From Indigenous Peoples in Brazil
News
Desde o princípio era o barro
09/08/2015
Fonte: FSP, Revista da Folha, p. 38-39
Desde o princípio era o barro
Mostra reúne cerâmica de indígenas, artesãos, designers e artistas
MARA GAMA
DE SÃO PAULO
O material mais antigo produzido pelo homem continua sendo fabricado por toda parte: em ateliês de artistas, oficinas, indústrias e laboratórios de impressão de alta tecnologia.
Do grego "kéramos" ("terra queimada" ), a cerâmica deve ter se originado no Japão, há mais de 8.000 anos. No Brasil, onde os mais antigos registros encontrados foram na Ilha de Marajó (PA), ela é hoje produzida em todos os Estados.
"Nesse momento de retorno ao primordial, a cerâmica está sendo revalorizada no mundo todo", diz a crítica Adélia Borges, curadora da mostra "Cerâmicas do Brasil", que, a partir do dia 12, traz itens criados por indígenas, artesãos, artistas e designers ao museu A Casa, em Pinheiros, zona oeste da capital paulista.
"Colocar no mesmo espaço peças tão diversas permite que uma ilumine a outra; mostra como os limites entre artesanato, design e arte perderam a rigidez", afirma Borges.
Cerâmica
A designer Heloísa Galvão, por exemplo, mistura técnicas de outras artes, como a serigrafia, para imprimir imagens capturadas em fotos. Com porcelana líquida, ela cria peças que incorporam o acaso e congelam o momento de seu nascimento em pequenas imperfeições.
Já Inês Antonini, na série "Fragmentos", mostra influências tradicionais. Em suas produções, ela usa o processo de queima em um forno da tradição japonesa e se inspira em formas do barroco mineiro.
De origem indígena, estão peças dos Wauja, dos Mehinako e dos Surui. Os Wauja são tradicionais ceramistas do Parque Nacional do Xingu, reconhecidos por suas panelas com grafismos. As técnicas dos Wauja influenciaram os Mehinako, que aparecem na exposição com uma panela e um torrador de beiju de Iamony Mehinako e outra zoomorfa feita por Uleyalu Mehinako. As peças dos Paiter Surui, de Rondônia, mostram preocupação com a forma e a técnica aprimorada em texturas e espessuras finas.
Estão na mostra também as tradicionais panelas de barro do bairro de Goiabeiras, em Vitória, no Espírito Santo -indispensáveis na culinária capixaba. A técnica das artesãs que fazem esses objetos é o primeiro registro de Patrimônio Imaterial no Brasil, anotado em 2002.
A mostra ainda terá uma sala na qual serão apresentados catálogos e vídeos, exibindo os processos de produção de cada autor, além de debates agendados para agosto, setembro e outubro.
Na abertura, haverá conversa sobre cerâmica contemporânea internacional com o designer dinamarquês Ole Jensen. Também serão realizadas visitas guiadas aos ateliês das ceramistas Sara Carone, Heloísa Galvão e Brunno Jahara, no dia 15 de agosto.
A Casa - Museu do Objeto Brasileiro. Av. Pedroso de Morais, 1.216, Pinheiros, tel. 3814-9711. 300 pessoas. A partir de 12/8. Ter. a dom.: 11h às 19h. Até 18/10. Livre. Grátis
FSP, 09/08/2015, Revista da Folha, p. 38-39
http://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/2015/08/1665279-mostra-reune-ceramica-de-indigenas-artesaos-designers-e-artistas.shtml
Mostra reúne cerâmica de indígenas, artesãos, designers e artistas
MARA GAMA
DE SÃO PAULO
O material mais antigo produzido pelo homem continua sendo fabricado por toda parte: em ateliês de artistas, oficinas, indústrias e laboratórios de impressão de alta tecnologia.
Do grego "kéramos" ("terra queimada" ), a cerâmica deve ter se originado no Japão, há mais de 8.000 anos. No Brasil, onde os mais antigos registros encontrados foram na Ilha de Marajó (PA), ela é hoje produzida em todos os Estados.
"Nesse momento de retorno ao primordial, a cerâmica está sendo revalorizada no mundo todo", diz a crítica Adélia Borges, curadora da mostra "Cerâmicas do Brasil", que, a partir do dia 12, traz itens criados por indígenas, artesãos, artistas e designers ao museu A Casa, em Pinheiros, zona oeste da capital paulista.
"Colocar no mesmo espaço peças tão diversas permite que uma ilumine a outra; mostra como os limites entre artesanato, design e arte perderam a rigidez", afirma Borges.
Cerâmica
A designer Heloísa Galvão, por exemplo, mistura técnicas de outras artes, como a serigrafia, para imprimir imagens capturadas em fotos. Com porcelana líquida, ela cria peças que incorporam o acaso e congelam o momento de seu nascimento em pequenas imperfeições.
Já Inês Antonini, na série "Fragmentos", mostra influências tradicionais. Em suas produções, ela usa o processo de queima em um forno da tradição japonesa e se inspira em formas do barroco mineiro.
De origem indígena, estão peças dos Wauja, dos Mehinako e dos Surui. Os Wauja são tradicionais ceramistas do Parque Nacional do Xingu, reconhecidos por suas panelas com grafismos. As técnicas dos Wauja influenciaram os Mehinako, que aparecem na exposição com uma panela e um torrador de beiju de Iamony Mehinako e outra zoomorfa feita por Uleyalu Mehinako. As peças dos Paiter Surui, de Rondônia, mostram preocupação com a forma e a técnica aprimorada em texturas e espessuras finas.
Estão na mostra também as tradicionais panelas de barro do bairro de Goiabeiras, em Vitória, no Espírito Santo -indispensáveis na culinária capixaba. A técnica das artesãs que fazem esses objetos é o primeiro registro de Patrimônio Imaterial no Brasil, anotado em 2002.
A mostra ainda terá uma sala na qual serão apresentados catálogos e vídeos, exibindo os processos de produção de cada autor, além de debates agendados para agosto, setembro e outubro.
Na abertura, haverá conversa sobre cerâmica contemporânea internacional com o designer dinamarquês Ole Jensen. Também serão realizadas visitas guiadas aos ateliês das ceramistas Sara Carone, Heloísa Galvão e Brunno Jahara, no dia 15 de agosto.
A Casa - Museu do Objeto Brasileiro. Av. Pedroso de Morais, 1.216, Pinheiros, tel. 3814-9711. 300 pessoas. A partir de 12/8. Ter. a dom.: 11h às 19h. Até 18/10. Livre. Grátis
FSP, 09/08/2015, Revista da Folha, p. 38-39
http://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/2015/08/1665279-mostra-reune-ceramica-de-indigenas-artesaos-designers-e-artistas.shtml
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