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Funai pede que PF e Ministério Público investiguem ataque contra índios em ocupação de terra em MS

27/06/2005

Autor: (Danielle Coimbra e Danielle Gurgel/ Radiobrás)

Fonte: Ambiente Brasil- e Rádiobras - Brasília-DF



Foram iniciadas as investigações sobre o ataque contra índios - que tentavam invadir terras reivindicadas como de ocupação tradicional indígena -, no município de Sete Quedas (MS), na madrugada do domingo (26). Segundo informações da Funai - Fundação Nacional do Índio, uma equipe da fundação permanece desde domingo no local para colher depoimentos e já solicitou à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal a investigação do caso.

De acordo com a Polícia Militar, um índio morreu e cinco ficaram feridos quando tentavam entrar na Fazenda Sombrerito. Cerca de duzentos índios guarani-nhandeva e guarani-kaiowá foram recebidos à bala quando tentaram entrar na fazenda. De acordo com a Funai, o índio Dorival Benitez foi morto durante a ocupação. O Hospital Municipal de Sete Quedas registrou a entrada de Sílvio Iturbe e sua mulher, Rosana Gonçalves, grávida. O hospital informa que o casal de índios já deixou o hospital.

O coordenador do Cimi - Conselho Indigenista Missionário de Mato Grosso do Sul, Egon Heck, afirmou que cerca de 300 índios interditaram a rodovia estadual MS-299, que fica próxima ao município de Sete Quedas, durante a manhã desta segunda-feira (27). Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal, o grupo desocupou o local no começo da tarde.

Heck disse ainda que os indígenas estão à espera da liberação do corpo do índio assassinado e que pretendem realizar o sepultamento no local do crime, em Sombrerito. "Os índios estão tensos, à espera da publicação do relatório de regulação da terra indígena", afirmou.

De acordo com o sertanista da Funai Odenir Oliveira, as Polícias Federal, Militar e Rodoviária estão no local para tentar apaziguar os fazendeiros. O Ministério Público e a Funai estão na aldeia armada em Sombrerito junto com os índios. "Eles estão em situação precária, com o extremo necessário e nós estamos apurando as investigações, que devem levar tempo para serem concluídas", disse.

A região sul de Mato Grosso do Sul abriga 37 mil índios guarani-kaiowá, segundo dados da Funasa - Fundação Nacional de Saúde. Originalmente, eles ocupavam terrenos em toda a área, de cerca de 3 milhões de hectares. Hoje, habitam aproximadamente 30 terrenos, num total de cerca de 50 mil hectares. Os conflitos de terra na região acontecem com fazendeiros que foram levados para colonizar a região nos anos 1940 do governo Getúlio Vargas.

A Funai tem realizado estudos para a conclusão de um relatório sobre a área indígena de Sombrerito, que deverá ser publicado no Diário Oficial. Os estudos antropológico e ambiental já estão prontos, mas ainda faltam concluir os estudos fundiários. Segundo Odenir Oliveira, os antropólogos saíram da área no final da semana passada por falta de segurança contra os ataques de fazendeiros no local. A Funai precisa agora de autorização do Ministério Público para que uma equipe entre nas propriedades e conclua a análise.
 

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