From Indigenous Peoples in Brazil
News
No Maranhão, barbárie contra os índios Gamela
02/05/2017
Fonte: Carta Capital- https://www.cartacapital.com.br
Homens munidos de armas de fogo e facões atacaram, neste domingo 30, um grupo de indígenas da etnia Gamela em Viana, interior do Maranhão. Foi uma emboscada: os índios estavam desarmados e pouco puderam fazer em defesa própria.
Ao menos 13 indígenas foram feridos, dois tiveram as mãos decepadas e cinco foram baleados, segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Já o governo do estado fala em "fratura exposta" e contabiliza cinco índios feridos.
O advogado Rafael Silva, da OAB do Maranhão, afirmou, em entrevista à rádio Guaiba, que esteve no hospital e confirmou que dois indígenas tiveram as mãos decepadas e outros dois sofreram tentativa de esquartejamento.
A área onde ocorreu o ataque é alvo de disputada por fazendeiros, em confronto com os indígenas há pelo menos três anos. A Polícia Civil de Viana registra pelo menos dois outros ataques à etnia, um em 2015 e outro no ano passado. O de 2017 é o que deixou mais feridos.
Líderes indígenas cobram uma investigação para descobrir a autoria do atentado aos Gamela. De acordo com o Cimi, dois dias antes da ofensiva os indígenas teriam recuperado uma área de terra sob posse dos fazendeiros, o que teria motivado o ataque.
"Fazendeiros e gente até de fora aqui da região passaram o dia reunidos, fazendo churrasco e bebendo. O encontro foi convocado dias antes, logo após a nossa última retomada", disse uma liderança Gamela à Cimi.
No mesmo dia, o deputado federal Aluísio Guimarães Mendes Filho (PTN-MA) chamou povo Gamela de "pseudoindígenas" em entrevista à rádio Maracu.
O parlamentar também afirmou que, no caso de uma tragédia, a responsabilidade seria da Funai e do ministro da Justiça Osmar Serraglio, que segundo ele estavam avisados sobre a situação "gravíssima" em que se encontrava essa aldeia.
O Ministério Público Federal (MPF) alega que a ação também contou com incitação de ódio em emissoras de rádio da região, que convocavam "pessoas de bem em defesa da propriedade" a atacar a aldeia.
O governador do Maranhão Flávio Dino (PCdoB) disse que vai investigar o envolvimento de políticos e as incitações de ódio no caso.
Em nota, o MPF pediu à Polícia Federal que dê segurança aos indígenas atacados e cobrou da Funai as providências adotadas para evitar uma nova ofensiva.
Demarcação de terras
Flávio Dino publicou documentos em seu Twitter que mostram o ofício sobre Gamelas que o governo do Maranhão encaminhou à Funai em agosto de 2016 pedindo providências sobre a demarcação de território para "evitar o agravamento do conflito em questão".
Dois meses depois, a Funai respondeu alegando falta de verba para os estudos antropológicos necessários para iniciar a demarcação de terras.
Em outro tuíte, o governador afirma que, embora a questão da demarcação e a Funai sejam de responsabilidade do governo federal, está à disposição para custear os estudos se isso trouxer paz para a região.
https://www.cartacapital.com.br/sociedade/no-maranhao-barbarie-contra-os-indios-gamela
Ao menos 13 indígenas foram feridos, dois tiveram as mãos decepadas e cinco foram baleados, segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Já o governo do estado fala em "fratura exposta" e contabiliza cinco índios feridos.
O advogado Rafael Silva, da OAB do Maranhão, afirmou, em entrevista à rádio Guaiba, que esteve no hospital e confirmou que dois indígenas tiveram as mãos decepadas e outros dois sofreram tentativa de esquartejamento.
A área onde ocorreu o ataque é alvo de disputada por fazendeiros, em confronto com os indígenas há pelo menos três anos. A Polícia Civil de Viana registra pelo menos dois outros ataques à etnia, um em 2015 e outro no ano passado. O de 2017 é o que deixou mais feridos.
Líderes indígenas cobram uma investigação para descobrir a autoria do atentado aos Gamela. De acordo com o Cimi, dois dias antes da ofensiva os indígenas teriam recuperado uma área de terra sob posse dos fazendeiros, o que teria motivado o ataque.
"Fazendeiros e gente até de fora aqui da região passaram o dia reunidos, fazendo churrasco e bebendo. O encontro foi convocado dias antes, logo após a nossa última retomada", disse uma liderança Gamela à Cimi.
No mesmo dia, o deputado federal Aluísio Guimarães Mendes Filho (PTN-MA) chamou povo Gamela de "pseudoindígenas" em entrevista à rádio Maracu.
O parlamentar também afirmou que, no caso de uma tragédia, a responsabilidade seria da Funai e do ministro da Justiça Osmar Serraglio, que segundo ele estavam avisados sobre a situação "gravíssima" em que se encontrava essa aldeia.
O Ministério Público Federal (MPF) alega que a ação também contou com incitação de ódio em emissoras de rádio da região, que convocavam "pessoas de bem em defesa da propriedade" a atacar a aldeia.
O governador do Maranhão Flávio Dino (PCdoB) disse que vai investigar o envolvimento de políticos e as incitações de ódio no caso.
Em nota, o MPF pediu à Polícia Federal que dê segurança aos indígenas atacados e cobrou da Funai as providências adotadas para evitar uma nova ofensiva.
Demarcação de terras
Flávio Dino publicou documentos em seu Twitter que mostram o ofício sobre Gamelas que o governo do Maranhão encaminhou à Funai em agosto de 2016 pedindo providências sobre a demarcação de território para "evitar o agravamento do conflito em questão".
Dois meses depois, a Funai respondeu alegando falta de verba para os estudos antropológicos necessários para iniciar a demarcação de terras.
Em outro tuíte, o governador afirma que, embora a questão da demarcação e a Funai sejam de responsabilidade do governo federal, está à disposição para custear os estudos se isso trouxer paz para a região.
https://www.cartacapital.com.br/sociedade/no-maranhao-barbarie-contra-os-indios-gamela
The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source