From Indigenous Peoples in Brazil
News
Arqueiros indígenas da Amazônia: da tradição milenar aos campeonatos internacionais
01/08/2017
Autor: Mônica Nunes
Fonte: Conexão Planete conexaoplaneta.com.br
Hoje, o uso do arco e flecha não é comum em todas as etnias indígenas brasileiras, mas boa parte delas conhece muito bem a arte de manobrá-los. Acabo de voltar de uma expedição fotográfica na aldeia Tuatuari, dos índios Yawalapiti, no Alto Xingu, e presenciei a habilidade de alguns arqueiros durante a pesca. Mas é na Amazônia, especialmente nas etnias Baniwa, Kambeba e Karapaña, que a dupla está muito presente no dia a dia, o que tem intensificado a destreza de seus usuários desde tempos remotos.
Foi por isso que, em 2013, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) criou - com o apoio de parceiros - o Projeto Arquearia Indígena no Amazonas, para treinar índios para competições internacionais. E os resultados da iniciativa não demoraram.
Nelson Silva, o Inha da etnia Kambeba, nasceu e foi criado na comunidade Três Unidos, no baixo Rio Negro. Ele conta que agarrou a oportunidade de praticar tiro com arco na modalidade olímpica tão logo soube do projeto. Passados três anos apenas, coleciona medalhas de ouro conquistadas em competições nacionais e internacionais. E está firme e forte em seus planos de participar dos Jogos Olímpicos de Tóquio, no Japão, em 2020. Antes disso, ele será o primeiro indígena a representar o Brasil no campeonato mundial de tiro com arco, que será realizado em outubro, na Argentina.
É ele quem conta, animado: "Em várias competições brasileiras, estive entre os melhores, e isso já foi motivo de muito orgulho pra mim e pra minha aldeia. O arco e flecha nos deu a oportunidade de sonhar e correr atrás do sonho de recuperar o espaço do meu povo, trazendo medalhas para eles".
Além de Nelson, outros três índios fazem parte da equipe brasileira de tiro com arco e flecha. Entre eles, uma mulher.
Pois a história dessa tradição milenar entre os povos indígenas do Amazonas, que evoluiu para a prática esportiva com a criação do projeto Arquearia, está contada no livro Retratos Culturais do Arco e Flecha no Amazonas: uma ponte entre a tradição e a modernidade, que será lançado em 2/8, em São Paulo (veja informações no final deste texto).
Escrita a quatro mãos - por Virgílio Viana, diretor da FAS, e o jornalista Sérgio Adeodato - e ilustrada com fotos do pernambucano André Pessoa, a obra apresenta a história das etnias Baniwa, Kambeba e Karapaña, por meio de imersão em suas comunidades no alto e baixo Rio Negro, e amplia nosso olhar sobre o uso do arco e flecha indígena na região.
"Essa obra destaca sua importância sob o ponto de vista da renovação da tradição", explica Adeodato. "Em geral, as pessoas considera o arco e flecha como objeto de artesanato, mas ele é um instrumento tradicional que pode adquirir novos valores. A proposta deste livro é mostrar a conexão entre a tradição e novas oportunidades de inserção dessas populações em iniciativas de melhoria de qualidade de vida".
E tudo é contado por intermédio de entrevistas com antropólogos, de artigos de Viana e da história dos quatro arqueiros indígenas.
Viana acrescenta: "Esta obra é um capítulo de uma história que vem sendo escrita a muitas mãos, na realidade: atletas, instrutores, familiares, integrantes da FAS, lideranças indígenas, pesquisadores e outros parceiros". E conclui: "Esperamos que este livro inspire outros a criarem iniciativas ousadas assim, capazes de contribuir para o desenvolvimento sustentável e o bem viver das populações indígenas da Amazônia".
Eu amplio, aqui, o desejo de Viana para todos os povos indígenas do Brasil.
SERVIÇO
Lançamento do livro Retratos Culturais do Arco e Flecha no Amazonas: uma ponte entre a tradição e a modernidade
Quando: 2/8, quarta-feira, das 19h às 22h
Onde: Livraria Saraiva - Shopping Eldorado, Avenida Rebouças, 3970, Pinheiros, São Paulo.
http://conexaoplaneta.com.br/blog/arqueiros-indigenas-da-amazonia-da-tradicao-aos-campeonatos-internacionais/
Foi por isso que, em 2013, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) criou - com o apoio de parceiros - o Projeto Arquearia Indígena no Amazonas, para treinar índios para competições internacionais. E os resultados da iniciativa não demoraram.
Nelson Silva, o Inha da etnia Kambeba, nasceu e foi criado na comunidade Três Unidos, no baixo Rio Negro. Ele conta que agarrou a oportunidade de praticar tiro com arco na modalidade olímpica tão logo soube do projeto. Passados três anos apenas, coleciona medalhas de ouro conquistadas em competições nacionais e internacionais. E está firme e forte em seus planos de participar dos Jogos Olímpicos de Tóquio, no Japão, em 2020. Antes disso, ele será o primeiro indígena a representar o Brasil no campeonato mundial de tiro com arco, que será realizado em outubro, na Argentina.
É ele quem conta, animado: "Em várias competições brasileiras, estive entre os melhores, e isso já foi motivo de muito orgulho pra mim e pra minha aldeia. O arco e flecha nos deu a oportunidade de sonhar e correr atrás do sonho de recuperar o espaço do meu povo, trazendo medalhas para eles".
Além de Nelson, outros três índios fazem parte da equipe brasileira de tiro com arco e flecha. Entre eles, uma mulher.
Pois a história dessa tradição milenar entre os povos indígenas do Amazonas, que evoluiu para a prática esportiva com a criação do projeto Arquearia, está contada no livro Retratos Culturais do Arco e Flecha no Amazonas: uma ponte entre a tradição e a modernidade, que será lançado em 2/8, em São Paulo (veja informações no final deste texto).
Escrita a quatro mãos - por Virgílio Viana, diretor da FAS, e o jornalista Sérgio Adeodato - e ilustrada com fotos do pernambucano André Pessoa, a obra apresenta a história das etnias Baniwa, Kambeba e Karapaña, por meio de imersão em suas comunidades no alto e baixo Rio Negro, e amplia nosso olhar sobre o uso do arco e flecha indígena na região.
"Essa obra destaca sua importância sob o ponto de vista da renovação da tradição", explica Adeodato. "Em geral, as pessoas considera o arco e flecha como objeto de artesanato, mas ele é um instrumento tradicional que pode adquirir novos valores. A proposta deste livro é mostrar a conexão entre a tradição e novas oportunidades de inserção dessas populações em iniciativas de melhoria de qualidade de vida".
E tudo é contado por intermédio de entrevistas com antropólogos, de artigos de Viana e da história dos quatro arqueiros indígenas.
Viana acrescenta: "Esta obra é um capítulo de uma história que vem sendo escrita a muitas mãos, na realidade: atletas, instrutores, familiares, integrantes da FAS, lideranças indígenas, pesquisadores e outros parceiros". E conclui: "Esperamos que este livro inspire outros a criarem iniciativas ousadas assim, capazes de contribuir para o desenvolvimento sustentável e o bem viver das populações indígenas da Amazônia".
Eu amplio, aqui, o desejo de Viana para todos os povos indígenas do Brasil.
SERVIÇO
Lançamento do livro Retratos Culturais do Arco e Flecha no Amazonas: uma ponte entre a tradição e a modernidade
Quando: 2/8, quarta-feira, das 19h às 22h
Onde: Livraria Saraiva - Shopping Eldorado, Avenida Rebouças, 3970, Pinheiros, São Paulo.
http://conexaoplaneta.com.br/blog/arqueiros-indigenas-da-amazonia-da-tradicao-aos-campeonatos-internacionais/
The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source