From Indigenous Peoples in Brazil
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Crianças e adolescentes indígenas discutirão mortes e questões territoriais na Câmara
21/10/2013
Autor: Malú Damázio
Fonte: Rede Brasil Atual - http://www.redebrasilatual.com.br
Jovens vão entregar a ministros um manifesto pedindo que o governo trabalhe pelo arquivamento da PEC que transfere ao Legislativo a demarcação de terras
São Paulo - Na próxima terça-feira (22) 40 crianças e adolescentes Guarani-kaiowá participarão do 1o Fórum por Direitos e Cidadania Indígena na Câmara dos Deputados, em Brasília. A iniciativa pretende discutir a questão territorial e de mortes da maior etnia do Mato Grosso do Sul e foi proposta pela organização não governamental Imagem da Vida.
O debate pretende colocar diretamente em contato jovens indígenas com representantes do poder público, como a ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário. Esse será o primeiro debate sobre o tema composto só por crianças e adolescentes.
A presidenta da Imagem da Vida, Dirce Carrion, explica que é importante estimular o protagonismo entre as crianças indígenas. "Não ter um intermediário entre os adolescentes e os ministros faz com que surjam novas lideranças nessas comunidades, e isso é o processo de cidadania."
Jovens das aldeias de Panambizinho, Tey Kue, Kurusu Ambá, Ipoy e Guaiviry serão responsáveis por expor os problemas regionais. Casos como o dos educadores indígenas Rolindo Vera e Genivaldo Vera, assassinados por pistoleiros em agosto de 2009, ainda não foram esclarecidos, e são emblemáticos, para a organização, de como os indígenas estão submetidos a violências cometidas pela tensão agrária no Mato Grosso do Sul.
Além disso, está em votação na Câmara a Proposta de Emenda Constitucional 215, de 2000, do deputado Almir Sá, que pretende transferir a responsabilidade de demarcar territórios de ocupação tradicional no Brasil, indígenas ou quilombolas para o Poder Legislativo. Atualmente a demarcação cabe ao Executivo, por meio da Funai. Os grupos indígenas são contrários à proposta porque acreditam que ela impedirá a demarcação de novas terras para os índios.
Segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), os Guarani-kaiowá são a etnia com o maior índice de suicídio entre jovens no mundo. "Esses índios são expulsos da sua terra, perdem o contato com a cultura e ficam sem espaço nas cidades. Há ainda o genocídio em suas próprias terras", esclarece Carrion.
A presidenta da organização afirma que as crianças e adolescentes pretendem entregar uma carta ao ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Nela, os jovens se posicionarão contra a aprovação da PEC 215 e esclarecerão suas demandas por soluções para as questões locais. "A população Kurusu Ambá não tem como plantar na terra em que foi colocada, e o governo atrasa as cestas básicas em mais de dois meses. É um problema grave e negligenciado", reforça.
A atividade dá continuidade ao projeto Olhares Cruzados: Guarani Kaiowá Pai Tavyetra, organizado pela Imagem da Vida. O estudo, iniciado em 2011, ofereceu oficinas de redação, fotografia e entrevistas para crianças e adolescentes indígenas. Os jovens entrevistaram os membros mais velhos das tribos para conhecer a história das suas próprias aldeias, que se perdeu com o tempo e com os impasses territoriais.
O projeto envolveu a produção de um documentário e um livro sobre o tema. Além disso, uma exposição fotográfica sobre a ação das crianças foi apresentada em abril deste ano na Semana do Índio na Câmara dos Deputados. Segundo a organização do evento, um novo fórum está previsto para janeiro de 2014. Ele envolverá a participação de cerca de 200 jovens Guarani Kaiowá e será sediado no Mato Grosso Do Sul.
http://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2013/10/criancas-e-adolescentes-indigenas-discutirao-mortes-questoes-territoriais-em-forum-8797.html
São Paulo - Na próxima terça-feira (22) 40 crianças e adolescentes Guarani-kaiowá participarão do 1o Fórum por Direitos e Cidadania Indígena na Câmara dos Deputados, em Brasília. A iniciativa pretende discutir a questão territorial e de mortes da maior etnia do Mato Grosso do Sul e foi proposta pela organização não governamental Imagem da Vida.
O debate pretende colocar diretamente em contato jovens indígenas com representantes do poder público, como a ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário. Esse será o primeiro debate sobre o tema composto só por crianças e adolescentes.
A presidenta da Imagem da Vida, Dirce Carrion, explica que é importante estimular o protagonismo entre as crianças indígenas. "Não ter um intermediário entre os adolescentes e os ministros faz com que surjam novas lideranças nessas comunidades, e isso é o processo de cidadania."
Jovens das aldeias de Panambizinho, Tey Kue, Kurusu Ambá, Ipoy e Guaiviry serão responsáveis por expor os problemas regionais. Casos como o dos educadores indígenas Rolindo Vera e Genivaldo Vera, assassinados por pistoleiros em agosto de 2009, ainda não foram esclarecidos, e são emblemáticos, para a organização, de como os indígenas estão submetidos a violências cometidas pela tensão agrária no Mato Grosso do Sul.
Além disso, está em votação na Câmara a Proposta de Emenda Constitucional 215, de 2000, do deputado Almir Sá, que pretende transferir a responsabilidade de demarcar territórios de ocupação tradicional no Brasil, indígenas ou quilombolas para o Poder Legislativo. Atualmente a demarcação cabe ao Executivo, por meio da Funai. Os grupos indígenas são contrários à proposta porque acreditam que ela impedirá a demarcação de novas terras para os índios.
Segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), os Guarani-kaiowá são a etnia com o maior índice de suicídio entre jovens no mundo. "Esses índios são expulsos da sua terra, perdem o contato com a cultura e ficam sem espaço nas cidades. Há ainda o genocídio em suas próprias terras", esclarece Carrion.
A presidenta da organização afirma que as crianças e adolescentes pretendem entregar uma carta ao ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Nela, os jovens se posicionarão contra a aprovação da PEC 215 e esclarecerão suas demandas por soluções para as questões locais. "A população Kurusu Ambá não tem como plantar na terra em que foi colocada, e o governo atrasa as cestas básicas em mais de dois meses. É um problema grave e negligenciado", reforça.
A atividade dá continuidade ao projeto Olhares Cruzados: Guarani Kaiowá Pai Tavyetra, organizado pela Imagem da Vida. O estudo, iniciado em 2011, ofereceu oficinas de redação, fotografia e entrevistas para crianças e adolescentes indígenas. Os jovens entrevistaram os membros mais velhos das tribos para conhecer a história das suas próprias aldeias, que se perdeu com o tempo e com os impasses territoriais.
O projeto envolveu a produção de um documentário e um livro sobre o tema. Além disso, uma exposição fotográfica sobre a ação das crianças foi apresentada em abril deste ano na Semana do Índio na Câmara dos Deputados. Segundo a organização do evento, um novo fórum está previsto para janeiro de 2014. Ele envolverá a participação de cerca de 200 jovens Guarani Kaiowá e será sediado no Mato Grosso Do Sul.
http://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2013/10/criancas-e-adolescentes-indigenas-discutirao-mortes-questoes-territoriais-em-forum-8797.html
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