From Indigenous Peoples in Brazil
News
Brasil queimou em 2024 com despreparo de governos
18/12/2024
Fonte: FSP - https://www1.folha.uol.com.br
Brasil queimou em 2024 com despreparo de governos
Área assolada por fogo é a maior da série iniciada em 2019; urge conter degradação florestal e efeitos da crise do clima
18/12/2024
De janeiro a novembro, a área destruída por fogo no Brasil em 2024 subiu 90% ante o mesmo período de 2023, indo de 156.448 km² a 297.680 km² -o equivalente ao território do Rio Grande do Sul. É o maior número desde 2019, início da série do Monitor do Fogo do MapBiomas, que divulgou os dados deste ano na segunda (16).
A expansão está relacionada ao aquecimento global, que atinge o planeta, mas também evidencia falta de preparo do poder público para enfrentar o problema.
A seca que propaga chamas -e que, neste ano, foi a mais severa no país desde 1950- não surgiu do nada. Em 2014, 2017 e 2021, beirou-se o racionamento de água; em 2023, a amazônia foi sufocada por fumaça e o Rio Negro atingiu o menor nível em 120 anos.
Ademais, sabia-se que o El Niño pioraria a crise climática em 2023, com efeitos até 2024. Governos, portanto, deveriam ter se antecipado com alocação de recursos para prevenção e combate ao fogo. Mas os dados indicam que isso não ocorreu, ou pelo menos não na medida necessária.
Mais da metade da devastação (57%) se deu na amazônia, sendo que, dos 169 mil km² impactados lá, 76 mil km² eram de florestas que geralmente não são atingidas pelo fogo do desmatamento produzido pela agropecuária.
Essa mudança de padrão nas queimadas é impulsionada por garimpo e abertura de pastagens e estradas que elevam a incidência de luz solar e vento nas matas.
Em setembro, o mês de maior destruição ambiental pelas chamas (106.535 km²), gestores públicos estavam perdidos. O que se viu foi uma reação atabalhoada.
No âmbito federal, houve alarde sobre ação criminosa organizada e proposta do Ministério da Justiça de aumentar penas para quem atear fogo em florestas.
O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou a criação de uma autoridade climática, promessa de campanha que até hoje nem chegou ao papel. O Supremo Tribunal Federal meteu-se nas searas de Legislativo e Executivo com uma decisão do ministro Flávio Dino que permitiria despesas fora do limite do Orçamento para enfrentar a estiagem.
A administração federal chegou a incrementar a infraestrutura para apagar o fogo na amazônia, mas o estrago já estava feito.
Não é com populismo penal, canetadas do Judiciário ou ações em cima da hora que se combatem os efeitos do aquecimento global, mas com políticas contínuas e integradas de adaptação à mudança climática -que, no caso em tela, incluem contenção da degradação das florestas e respostas céleres em emergências.
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2024/12/brasil-queimou-em-2024-com-despreparo-de-governos.shtml
Área assolada por fogo é a maior da série iniciada em 2019; urge conter degradação florestal e efeitos da crise do clima
18/12/2024
De janeiro a novembro, a área destruída por fogo no Brasil em 2024 subiu 90% ante o mesmo período de 2023, indo de 156.448 km² a 297.680 km² -o equivalente ao território do Rio Grande do Sul. É o maior número desde 2019, início da série do Monitor do Fogo do MapBiomas, que divulgou os dados deste ano na segunda (16).
A expansão está relacionada ao aquecimento global, que atinge o planeta, mas também evidencia falta de preparo do poder público para enfrentar o problema.
A seca que propaga chamas -e que, neste ano, foi a mais severa no país desde 1950- não surgiu do nada. Em 2014, 2017 e 2021, beirou-se o racionamento de água; em 2023, a amazônia foi sufocada por fumaça e o Rio Negro atingiu o menor nível em 120 anos.
Ademais, sabia-se que o El Niño pioraria a crise climática em 2023, com efeitos até 2024. Governos, portanto, deveriam ter se antecipado com alocação de recursos para prevenção e combate ao fogo. Mas os dados indicam que isso não ocorreu, ou pelo menos não na medida necessária.
Mais da metade da devastação (57%) se deu na amazônia, sendo que, dos 169 mil km² impactados lá, 76 mil km² eram de florestas que geralmente não são atingidas pelo fogo do desmatamento produzido pela agropecuária.
Essa mudança de padrão nas queimadas é impulsionada por garimpo e abertura de pastagens e estradas que elevam a incidência de luz solar e vento nas matas.
Em setembro, o mês de maior destruição ambiental pelas chamas (106.535 km²), gestores públicos estavam perdidos. O que se viu foi uma reação atabalhoada.
No âmbito federal, houve alarde sobre ação criminosa organizada e proposta do Ministério da Justiça de aumentar penas para quem atear fogo em florestas.
O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou a criação de uma autoridade climática, promessa de campanha que até hoje nem chegou ao papel. O Supremo Tribunal Federal meteu-se nas searas de Legislativo e Executivo com uma decisão do ministro Flávio Dino que permitiria despesas fora do limite do Orçamento para enfrentar a estiagem.
A administração federal chegou a incrementar a infraestrutura para apagar o fogo na amazônia, mas o estrago já estava feito.
Não é com populismo penal, canetadas do Judiciário ou ações em cima da hora que se combatem os efeitos do aquecimento global, mas com políticas contínuas e integradas de adaptação à mudança climática -que, no caso em tela, incluem contenção da degradação das florestas e respostas céleres em emergências.
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2024/12/brasil-queimou-em-2024-com-despreparo-de-governos.shtml
The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source