From Indigenous Peoples in Brazil
News
Em ano recorde de incêndios florestais, Brasil teve o equivalente a um Tocantins inteiro queimado
21/11/2024
Fonte: O Globo - https://oglobo.globo.com/
Em ano recorde de incêndios florestais, Brasil teve o equivalente a um Tocantins inteiro queimado
Fogo atingiu área na Amazônia 10 vezes maior do que o corte de árvores em 2024
Lucas Altino
21/11/2024
As queimadas consumiram no Brasil, em 2024, uma área de floresta de 27,6 milhões de hectares, o equivalente ao estado do Tocantins, segundo o Monitor do Fogo do MapBiomas. Entre janeiro e outubro, a área de floresta incendiada foi cerca de 10 vezes maior do que o total desmatado, na comparação com os dados da taxa Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). As chamas se concentraram no Mato Grosso, Pará e Tocantins, que responderam por 56% das queimadas.
De acordo com o Prodes, foram desmatados 650 mil hectares na Amazônia de agosto de 2023 a julho de 2024. O cálculo considera a quantidade de floresta transformada em outro tipo de solo, como pastagem. Já o Monitor do Fogo indica que os incêndios florestais alcançaram 6,7 milhões de hectares na Amazônia entre janeiro e outubro. Os dados foram apresentados na COP29, em Baku, no Azerbaijão.
Enquanto o Prodes analisa cortes rasos e a derrubada de árvores, os incêndios degradam a floresta, mas não necessariamente derrubam árvores. A discrepância entre os números das queimadas e os do desmatamento é a maior desde 2019, quando começou o Monitor do Fogo.
- Queimar pastagem é mais normal. Mas esse ano queimou principalmente vegetação nativa e floresta. Estamos felizes com a redução recente da taxa de desmatamento, mas olha o tanto de floresta sendo impactada pelo fogo, sendo degradada - alertou Ane Alencar, diretora de ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), que integra o MapBiomas.
Em nota técnica divulgada ontem, o MapBiomas afirmou que a diferença revela "um avanço preocupante da destruição em regiões naturalmente preservada". Para Alencar, a estatística ganhou ainda mais importância na COP29 porque os acordos e protocolos internacionais que visam à redução das emissões de gases de efeito estufa não consideram, para cálculos por países, os incêndios florestais. Parte da explicação é o fato de que queimadas em muitos países do Hemisfério Norte ocorrem de forma natural, mas no Brasil quase a totalidade das queimadas deriva de ação humana.
- Isso tem que ser revisto porque é um aspecto importante das emissões, ainda mais se tivermos mais anos assim de novo, com intensos incêndios - afirma a diretora do Ipam.
Impacto da seca
O MapBiomas registrou que a quantidade total de área atingida por queimadas na Amazônia, que inclui outros solos além das florestas, chegou a 15,5 milhões de hectares. Alencar explica que, desse fogo, 55% tiveram como ponto de início áreas de pastagens, e 25% das queimadas começaram na floresta. O alto número de 2024 foi influenciado pela seca severa que assolou a Amazônia, reconhece a diretora do Ipam:
- O impacto das mudanças climáticas mostra que as secas severas podem gerar esse cenário de incêndios, que tomou uma proporção alarmante.
Mais da metade dos incêndios no país de janeiro a outubro foi registrada na Amazônia (55% ou 15,1 milhões de hectares), aponta o Monitor do Fogo. No ano passado, o bioma respondeu por 21% do total. Em outubro, 73% das queimadas no país foram na Amazônia.
Depois da Amazônia, o pior resultado captado pelo monitor foi no Cerrado, com 9,4 milhões de hectares de área queimada, das quais 8 milhões em terras de vegetação nativa, um aumento de 97% em comparação com o mesmo período de 2023. O Pantanal teve o maior aumento proporcional em relação ao ano passado: 1.017%, ou 1,6 milhão de hectares a mais. Na Mata Atlântica, as queimadas atingiram 993 mil hectares nos primeiros 10 meses do ano: 71% em áreas agropecuárias.
Dois biomas tiveram redução nos números de incêndios: o Pampa teve seu menor valor dos últimos três anos, resultado da alta de chuvas no Sul. Na Caatinga, queimaram 233 mil hectares, uma redução de 49% em relação ao mesmo período de 2023. No entanto, 85% do que foi atingido pelo fogo eram vegetação nativa.
Mato Grosso, Pará e Tocantins, que são os estados onde houve mais incêndios no ano, responderam por 56% das queimadas do Brasil. Os municípios de São Félix do Xingu (PA) e Corumbá (MS) registraram as maiores áreas queimadas entre janeiro a outubro de 2024, com 1,4 milhão de hectares e 795 mil hectares, respectivamente.
https://oglobo.globo.com/brasil/noticia/2024/11/21/em-ano-recorde-de-incendios-florestais-brasil-teve-o-equivalente-a-um-tocantins-inteiro-queimado.ghtml
Fogo atingiu área na Amazônia 10 vezes maior do que o corte de árvores em 2024
Lucas Altino
21/11/2024
As queimadas consumiram no Brasil, em 2024, uma área de floresta de 27,6 milhões de hectares, o equivalente ao estado do Tocantins, segundo o Monitor do Fogo do MapBiomas. Entre janeiro e outubro, a área de floresta incendiada foi cerca de 10 vezes maior do que o total desmatado, na comparação com os dados da taxa Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). As chamas se concentraram no Mato Grosso, Pará e Tocantins, que responderam por 56% das queimadas.
De acordo com o Prodes, foram desmatados 650 mil hectares na Amazônia de agosto de 2023 a julho de 2024. O cálculo considera a quantidade de floresta transformada em outro tipo de solo, como pastagem. Já o Monitor do Fogo indica que os incêndios florestais alcançaram 6,7 milhões de hectares na Amazônia entre janeiro e outubro. Os dados foram apresentados na COP29, em Baku, no Azerbaijão.
Enquanto o Prodes analisa cortes rasos e a derrubada de árvores, os incêndios degradam a floresta, mas não necessariamente derrubam árvores. A discrepância entre os números das queimadas e os do desmatamento é a maior desde 2019, quando começou o Monitor do Fogo.
- Queimar pastagem é mais normal. Mas esse ano queimou principalmente vegetação nativa e floresta. Estamos felizes com a redução recente da taxa de desmatamento, mas olha o tanto de floresta sendo impactada pelo fogo, sendo degradada - alertou Ane Alencar, diretora de ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), que integra o MapBiomas.
Em nota técnica divulgada ontem, o MapBiomas afirmou que a diferença revela "um avanço preocupante da destruição em regiões naturalmente preservada". Para Alencar, a estatística ganhou ainda mais importância na COP29 porque os acordos e protocolos internacionais que visam à redução das emissões de gases de efeito estufa não consideram, para cálculos por países, os incêndios florestais. Parte da explicação é o fato de que queimadas em muitos países do Hemisfério Norte ocorrem de forma natural, mas no Brasil quase a totalidade das queimadas deriva de ação humana.
- Isso tem que ser revisto porque é um aspecto importante das emissões, ainda mais se tivermos mais anos assim de novo, com intensos incêndios - afirma a diretora do Ipam.
Impacto da seca
O MapBiomas registrou que a quantidade total de área atingida por queimadas na Amazônia, que inclui outros solos além das florestas, chegou a 15,5 milhões de hectares. Alencar explica que, desse fogo, 55% tiveram como ponto de início áreas de pastagens, e 25% das queimadas começaram na floresta. O alto número de 2024 foi influenciado pela seca severa que assolou a Amazônia, reconhece a diretora do Ipam:
- O impacto das mudanças climáticas mostra que as secas severas podem gerar esse cenário de incêndios, que tomou uma proporção alarmante.
Mais da metade dos incêndios no país de janeiro a outubro foi registrada na Amazônia (55% ou 15,1 milhões de hectares), aponta o Monitor do Fogo. No ano passado, o bioma respondeu por 21% do total. Em outubro, 73% das queimadas no país foram na Amazônia.
Depois da Amazônia, o pior resultado captado pelo monitor foi no Cerrado, com 9,4 milhões de hectares de área queimada, das quais 8 milhões em terras de vegetação nativa, um aumento de 97% em comparação com o mesmo período de 2023. O Pantanal teve o maior aumento proporcional em relação ao ano passado: 1.017%, ou 1,6 milhão de hectares a mais. Na Mata Atlântica, as queimadas atingiram 993 mil hectares nos primeiros 10 meses do ano: 71% em áreas agropecuárias.
Dois biomas tiveram redução nos números de incêndios: o Pampa teve seu menor valor dos últimos três anos, resultado da alta de chuvas no Sul. Na Caatinga, queimaram 233 mil hectares, uma redução de 49% em relação ao mesmo período de 2023. No entanto, 85% do que foi atingido pelo fogo eram vegetação nativa.
Mato Grosso, Pará e Tocantins, que são os estados onde houve mais incêndios no ano, responderam por 56% das queimadas do Brasil. Os municípios de São Félix do Xingu (PA) e Corumbá (MS) registraram as maiores áreas queimadas entre janeiro a outubro de 2024, com 1,4 milhão de hectares e 795 mil hectares, respectivamente.
https://oglobo.globo.com/brasil/noticia/2024/11/21/em-ano-recorde-de-incendios-florestais-brasil-teve-o-equivalente-a-um-tocantins-inteiro-queimado.ghtml
The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source