From Indigenous Peoples in Brazil
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'Queimaram barracas', diz liderança de índios que ocupam fazenda em MS
13/10/2014
Autor: Ricardo Campos Jr.
Fonte: G1- http://g1.globo.com
A comunidade guarany-kaiwá que ocupa uma fazenda em Coronel Sapucaia, a 377 km de Campo Grande, denuncia um ataque que, segundo informou ao G1 a liderança local Ismart Martins, ocorreu no domingo (12). Decisão judicial manda o grupo deixar a área em 20 dias, mas os índios afirmaram, em carta divulgada nas redes sociais, que resistirão à reintegração.
"Antes já haviam ocorrido dois ataques, ataques com pistoleiros. Ontem vieram queimando e destruindo barracas. Nós passamos informações à Fundação Nacional do Índio (Funai) em Ponta Porã, não sabemos o que foi feito", informa.
O G1 entrou em contato com a Fundação Nacional do Índio (Funai) em Ponta Porã e em Brasília para confirmar o recebimento da denúncia. Até a publicação desta reportagem não houve retorno. Também foi feito contato com as assessorias das delegacias de Polícia Federal de Ponta Porã e em Campo Grande para saber se o caso está sendo apurado, mas a informação, nas duas unidades, é que não haviam denúncias sobre a situação.
Resistência
Segundo Ismart, a comunidade decidiu pela ocupação após viver em uma mata de Área de Preservação Permanente, onde estavam impossibilitados de plantar, morando em locais insalubres e dependendo de cestas básicas disponibilizadas pelo governo.
"Sem resposta, a comunidade retomou a área para que viva dignamente. Foram dez anos de sofrimento, dez anos sem educação de qualidade, sem saúde, sem nada, sofrendo. As crianças, morrendo de desnutrição e de miséria", conta a liderança.
O guarany-kaiwá relata que a decisão tomada pelo grupo, divulgada por meio da carta está mantida. "A comunidade não vai sair". Ele está em Brasília acompanhado por um grupo de representantes do conselho indígena Aty Guasu para tentar falar com representante do Ministério da Justiça para denunciar a questão.
Bens materiais
Do outro lado da história, o agricultor Roberto Ramos, arrendatário da fazenda ocupada, tentava negociar junto com a Fundação Nacional do Índio (Funai) a entrada na área para retirar materiais que estavam armazenados no local.
"Eles [indígenas] não aceitam ninguém entrar lá. Se entrarmos, estamos arriscando a vida", afirma Ramos. "Estou tentando tirar as coisas, pelo menos os insumos".
O produtor rural é o responsável pela ação em que houve a sentença de desocupação. Conforme o texto da Justiça, se os índios não deixarem a área pacificamente dentro do prazo, poderá haver intervenção policial acompanhada pela Funai e Ministério Público Federal.
http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/2014/10/queimaram-barracas-diz-lideranca-de-indios-que-ocupam-fazenda-em-ms.html
"Antes já haviam ocorrido dois ataques, ataques com pistoleiros. Ontem vieram queimando e destruindo barracas. Nós passamos informações à Fundação Nacional do Índio (Funai) em Ponta Porã, não sabemos o que foi feito", informa.
O G1 entrou em contato com a Fundação Nacional do Índio (Funai) em Ponta Porã e em Brasília para confirmar o recebimento da denúncia. Até a publicação desta reportagem não houve retorno. Também foi feito contato com as assessorias das delegacias de Polícia Federal de Ponta Porã e em Campo Grande para saber se o caso está sendo apurado, mas a informação, nas duas unidades, é que não haviam denúncias sobre a situação.
Resistência
Segundo Ismart, a comunidade decidiu pela ocupação após viver em uma mata de Área de Preservação Permanente, onde estavam impossibilitados de plantar, morando em locais insalubres e dependendo de cestas básicas disponibilizadas pelo governo.
"Sem resposta, a comunidade retomou a área para que viva dignamente. Foram dez anos de sofrimento, dez anos sem educação de qualidade, sem saúde, sem nada, sofrendo. As crianças, morrendo de desnutrição e de miséria", conta a liderança.
O guarany-kaiwá relata que a decisão tomada pelo grupo, divulgada por meio da carta está mantida. "A comunidade não vai sair". Ele está em Brasília acompanhado por um grupo de representantes do conselho indígena Aty Guasu para tentar falar com representante do Ministério da Justiça para denunciar a questão.
Bens materiais
Do outro lado da história, o agricultor Roberto Ramos, arrendatário da fazenda ocupada, tentava negociar junto com a Fundação Nacional do Índio (Funai) a entrada na área para retirar materiais que estavam armazenados no local.
"Eles [indígenas] não aceitam ninguém entrar lá. Se entrarmos, estamos arriscando a vida", afirma Ramos. "Estou tentando tirar as coisas, pelo menos os insumos".
O produtor rural é o responsável pela ação em que houve a sentença de desocupação. Conforme o texto da Justiça, se os índios não deixarem a área pacificamente dentro do prazo, poderá haver intervenção policial acompanhada pela Funai e Ministério Público Federal.
http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/2014/10/queimaram-barracas-diz-lideranca-de-indios-que-ocupam-fazenda-em-ms.html
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