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Indígena Tadeo Kulina é morto em Manaus enquanto acompanhava parto da esposa
02/03/2024
Fonte: Hora do Povo - https://horadopovo.com.br
A organização Frente Amazônica de Mobilização em Defesa dos Direitos Indígenas (FAMDDI) denunciou, em nota, o assassinato do indígena Tadeo Kulina, encontrado morto por espancamento em Manaus. Em documento assinado "Quem matou Tadeo Kulina?", a entidade denuncia falhas nas investigações e cobra responsabilização dos órgãos do Estado que atuam no caso.
Tadeo tinha 34 anos e morava na Aldeia Foz do Acuraua, no município de Envira, cerca de 1,2 mil km da capital. De acordo com as informações, ele chegou a Manaus no dia 1 de fevereiro e estava acompanhando sua esposa grávida na Maternidade Ana Braga, na zona Leste da capital amazonense, de onde teria desaparecido. No dia 13 de fevereiro ele foi dado como desaparecido e encontrado morto alguns dias depois, já no Instituto Médico Legal (IML).
De acordo com o Boletim de Ocorrência, o rapaz morreu em decorrência de uma sessão de espancamento por autores desconhecidos. Segundo a entidade, os BOs registrados sobre o caso, continham informações desencontradas. "Também nos foi omitido várias informações e algumas delas não batem, até mesmo o B.O. feito, não consta detalhamentos", aponta a entidade.
Conforme apurações do jornal "A Nova Democracia", tudo indica que parentes da vítima da etnia Kulina só ficaram sabendo do seu desaparecimento sete dias depois do ocorrido. O casal integra uma etnia de recente contato e não dominava o português. Eles não receberam ajuda de nenhum órgão durante a estadia em Manaus, segundo a FAMDDI.
O caso foi registrado como homicídio pela Polícia Civil e a esposa teve que voltar à Terra Indígena Kulina do Médio Juruá em um voo com o bebê recém-nascido e o corpo do marido.
Além das distorções registradas pela polícia sobre o caso, agentes do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) também atuaram com negligência, de acordo com a Frente Amazônica. O documento denuncia que os agentes chegaram a espalhar informações de o que indígena morreu enquanto estava tendo alucinações. Para a FAMDDI, a situação é motivo de "indignação", uma vez que dá "a entender que a culpa seria do parente [Tadeo]. Isso é um absurdo", diz a nota.
"A FAMDDI reivindica que o assassinato de Tadeo Kulina seja devidamente investigado, os responsáveis diretos e por omissão de suas responsabilidades sejam identificados e a Justiça se realize diante da impunidade histórica que marca o ato de justiça sobre crimes cometidos contra os povos indígenas neste país e no Amazonas", afirma.
O Ministério Público Federal (MPF) abriu um procedimento preliminar de investigação para apurar uma possível omissão no caso, já que deslocamentos e acompanhamentos de indígenas são de responsabilidade do DSEI, órgão vinculado ao Ministério da Saúde.
A Procuradoria da República do Amazonas afirmou que já foram feitas as primeiras averiguações do caso e solicitadas informações aos órgãos de saúde que atenderam ao casal. A investigação criminal sobre a morte de Tadeo será conduzida pelo Ministério Público do estado.
https://horadopovo.com.br/indigena-tadeo-kulina-e-morto-em-manaus-enquanto-acompanhava-parto-da-esposa/
Tadeo tinha 34 anos e morava na Aldeia Foz do Acuraua, no município de Envira, cerca de 1,2 mil km da capital. De acordo com as informações, ele chegou a Manaus no dia 1 de fevereiro e estava acompanhando sua esposa grávida na Maternidade Ana Braga, na zona Leste da capital amazonense, de onde teria desaparecido. No dia 13 de fevereiro ele foi dado como desaparecido e encontrado morto alguns dias depois, já no Instituto Médico Legal (IML).
De acordo com o Boletim de Ocorrência, o rapaz morreu em decorrência de uma sessão de espancamento por autores desconhecidos. Segundo a entidade, os BOs registrados sobre o caso, continham informações desencontradas. "Também nos foi omitido várias informações e algumas delas não batem, até mesmo o B.O. feito, não consta detalhamentos", aponta a entidade.
Conforme apurações do jornal "A Nova Democracia", tudo indica que parentes da vítima da etnia Kulina só ficaram sabendo do seu desaparecimento sete dias depois do ocorrido. O casal integra uma etnia de recente contato e não dominava o português. Eles não receberam ajuda de nenhum órgão durante a estadia em Manaus, segundo a FAMDDI.
O caso foi registrado como homicídio pela Polícia Civil e a esposa teve que voltar à Terra Indígena Kulina do Médio Juruá em um voo com o bebê recém-nascido e o corpo do marido.
Além das distorções registradas pela polícia sobre o caso, agentes do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) também atuaram com negligência, de acordo com a Frente Amazônica. O documento denuncia que os agentes chegaram a espalhar informações de o que indígena morreu enquanto estava tendo alucinações. Para a FAMDDI, a situação é motivo de "indignação", uma vez que dá "a entender que a culpa seria do parente [Tadeo]. Isso é um absurdo", diz a nota.
"A FAMDDI reivindica que o assassinato de Tadeo Kulina seja devidamente investigado, os responsáveis diretos e por omissão de suas responsabilidades sejam identificados e a Justiça se realize diante da impunidade histórica que marca o ato de justiça sobre crimes cometidos contra os povos indígenas neste país e no Amazonas", afirma.
O Ministério Público Federal (MPF) abriu um procedimento preliminar de investigação para apurar uma possível omissão no caso, já que deslocamentos e acompanhamentos de indígenas são de responsabilidade do DSEI, órgão vinculado ao Ministério da Saúde.
A Procuradoria da República do Amazonas afirmou que já foram feitas as primeiras averiguações do caso e solicitadas informações aos órgãos de saúde que atenderam ao casal. A investigação criminal sobre a morte de Tadeo será conduzida pelo Ministério Público do estado.
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