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PA: Indígena é morto duas semanas após realizar denúncia na ONU
03/11/2023
Autor: Arthur Moraes
Fonte: A Nova Democracia - https://anovademocracia.com.br/
Arthur Moraes 03/11/2023 1 minuto de leitura
No dia 14 de outubro, a liderança Indígena Tymbektodem Arara, da Terra Indígena (TI) Cachoeira Seca, foi encontrado morto boiando em um rio próximo à TI, no Pará. O líder havia denunciado na Organização das Nações Unidas (ONU), 16 dias antes, a invasão de suas terras e ameaças de morte sofridas por grileiros da região.
De acordo com a versão oficial, questionada por diversas organizações de povos indígenas, a causa da morte de Tymbektodem foi afogamento. Contudo, não há laudo que comprove que esta foi a razão para a morte.
Há duas "versões" oficiais que descrevem o ocorrido, uma diz que o indígena teria se jogado de um barco onde estava com dois ribeirinhos. A outra afirma que os ribeirinhos haviam jogado ele ao rio, e que, por estar bêbado, não conseguiu nadar. O fato é que ambas as versões são infundadas e não estão levando em consideração as constantes ameaças de morte sofridas por Tymbektodem, algo que o próprio sempre buscou denunciar.
Denúncia na ONU
Tymbektodem Arara havia realizado, 16 dias antes, uma denúncia na ONU, onde relatou que a TI Cachoeira Seca havia sido alvo de grandes madeireiros e grileiros responsáveis pelo desmatamento de cerca de 697 km² do território. Denunciou as consequências das desastrosas obras da Usina Belo Monte, que levou mais de 2 mil invasores para aquela Terra Indígena, tendo colocado a região no patamar de um dos territórios mais desmatados do Brasil.
Diversas organizações indígenas questionaram a falta de amparo por parte da ONU para as lideranças que realizam denúncias públicas na entidade. Os indígenas em luta questionam que, apesar de convidarem ativistas para que denunciem as violações de seus direitos, esses não têm garantida a sua segurança, mesmo que estejam sob constante ameaça, sendo, na verdade, sentenciados para morrer frente às constantes atuações de grupos de latifundiários - que seguem impunes pelo velho Estado brasileiro e demais "autoridades" internacionais.
A insuficiência da "versão oficial"
Diversas organizações indígenas estão cobrando que haja uma investigação mais detida sobre o caso, dado a existência de diversas lacunas na história divulgada pela polícia e monopólios de imprensa. Questionam a ausência de policiais federais nos primeiros momentos da morte, a realização de uma oitiva com indígenas sem indicação das próprias lideranças, e a falta de acompanhamento contínuo de representantes da Funai após a morte de Tymbektodem.
As ameaças cotidianas sofridas pelas lideranças indígenas na região, somadas à sanha dos latifundiários por abocanhar mais territórios, colocam sérias dúvidas quanto às versões divulgadas nos monopólios de imprensa de que o indígena teria morrido por se jogar no rio ou por ter sido jogado por ribeirinhos. O contexto dessa morte apontam para fortes indícios de que se trata de mais um covarde assassinato a mando do latifúndio.
https://anovademocracia.com.br/pa-indigena-e-morto-duas-semanas-apos-realizar-denuncia-na-onu/
No dia 14 de outubro, a liderança Indígena Tymbektodem Arara, da Terra Indígena (TI) Cachoeira Seca, foi encontrado morto boiando em um rio próximo à TI, no Pará. O líder havia denunciado na Organização das Nações Unidas (ONU), 16 dias antes, a invasão de suas terras e ameaças de morte sofridas por grileiros da região.
De acordo com a versão oficial, questionada por diversas organizações de povos indígenas, a causa da morte de Tymbektodem foi afogamento. Contudo, não há laudo que comprove que esta foi a razão para a morte.
Há duas "versões" oficiais que descrevem o ocorrido, uma diz que o indígena teria se jogado de um barco onde estava com dois ribeirinhos. A outra afirma que os ribeirinhos haviam jogado ele ao rio, e que, por estar bêbado, não conseguiu nadar. O fato é que ambas as versões são infundadas e não estão levando em consideração as constantes ameaças de morte sofridas por Tymbektodem, algo que o próprio sempre buscou denunciar.
Denúncia na ONU
Tymbektodem Arara havia realizado, 16 dias antes, uma denúncia na ONU, onde relatou que a TI Cachoeira Seca havia sido alvo de grandes madeireiros e grileiros responsáveis pelo desmatamento de cerca de 697 km² do território. Denunciou as consequências das desastrosas obras da Usina Belo Monte, que levou mais de 2 mil invasores para aquela Terra Indígena, tendo colocado a região no patamar de um dos territórios mais desmatados do Brasil.
Diversas organizações indígenas questionaram a falta de amparo por parte da ONU para as lideranças que realizam denúncias públicas na entidade. Os indígenas em luta questionam que, apesar de convidarem ativistas para que denunciem as violações de seus direitos, esses não têm garantida a sua segurança, mesmo que estejam sob constante ameaça, sendo, na verdade, sentenciados para morrer frente às constantes atuações de grupos de latifundiários - que seguem impunes pelo velho Estado brasileiro e demais "autoridades" internacionais.
A insuficiência da "versão oficial"
Diversas organizações indígenas estão cobrando que haja uma investigação mais detida sobre o caso, dado a existência de diversas lacunas na história divulgada pela polícia e monopólios de imprensa. Questionam a ausência de policiais federais nos primeiros momentos da morte, a realização de uma oitiva com indígenas sem indicação das próprias lideranças, e a falta de acompanhamento contínuo de representantes da Funai após a morte de Tymbektodem.
As ameaças cotidianas sofridas pelas lideranças indígenas na região, somadas à sanha dos latifundiários por abocanhar mais territórios, colocam sérias dúvidas quanto às versões divulgadas nos monopólios de imprensa de que o indígena teria morrido por se jogar no rio ou por ter sido jogado por ribeirinhos. O contexto dessa morte apontam para fortes indícios de que se trata de mais um covarde assassinato a mando do latifúndio.
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