From Indigenous Peoples in Brazil
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Prefeitura desapropria área para regularizar famílias indígenas
17/12/2018
Autor: TAINÁ JARA
Fonte: Correio do Estado https://www.correiodoestado.com.br/
Depois de oito anos vivendo embaixo de lona, as 65 famílias da Comunidade Indígena Estrela da Manhã, localizada na Rua Era Atômica, no Bairro Noroeste, na região da saída para Três Lagoas, em Campo Grande, veem se concretizar o sonho da casa própria. Na última semana, a prefeitura formalizou a desapropriação de 21 lotes na região que servirá para realocação dos terenas, atualmente amontoados em barracos dentro de poucos metros quadrados.
Apesar do clima de esperança com as publicações dos decretos desapropriando os terrenos, na edição de quinta-feira (13) do Diário Oficial do município, os indígenas ainda têm um longo caminho a percorrer.
De acordo com o cacique Josué Augusto Nimbu, 58 anos, o acordo é de que 35 famílias permaneçam no atual espaço ocupado e outras 30 sejam realocadas para terrenos próximos. "Depois de dado os terrenos, o governo do Estado vai ficar responsável por dar material de construção para a gente construir as casas",
explicou.
Nimbu relembra os anos de negociações com os gestores públicos a fim de viabilizar as moradias. "Como não temos condições de comprar um terreno nem de pagar aluguel, essa foi a solução que encontramos".
Se concretizado, o projeto vai pôr fim a diversos problemas enfrentados pelas famílias, como as enchentes nos barracos, além dos riscos constantes de incêndios decorrentes de ligações irregulares de energia, os chamados "gatos".
A proposta é de que as propriedades tenham caráter de moradia social, por isso, serão pagas de forma facilitada, com a diluição do valor em várias parcelas. O que será pago para aquisição dos terrenos não foi divulgado pela prefeitura. Conforme o município, os procedimentos são feitos para fins de regularização fundiária.
ÊXODO
A ocupação é resultado do êxodo de índios de diversas aldeias do interior de Mato Grosso do Sul. Em busca de trabalho e melhores condições de vida para os filhos, as famílias se deslocaram para a área urbana.
A família da artesã Donatília Balbino, 56 anos, foi uma das pioneiras na ocupação. Ela deixou a Aldeia Cachoeirinha, em Aquidauana, distante 139 quilômetros de Campo Grande, há 12 anos e há oito veio parar na Capital.
Antes disso, morou no município de Anastácio, distante 136 quilômetros do lar atual, com o marido, membro da Aldeia Aldeinha. Em razão da dificuldade em pagar o aluguel, eles optaram por se arriscar nas ocupações da cidade grande. "Viemos atrás de serviço. Na aldeia, a gente tem pouco recurso. A terra já é pequena para tanta gente", declarou.
Os quatro filhos de Donatília eram ainda pequenos quando vieram para cá e viveram a maior parte da vida deles na ocupação no Noroeste. O contato com aldeia ainda permanece, mas as informações do campo chegam mais pelos parentes que passam por Campo Grande
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010, Mato Grosso do Sul é o estado com a segunda maior população indígena do País.
Conforme os levantamentos, são mais de 50 mil índios distribuídos em dez municípios. Desse total, quase 40% vivem em área urbana. A maior população, segundo o IBGE, se concentra no Amazonas, com mais de 100 mil indígenas.
https://www.correiodoestado.com.br/cidades/prefeitura-desapropria-area-para-regularizar-familias-indigenas/343254/
Apesar do clima de esperança com as publicações dos decretos desapropriando os terrenos, na edição de quinta-feira (13) do Diário Oficial do município, os indígenas ainda têm um longo caminho a percorrer.
De acordo com o cacique Josué Augusto Nimbu, 58 anos, o acordo é de que 35 famílias permaneçam no atual espaço ocupado e outras 30 sejam realocadas para terrenos próximos. "Depois de dado os terrenos, o governo do Estado vai ficar responsável por dar material de construção para a gente construir as casas",
explicou.
Nimbu relembra os anos de negociações com os gestores públicos a fim de viabilizar as moradias. "Como não temos condições de comprar um terreno nem de pagar aluguel, essa foi a solução que encontramos".
Se concretizado, o projeto vai pôr fim a diversos problemas enfrentados pelas famílias, como as enchentes nos barracos, além dos riscos constantes de incêndios decorrentes de ligações irregulares de energia, os chamados "gatos".
A proposta é de que as propriedades tenham caráter de moradia social, por isso, serão pagas de forma facilitada, com a diluição do valor em várias parcelas. O que será pago para aquisição dos terrenos não foi divulgado pela prefeitura. Conforme o município, os procedimentos são feitos para fins de regularização fundiária.
ÊXODO
A ocupação é resultado do êxodo de índios de diversas aldeias do interior de Mato Grosso do Sul. Em busca de trabalho e melhores condições de vida para os filhos, as famílias se deslocaram para a área urbana.
A família da artesã Donatília Balbino, 56 anos, foi uma das pioneiras na ocupação. Ela deixou a Aldeia Cachoeirinha, em Aquidauana, distante 139 quilômetros de Campo Grande, há 12 anos e há oito veio parar na Capital.
Antes disso, morou no município de Anastácio, distante 136 quilômetros do lar atual, com o marido, membro da Aldeia Aldeinha. Em razão da dificuldade em pagar o aluguel, eles optaram por se arriscar nas ocupações da cidade grande. "Viemos atrás de serviço. Na aldeia, a gente tem pouco recurso. A terra já é pequena para tanta gente", declarou.
Os quatro filhos de Donatília eram ainda pequenos quando vieram para cá e viveram a maior parte da vida deles na ocupação no Noroeste. O contato com aldeia ainda permanece, mas as informações do campo chegam mais pelos parentes que passam por Campo Grande
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010, Mato Grosso do Sul é o estado com a segunda maior população indígena do País.
Conforme os levantamentos, são mais de 50 mil índios distribuídos em dez municípios. Desse total, quase 40% vivem em área urbana. A maior população, segundo o IBGE, se concentra no Amazonas, com mais de 100 mil indígenas.
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