From Indigenous Peoples in Brazil
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Fundo Amazônia destina verba contra desmatamento no Xingu
08/07/2016
Fonte: O Globo, Sociedade, p. 27
Documentos anexos
Fundo Amazônia destina verba contra desmatamento no Xingu
Plano terá R$ 11,7 milhões para proteger área onde vivem 60 mil indígenas
Renato Grandelle
renato.grandelle@oglobo.com.br
Sob ameaças como o avanço das plantações de soja e o acúmulo de lixo na beira dos rios, as bacias hidrográficas do Xingu e do Rio Negro, onde vivem 60 mil indígenas, receberão R$ 11,7 milhões de um projeto do Instituto Socioambiental (ISA). A verba, destinada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), será usada para a elaboração de planos de gestão territorial e ambiental do Parque Indígena do Xingu e de terras ianomâmi do Alto Rio Negro.
A região tem 24 milhões de hectares, o equivalente ao estado de São Paulo. Além do combate ao desmatamento, o plano deve direcionar esforços para incentivo à economia local, sem infrações ao meio ambiente, e à proteção das diversas etnias e culturas.
Os recursos para o plano vêm do Fundo Amazônia, gerido pelo BNDES e criado em 2008, que conta com doações, atualmente no valor de R$ 2,5 bilhões, provenientes do governo da Noruega, do banco alemão de desenvolvimento kfW e da Petrobras. Hoje, o Fundo apoia 82 projetos, com investimento total de R$ 1,28 bilhão. Vinte iniciativas, distribuídas em todos os estados do bioma, são voltadas a povos indígenas.
A verba restante será usada em projetos ainda em fase de análise. E, em breve, o Fundo será ainda mais ambicioso. Novos investimentos anunciados pelo kfW e o governo norueguês dobrarão os recursos disponíveis para os projetos na Amazônia. Na quarta-feira, a embaixadora da Noruega, Aud Marit Wiig, vai se reunir no BNDES com a presidente do banco, Maria Silvia Bastos Marques, e a diretora de Infraestrutura, Meio Ambiente e Infraestrutura Social, Marilene Ramos.
Superintendente de Meio Ambiente do BNDES, Gabriel Visconti ressalta que o combate ao desmatamento, principal objetivo do Fundo, já conseguiu resultados significativos. Doze anos atrás, a taxa de desflorestamento chegava a 24 mil km². Hoje, está entre 4 mil km² e 6 mil km². A proposta do governo é zerar este índice até, no máximo, 2030.
- Conversamos com os indígenas antes de saber que ações devem ser implementadas nos planos de gestão territorial e ambiental (os PGTAs) - explica. - Esta população é fundamental para definir o projeto e como será o seu andamento. Devemos garantir a manutenção de suas tradições.
DIVERSAS AMEAÇAS
André Villas-Bôas, secretário-executivo do ISA, ressalta que algumas ameaças se sobressaem em cada população indígena da Amazônia.
- O Parque Indígena do Xingu está no olho do furacão: tem problemas como queimadas e a pressão exercida pela agricultura. Para os ianomâmis, isolados na floresta, falta energia elétrica, transporte, comunicação, entre outros serviços públicos - alerta. - Tentamos levar infraestrutura e alternativas econômicas. E há questões, como a ação de garimpeiros, que devem ser resolvidas pela polícia, e não por institutos ambientais.
Chefe do Departamento de Gestão do Fundo Amazônia, Juliana Santiago revela que as ações de apoio aos povos indígenas recebem investimento de R$ 131 milhões.
- Os indígenas ganham capacitação para manter seu próprio território e usá-lo para a geração de renda - conta. - É importante que saibam a vocação econômica de atividades como o artesanato e a fabricação de farinha.
Além dos recursos destinados a projetos voltados para os indígenas, o Fundo Amazônia contempla outras ações que contribuem para a redução do desmatamento. Entre elas está a melhoria da fiscalização da devastação da floresta realizada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
- Os satélites atuais só conseguem captar boas imagens quando o desmatamento é superior a 25 hectares. A incidência de nuvens é outra dificuldade - lembra Juliana. - Queremos aprimorar o mapeamento para detectar áreas de até 1 hectare.
O Fundo também financia os governos estaduais durante a realização do cadastro ambiental de pequenos proprietários rurais. Esta medida determina o tamanho da área degradada que deve passar por revitalização.
O Globo, 08/07/2016, Sociedade, p. 27
http://oglobo.globo.com/sociedade/sustentabilidade/fundo-amazonia-destina-verba-contra-desmatamento-no-xingu-19668649
Plano terá R$ 11,7 milhões para proteger área onde vivem 60 mil indígenas
Renato Grandelle
renato.grandelle@oglobo.com.br
Sob ameaças como o avanço das plantações de soja e o acúmulo de lixo na beira dos rios, as bacias hidrográficas do Xingu e do Rio Negro, onde vivem 60 mil indígenas, receberão R$ 11,7 milhões de um projeto do Instituto Socioambiental (ISA). A verba, destinada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), será usada para a elaboração de planos de gestão territorial e ambiental do Parque Indígena do Xingu e de terras ianomâmi do Alto Rio Negro.
A região tem 24 milhões de hectares, o equivalente ao estado de São Paulo. Além do combate ao desmatamento, o plano deve direcionar esforços para incentivo à economia local, sem infrações ao meio ambiente, e à proteção das diversas etnias e culturas.
Os recursos para o plano vêm do Fundo Amazônia, gerido pelo BNDES e criado em 2008, que conta com doações, atualmente no valor de R$ 2,5 bilhões, provenientes do governo da Noruega, do banco alemão de desenvolvimento kfW e da Petrobras. Hoje, o Fundo apoia 82 projetos, com investimento total de R$ 1,28 bilhão. Vinte iniciativas, distribuídas em todos os estados do bioma, são voltadas a povos indígenas.
A verba restante será usada em projetos ainda em fase de análise. E, em breve, o Fundo será ainda mais ambicioso. Novos investimentos anunciados pelo kfW e o governo norueguês dobrarão os recursos disponíveis para os projetos na Amazônia. Na quarta-feira, a embaixadora da Noruega, Aud Marit Wiig, vai se reunir no BNDES com a presidente do banco, Maria Silvia Bastos Marques, e a diretora de Infraestrutura, Meio Ambiente e Infraestrutura Social, Marilene Ramos.
Superintendente de Meio Ambiente do BNDES, Gabriel Visconti ressalta que o combate ao desmatamento, principal objetivo do Fundo, já conseguiu resultados significativos. Doze anos atrás, a taxa de desflorestamento chegava a 24 mil km². Hoje, está entre 4 mil km² e 6 mil km². A proposta do governo é zerar este índice até, no máximo, 2030.
- Conversamos com os indígenas antes de saber que ações devem ser implementadas nos planos de gestão territorial e ambiental (os PGTAs) - explica. - Esta população é fundamental para definir o projeto e como será o seu andamento. Devemos garantir a manutenção de suas tradições.
DIVERSAS AMEAÇAS
André Villas-Bôas, secretário-executivo do ISA, ressalta que algumas ameaças se sobressaem em cada população indígena da Amazônia.
- O Parque Indígena do Xingu está no olho do furacão: tem problemas como queimadas e a pressão exercida pela agricultura. Para os ianomâmis, isolados na floresta, falta energia elétrica, transporte, comunicação, entre outros serviços públicos - alerta. - Tentamos levar infraestrutura e alternativas econômicas. E há questões, como a ação de garimpeiros, que devem ser resolvidas pela polícia, e não por institutos ambientais.
Chefe do Departamento de Gestão do Fundo Amazônia, Juliana Santiago revela que as ações de apoio aos povos indígenas recebem investimento de R$ 131 milhões.
- Os indígenas ganham capacitação para manter seu próprio território e usá-lo para a geração de renda - conta. - É importante que saibam a vocação econômica de atividades como o artesanato e a fabricação de farinha.
Além dos recursos destinados a projetos voltados para os indígenas, o Fundo Amazônia contempla outras ações que contribuem para a redução do desmatamento. Entre elas está a melhoria da fiscalização da devastação da floresta realizada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
- Os satélites atuais só conseguem captar boas imagens quando o desmatamento é superior a 25 hectares. A incidência de nuvens é outra dificuldade - lembra Juliana. - Queremos aprimorar o mapeamento para detectar áreas de até 1 hectare.
O Fundo também financia os governos estaduais durante a realização do cadastro ambiental de pequenos proprietários rurais. Esta medida determina o tamanho da área degradada que deve passar por revitalização.
O Globo, 08/07/2016, Sociedade, p. 27
http://oglobo.globo.com/sociedade/sustentabilidade/fundo-amazonia-destina-verba-contra-desmatamento-no-xingu-19668649
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