From Indigenous Peoples in Brazil
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Aldeia indígena está credenciada para receber escola estadual
15/02/2018
Autor: Matheus Aguilar
Fonte: O informativo do vale http://www.informativo.com.br/
Lajeado - A aldeia caingangue Foxá, localizada no km 68 da ERS-130, no Bairro Jardim do Cedro, vai contar, oficialmente, com uma escola estadual. O credenciamento foi conquistado em janeiro e a entrega da documentação foi feita ontem, na sede da 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), em Estrela. A instituição funcionou de modo emergencial no ano passado, e agora está apta a atender a educação infantil para crianças de 4 e 5 anos, e Ensino Fundamental, do 1o ao 9o anos, mas inicialmente terá turma até o 5o.
Com o nome de Escola Estadual Indígena de Ensino Fundamental Gatên, que significa "espírito da terra", a conquista foi comemorada pelo cacique da tribo, Vicente Garcia, há 11 meses liderando a comunidade. "Vamos trabalhar juntos com a CRE, em união, para o bem das nossas crianças", destaca. Ele afirma que as crianças da aldeia gostam de estudar. "E aqui elas vão poder ficar perto de casa. É mais seguro e também vão aprender sobre a nossa cultura e resgatar isso. É uma conquista que nos dá muita alegria, pois sempre lutamos para isso", afirma.
Assessora pedagógica indígena da 3ª CRE, Valesca Cristina Pasqualetto, revela que desde 2012 já se tinha o nome da instituição autorizado e credenciado, mas o funcionamento no local onde atualmente está a aldeia, não. "Por isso, parte das crianças vinha sendo atendida na Escola Manoel Bandeira. Como a legislação prevê que alunos indígenas tenham atendimento 50% em língua portuguesa e 50% em língua nativa, no caso a caingangue, com essa escola eles passam a ter isso", informa.
Valesca lembra que a aldeia já tem duas professoras indígenas. "A escola funcionava até o 5o ano em atendimento emergencial em 2017. Isso acontece em algumas comunidades para que o processo de credenciamento possa tramitar de forma mais rápida", declara a assessora pedagógica. Uma das professoras já é formada em curso normal. A outra foi indicada pela própria comunidade indígena, mas ainda não é formada. Para ser contratada, precisa fazer o curso normal. "Conseguimos que ela estude em uma instituição em São Valério do Sul que trabalha com línguas guarani e caingangue. Em princípio, as duas continuam e vão atender, em turmas multisseriadas, da educação infantil ao quinto ano", revela.
No turno da manhã, a escola atende turmas da educação Infantil ao 2o ano do Ensino Fundamental. Na parte da tarde, as aulas são do 3o ao 5o anos. Os alunos que estão entre 6o e 9o anos seguirão da Manoel Bandeira por enquanto. O calendário letivo segue o da rede estadual, com a retomada no dia 26 de fevereiro.
A escola
O espaço da escola foi emprestado pela comunidade. Conforme a assessora pedagógica indígena da 3ª CRE, terá um processo para obra, que terá que ter estudos de viabilidade. Antes, será preciso documentar a legalização da terra. "A CRE vai apoiar a aldeia nos órgãos que for preciso para dar início a construção de uma escola em espaço devido", frisa Valesca Cristina Pasqualetto. Atualmente, a escola funciona em uma casa de madeira típica da comunidade e se resume a uma sala com cozinha.
Reunião
Estavam presentes no ato de entrega da documentação, o cacique da aldeia, Vicente Garcia, o representante do conselho desta comunidade indígena, Luiz Alan Retanh Vaz, Onório Isaias de Moura, também da comunidade, além titular da 3ª CRE Greicy Weschenfelder, a assessora pedagógica indígena da CRE, Valesca Cristina Pasqualetto e a assessora de processos educacionais da educação indígena, Priscila Daniele da Silva Daroit.
Tratamento igual
Titular da 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) Greicy Weschenfelder, agradeceu ao cacique antes de entregar a documentação da habilitação para funcionamento. "Quero agradecer pela paciência e voto de confiança que nos deram para efetivarmos isso. Agora, a escola vai contar com professor, as crianças vão ter alimentação e terá recursos para investir nessa área", ressalta. "Estamos cumprindo um dever que temos para com a questão indígena. Nós estamos dando a oportunidade de vocês desenvolverem e não deixaram morrer essa cultura, que é tão rica e pouco conhecemos. O Estado está dizendo sim para a educação", reforça Greicy.
Ela frisa que a escola não vai receber atenção diferenciada. "Nosso tratamento será o mesmo de outras escolas. Vamos cobrar prazos, prestação de contas, saber se a merenda está chegando. Queremos que o professor ensine, pois ele vai receber para isso", sublinha. "Queremos mostrar para a comunidade que o índio pode conviver com a CRE, com a sociedade. Acredito que é possível escrever uma nova história a partir da educação e é isso que estamos celebrando. É uma alegria e compartilhar isso com a comunidade do Vale do Taquari."
Com o nome de Escola Estadual Indígena de Ensino Fundamental Gatên, que significa "espírito da terra", a conquista foi comemorada pelo cacique da tribo, Vicente Garcia, há 11 meses liderando a comunidade. "Vamos trabalhar juntos com a CRE, em união, para o bem das nossas crianças", destaca. Ele afirma que as crianças da aldeia gostam de estudar. "E aqui elas vão poder ficar perto de casa. É mais seguro e também vão aprender sobre a nossa cultura e resgatar isso. É uma conquista que nos dá muita alegria, pois sempre lutamos para isso", afirma.
Assessora pedagógica indígena da 3ª CRE, Valesca Cristina Pasqualetto, revela que desde 2012 já se tinha o nome da instituição autorizado e credenciado, mas o funcionamento no local onde atualmente está a aldeia, não. "Por isso, parte das crianças vinha sendo atendida na Escola Manoel Bandeira. Como a legislação prevê que alunos indígenas tenham atendimento 50% em língua portuguesa e 50% em língua nativa, no caso a caingangue, com essa escola eles passam a ter isso", informa.
Valesca lembra que a aldeia já tem duas professoras indígenas. "A escola funcionava até o 5o ano em atendimento emergencial em 2017. Isso acontece em algumas comunidades para que o processo de credenciamento possa tramitar de forma mais rápida", declara a assessora pedagógica. Uma das professoras já é formada em curso normal. A outra foi indicada pela própria comunidade indígena, mas ainda não é formada. Para ser contratada, precisa fazer o curso normal. "Conseguimos que ela estude em uma instituição em São Valério do Sul que trabalha com línguas guarani e caingangue. Em princípio, as duas continuam e vão atender, em turmas multisseriadas, da educação infantil ao quinto ano", revela.
No turno da manhã, a escola atende turmas da educação Infantil ao 2o ano do Ensino Fundamental. Na parte da tarde, as aulas são do 3o ao 5o anos. Os alunos que estão entre 6o e 9o anos seguirão da Manoel Bandeira por enquanto. O calendário letivo segue o da rede estadual, com a retomada no dia 26 de fevereiro.
A escola
O espaço da escola foi emprestado pela comunidade. Conforme a assessora pedagógica indígena da 3ª CRE, terá um processo para obra, que terá que ter estudos de viabilidade. Antes, será preciso documentar a legalização da terra. "A CRE vai apoiar a aldeia nos órgãos que for preciso para dar início a construção de uma escola em espaço devido", frisa Valesca Cristina Pasqualetto. Atualmente, a escola funciona em uma casa de madeira típica da comunidade e se resume a uma sala com cozinha.
Reunião
Estavam presentes no ato de entrega da documentação, o cacique da aldeia, Vicente Garcia, o representante do conselho desta comunidade indígena, Luiz Alan Retanh Vaz, Onório Isaias de Moura, também da comunidade, além titular da 3ª CRE Greicy Weschenfelder, a assessora pedagógica indígena da CRE, Valesca Cristina Pasqualetto e a assessora de processos educacionais da educação indígena, Priscila Daniele da Silva Daroit.
Tratamento igual
Titular da 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) Greicy Weschenfelder, agradeceu ao cacique antes de entregar a documentação da habilitação para funcionamento. "Quero agradecer pela paciência e voto de confiança que nos deram para efetivarmos isso. Agora, a escola vai contar com professor, as crianças vão ter alimentação e terá recursos para investir nessa área", ressalta. "Estamos cumprindo um dever que temos para com a questão indígena. Nós estamos dando a oportunidade de vocês desenvolverem e não deixaram morrer essa cultura, que é tão rica e pouco conhecemos. O Estado está dizendo sim para a educação", reforça Greicy.
Ela frisa que a escola não vai receber atenção diferenciada. "Nosso tratamento será o mesmo de outras escolas. Vamos cobrar prazos, prestação de contas, saber se a merenda está chegando. Queremos que o professor ensine, pois ele vai receber para isso", sublinha. "Queremos mostrar para a comunidade que o índio pode conviver com a CRE, com a sociedade. Acredito que é possível escrever uma nova história a partir da educação e é isso que estamos celebrando. É uma alegria e compartilhar isso com a comunidade do Vale do Taquari."
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