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Doleiro acusa Cassol de permitir contrabando

13/06/2005

Fonte: Folha de S. Paulo-São Paulo-SP



Prisão de dois contrabandistas levaram a Polícia Federal a suspeitar do governador de Rondônia, em 2004

As suspeitas da Polícia Federal sobre o envolvimento do governador de Rondônia, Ivo Cassol (PSDB), na extração ilegal de diamantes começaram em março de 2004 - um mês antes do massacre dos 29 garimpeiros -, quando agentes prenderam em Porto Velho o doleiro Marcos Glikas com aproximadamente mil quilates de pedras extraídas na Reserva Roosevelt. Glikas já esteve preso nos EUA, acusado de lavagem de dinheiro. Ele entregou à PF fotografias tiradas em reunião no Palácio Presidente Vargas, sede do governo estadual, nas quais aparece ao lado de Cassol. Também disse que tinha permissão do governador para contrabandear diamantes.

A prisão de José Roberto Gonsalez - identificado pela PF como contrabandista de diamantes -, em setembro de 2004, também é outro fato que aponta para o governador. Gonsalez estava no interior da Reserva Roosevelt com um crachá da Companhia de Mineração de Rondônia (CMR), estatal onde o presidente é nomeado por Ivo Cassol. Gonsalez apresentou uma declaração onde a CMR lhe autorizava a representar Rondônia em assuntos comerciais no Brasil e no exterior.

Durante a investigação do massacre dos garimpeiros, depoimentos de caciques cintas-largas à PF também pesam contra o governador. Eles disseram que Cassol foi até a reserva sem autorização da Funai e se comprometeu a construir escolas e passar máquinas nas estradas de acesso às aldeias em troca de autorização para garimpar diamantes.

João Bravo Cinta-Larga disse que recusou a proposta depois de conversar com outros caciques. Com a resposta, os índios disseram que o governador se irritou e ordenou a retirada dos policiais militares e depois incentivou garimpeiros a invadir a reserva. O massacre aconteceu após a invasão.

À imprensa, Cassol sempre negou que tivesse pedido qualquer vantagem aos cintas-largas e que sua intenção sempre foi organizar o garimpo. Ele também negou ligação com Glikas e disse que a CMR não tinha a informação de que Gonsalez contrabandeava diamantes. Cassol alega que havia alertado o governo federal para a possibilidade de um massacre na reserva e se diz autor da denúncia sobre a garimpagem ilegal.

Nilton Salina
 

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