denúncia
A Acic acusou a Funai (Fundação Nacional do Índio), com base nos últimos fatos, de fomentar as saídas de índios das reservas, justamente com o intuito de reivindicar novas áreas, como ocorre em Guaíra e em Terra Roxa onde, segundo eles, comprovadamente não havia índios antes da promulgação da Constituição de 1988.
A entidade aproveitou para sugerir mais incentivos à produção de artesanato e de locais dentro da aldeia, que sirvam para a comercialização e a visitação de turistas. Desta forma seria mais produtivo e haveria valorização da cultura desses brasileiros.
Quanto à Casa de Passagem, argumentam que sua construção, apenas contribuiria para a disseminação de imagens degradantes e vistas com frequência em Cascavel e em outras cidades, de índios abandonados nas ruas e sob o efeito de álcool e outras drogas.
Outro lado
O vereador e indigenista Paulo Porto (PCdoB) classificou a posição da Acic como inapropriada, sem fundamento e altamente discriminatória. Para ele, não se pode prender índios dentro de reservas como se fossem bichos. "Existe um fenômeno, que não é recente e, que vai continuar acontecendo, que é a perambulação de famílias Kaingang e Guaranis pela cidade.
Apesar desta situação não ser recente, até hoje não temos nenhuma política pública para evitar que estes índios tenham contato com o alcoolismo, com a mendicância e a prostituição. Em minha opinião temos dois caminhos, que precisam ser trilhados juntos. Um é o de fortalecer as aldeias e dar sustentabilidade. A outra é a de acolher com dignidade, criando um projeto de política pública, como o da Casa de Passagem do índio em Cascavel. Que fique claro que casa de passagem não é hotel, mas é imperativa a sua construção por razões humanitárias", esclareceu.
O vereador defende como projeto primordial de seu mandato e uma de suas bandeiras a solução para esta problemática e a construção da Casa de Passagem é defendida pelo vereador como proposta que não pode ser abandonada. "Neste momento, a Casa de Passagem é o caminho para dar dignidade e abrigo aos índios. O que a Acic está defendendo é puro preconceito contra estes povos. Assim como resulta do preconceito a afirmação de que não existia indígenas nesta região antes dos anos 80".
O vereador classificou como mentirosas as declarações atribuídas à ministra da Casa Civil de que estudos da Embrapa indicam que não haviam índios em áreas como Guairá e Terra Roxa, assim como outras regiões do Oeste do Estado. "Eu recebi no último dia 11 de julho documento oficial onde a Embrapa disse textualmente que não possui tais estudos, nem qualquer atribuição para se pronunciar sobre aspectos antropológicos, étnicos ou de mérito envolvendo a identificação, declaração ou demarcação de terras indígenas no Brasil", diz o vereador.
O projeto da Casa de Passagem está pronto e a área definida para a construção fica na Estrada Rio da Paz.
http://cgn.uol.com.br/noticia/59295/acic-quer-indios-em-aldeias-porto-rechaca
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