From Indigenous Peoples in Brazil

News

Pressão e intimidações contra os Mbya Guarani da Ponta do Arado continuam, mesmo após denúncia de ataque e ameaças

17/01/2019

Fonte: Cimi https://cimi.org.br/



É permanente a realidade de insegurança vivenciada pelos Mbya Guarani na Ponta do Arado. Depois das repercussões acerca do ataque a tiros e das ameaças de morte coletiva contra os Mbya Guarani , que estão vivendo nas margens do Rio Guaíba, na Ponta do Arado, no Bairro Belém Novo, Porto Alegre, entidades de apoio, ambientalistas, ativistas e órgãos de Estado - como o Ministério Público Federal (MPF) e os Conselhos Estaduais de Direitos Humanos e dos Povos Indígenas - se mobilizaram no sentido de acompanhar a comunidade indígena e lá prestar apoio e solidariedade de forma permanente, até que cessem as pressões e intimidações direcionadas contra a comunidade e suas lideranças, e até que o Poder Judiciário, onde tramitam ações em favor e contra os indígenas, decida o litígio existente.

Lamentavelmente, apesar das manifestações de apoio, dos gestos de solidariedade e das medidas investigativas da Polícia Civil e do MPF, a pressão e as intimidações contra os Guarani não foram estancadas.

Nesta quinta (18), os Guarani foram surpreendidos com a ampliação do contingente de seguranças privados nas proximidades da cerca que foi colocada ao redor da comunidade, com a finalidade de impor limites ao livre trânsito de seus integrantes. Também foram colocados em funcionamento sensores instalados sobre a cerca para detectar os movimentos dos Guarani e, com isso, restringir ainda mais a sua liberdade.

"Policiais deveriam estar lá para prestar segurança, medida requerida às autoridades públicas em função da vulnerabilidade a que a comunidade Mbya Guarani está submetida"

Além disso, no meio da tarde, policiais militares adentraram os limites da área cercada e passaram a interpelar os indígenas e os apoiadores que lá estavam. Pelos relatos da comunidade, os policiais militares demonstraram desconhecimento dos fatos ocorridos na última sexta-feira, 11 de janeiro, fazendo perguntas com o direcionamento ou a intenção de questionar a presença dos indígenas e seus apoiadores naquele local, como se estes estivessem praticando alguma ilicitude.

Tal atitude é oposta à necessária, no contexto de acirramento do conflito e insegurança vivenciada pelos indígenas: os policiais deveriam estar lá para prestar segurança, uma medida que havia sido requerida às autoridades públicas em função da vulnerabilidade e das coerções a que a comunidade Mbya Guarani está submetida.

Diante destes fatos, há necessidade de ampliarmos o apoio aos Mbya Guarani, bem como solicitar, uma vez mais, que as forças de segurança atuem com serenidade e prudência no sentido de fazer a defesa e a proteção dos indígenas, já que eles são vítimas das violências física, psicológica e de restrição da liberdade praticadas na Ponta do Arado.



https://cimi.org.br/2019/01/pressao-e-intimidacoes-contra-os-mbya-guarani-da-ponta-do-arado-continuam-mesmo-apos-denuncia-de-ataque-e-ameacas/
 

The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source