From Indigenous Peoples in Brazil
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Do banho no rio, restou aos índios a caixa-d'água
05/11/2017
Autor: Luciene Câmara e Pedro Rocha Franco
Fonte: O Tempo otempo.com.br
"Watu morreu!". A frase, por diversas vezes repetida pelos indígenas da aldeia Krenak, nas redondezas de Resplendor, no Rio Doce, reflete a situação do rio após a tragédia que assolou a bacia hidrográfica de Mariana a Regência (ES), onde a foz deságua no mar. Com a invasão da lama da Samarco, a cultura indígena foi duramente afetada. "Desde bebezinho, já se aprendia a nadar no rio", recorda Shirley Krenak. Mas, com os impactos da tragédia, diz ela, "agora, eles tomam banho numa caixa-d'água de mil litros".
Assim como os moradores das comunidades rurais afetadas, ela conta que muitos índios tornaram-se dependentes de remédios para tratar casos mais graves de depressão e mesmo para ajudar a dormir. "Até eu ando tomando medicação para dormir, mas, graças a nossa espiritualidade, essas coisas não nos afetam por completo", diz.
A relação estreita da tribo com o rio faz com que o impacto seja ainda mais grave. Além do ensinar a nadar no Watu (rio Doce), os rituais de limpeza corporal, as aulas práticas para se fazer panela de barro e tantas outras atividades têm relação direta com as águas, o que obriga a aldeia a repensar suas práticas culturais históricas.
"Todos serão educados para não esquecer o que a Vale fez no rio. Enquanto eles tiverem sangue correndo nas veias, vão lutar", brada Shirley Krenak, que, antes do desastre causado pelo rompimento da barragem da Samarco, travava duelo com a Vale, uma das controladoras da empresa, por causa da construção de uma linha férrea em terreno indígena.
http://www.otempo.com.br/cidades/do-banho-no-rio-restou-aos-%C3%ADndios-a-caixa-d-%C3%A1gua-1.1539054
Assim como os moradores das comunidades rurais afetadas, ela conta que muitos índios tornaram-se dependentes de remédios para tratar casos mais graves de depressão e mesmo para ajudar a dormir. "Até eu ando tomando medicação para dormir, mas, graças a nossa espiritualidade, essas coisas não nos afetam por completo", diz.
A relação estreita da tribo com o rio faz com que o impacto seja ainda mais grave. Além do ensinar a nadar no Watu (rio Doce), os rituais de limpeza corporal, as aulas práticas para se fazer panela de barro e tantas outras atividades têm relação direta com as águas, o que obriga a aldeia a repensar suas práticas culturais históricas.
"Todos serão educados para não esquecer o que a Vale fez no rio. Enquanto eles tiverem sangue correndo nas veias, vão lutar", brada Shirley Krenak, que, antes do desastre causado pelo rompimento da barragem da Samarco, travava duelo com a Vale, uma das controladoras da empresa, por causa da construção de uma linha férrea em terreno indígena.
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